Final Inconclusivo

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N/a: por que não ouvir uma música que faça seu coração ficar quentinho? Minha recomendação de hoje é 'Your Number', do SHINee. Boa leitura!

Caminhando lentamente, como se tivesse medo de acordar daquele sonho efêmero caso fizesse qualquer movimento brusco, Taeyong se aproximou da pessoa que já se levantava da cadeira em que esteve sentado. Agindo antes de raciocinar claramente, ele segurou o braço do outro, impedindo-o de ir embora.

Mas Ten não tinha a menor vontade de ir embora. A mão que segurava o seu braço o aquecia mais do que a jaqueta que ele usava. Voltando a se sentar, ele puxou o outro para a cadeira à sua frente, sem nunca desconectar seus olhares.

Baixando sua mão, de alguma forma, Taeyong acabou estacionando ela ao lado da mão de Ten, as linhas vermelhas que desfiaram do seu cachecol se enroscando em meio aos seus dedos, que naturalmente se entrelaçaram.

Eles poderiam ter se perdido naquele universo particular por sabe-se lá quanto tempo, não tivessem sido interrompidos pelos copos suavemente depositados na mesa. A avó de Taeyong se afastou, em silêncio, enquanto os dois começavam a se sentir envergonhados, porém mantinham suas mãos entrelaçadas.

- Quando você voltou? - isso era mal, Taeyong não pretendia realmente verbalizar uma sentença tão brusca, mas não conseguia controlar um único músculo do seu corpo naquele instante.

- Hoje.

- Por que não avisou? Nós... teríamos feito um bolo especial ou algo do tipo.

- Eu... - não tive coragem - não tive tempo.

- Mas parece que teve tempo para avisar os nossos amigos - isso também saiu de controle, ele não queria ser tão rude!

- A verdade! - Ten exclamou, um pouco mais alto pelo nervosismo.

- O quê?

- A verdade é que eu não tive coragem - ele disse tudo de uma vez, suas bochechas cada vez mais vermelhas.

- Vem comigo - Taeyong disse em um sopro, pegando os chocolates quentes e esquecendo a tesoura e o isqueiro na mesa, guiando Ten pela escada, até a sua casa.

Assim que entrou, Ten passou a observar cada detalhe daquele ambiente confortável: o piso todo revestido com carpete cinza claro; o papel de parede rosa com detalhes delicados; o corredor da entrada com uma estante baixa para sapatos, bem organizados, e um cabideiro, repleto de casacos e um cachecol vermelho como as linhas entre seus dedos; a sala ampla, com móveis vintage bem conservados, um armário com finas porcelanas, um relógio que não emitia som, uma TV de parede e uma enorme janela com sacada, dando para uma linda vista do sol sumindo no horizonte da cidade; o corredor que levava para os outros cômodos, preenchido apenas com duas telas de caligrafia chinesa na parede e, por fim, a porta para o quarto de Taeyong, que foi aberta por ele.

Ten entrou mas não soube o que fazer depois disso. Como um adolescente, ele se perguntou o que fazer com suas mãos e ficou subindo e descendo os pés, inquieto.

Taeyong não estava muito longe disso. Totalmente despreparado para aquela situação, ele olhou para a porta tentando decidir se a deixava aberta ou fechada, acabando por deixá-la entreaberta. Ele olhou para Ten, que parecia analisar minuciosamente cada detalhe do seu quarto, e a porcentagem do seu nervosismo aumentou. Convidando-o para sentar em sua cama, ele entregou-lhe o seu chocolate.

- Beba enquanto está quente.

Eles beberam os chocolates quentes por um tempo, ainda envergonhados.

- O que você tem feito? - Ten perguntou, tentando se acalmar.

- Ainda estudando. Sou o gerente da confeitaria agora, também.

- Adorei a decoração, aliás. Sobre o que você têm escrito?

Did You Know? - TaeTen -Onde histórias criam vida. Descubra agora