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Any Gabrielly

— Dave é funcionário da delegacia a muito tempo? - O loiro pergunta ao meu lado.

Estávamos há mais de duas horas tentando chegar em casa, teve um acidente em algumas quadras a frente que ocasionou uma fila gigante de carros, estou prestes a surtar com tanto barulho de busina.

— Acho que desde que ele começou a faculdade, uns três anos, por que?

— Ele me falou umas coisas hoje, me impressiona que ele tenha um cérebro para estagiar lá.

— O que ele fez? - Perguntei intrigada, vendo Josh remexer desconfortável ao meu lado.

— Ele disse algumas coisas sobre você... - Ele diz hesitante, provavelmente por pensar que pularia no pescoço de Dave no dia seguinte.

— Josh, não é a primeira vez e nem vai ser a última que um homem se acha superior naquela delegacia, ele já fez isso antes, ano passado ele me chamou para sair, eu disse que não, e no outro dia ele tinha espalhado a todos que tinha transado comigo e eu era péssima na cama, infelizmente policiais mulheres ainda é novidade para as mentes fechadas, e por mim está tudo bem, não preciso da aprovação deles para fazer o meu trabalho.

— Por que o Noah não demitiu ele? - Seu tom de voz parecia tenso, até preocupado.

— Porque, querendo ou não, ele é um bom funcionário, e eu gosto de deixar o lado pessoal separado do profissional, pedi para ele não demiti-lo, ele vai aprender de alguma forma, eu é que não vou perder o meu tempo educando macho.

— E eu pensando que você tinha empatia por ele. - Reviro os olhos ao ver o sorriso ladino na boca do mesmo.

— E eu sou obrigada a ter empatia com aquele traste?

— Nhe. - Ele balbucia negando com a cabeça ainda sem tirar o sorriso do rosto. - É impressão minha ou a gente acabou de ter nossa primeira conversa sem você me ameaçar de morte ou me jogar da janela?

— Acho que sim, mas se você contar isso pra alguém eu mato você. - Aponto meu dedo indicador em seu peito, Josh levanta os braços em rendimento.

— Você está alegre hoje, posso saber o por que? - Josh pergunta com falsa indiferença, mas podia ver a curiosidade rondando seus olhos.

— Tenho um encontro hoje. - Viro meu rosto para o loiro ao meu lado que vacila no sorriso.

Me inscrevi no Tinder há dois meses atrás, estava entediada e subindo pelas paredes por semanas, vergonhoso? Com certeza.

Ter aparecido na televisão por prender assassinos não ajuda muito minha situação, a maioria dos homens que achava interessante ficavam com medo de eu cortar seu pênis se terminássemos.

Confesso que estou com um pouco de receio de Mark ser um psicopata e pedir um pote de sangue ou algo do tipo.

— Sério? Com quem?

— Um cara que eu conheci em um bar. - Minto, vejo Josh arquear as sobrancelhas.

— Sério? Porque eu nunca te vi sair para um bar desde que comecei a morar com você.

— Eu conheço desde antes.

— Hm, então você tem Tinder baixado no celular para nada? - Ele sorri mordendo os lábios.

Josh me mostrava o celular desbloqueado, desgraçado, ele aproveitou que pedi para colocar música para fuçar no meu celular?

— Me dá isso aqui. - Tento arrancar o celular de sua mão, alternando minha visão entre ele e a estrada a minha frente.

— Não, só se me disser a verdade.

— Eu conheci ele pelo Tinder, feliz?

— Você não imagina quanto.

— Então quer dizer que você está a procura de alguém?

— Não, só quero sair e conhecer pessoas novas.

— Então as pessoas que você já conhece está fora de cogitação?

— Josh, não tem ninguém que eu conheça que se interessaria em sair comigo.

— Eu não conto?

— Você quer sair comigo? Digo, mesmo eu sendo uma puta babaca com você?

— Qual é, estamos falando de Any Gabrielly que, além de ser bonita, interessante e, com todo respeito, uma maior gostosa, é uma das maiores detetives de todo Estados Unidos, eu não sou burro o suficiente para recusar sair com você.

— Ah. - Respondo com as bochechas coradas.

— E adicione outra coisa na lista, fica extremamente adorável com vergonha. - Ele passa os dedos sobre minha bochecha esquerda, e eu fixo meu olhar em seus olhos, nunca tinha reparado quão bonitos eles eram.

Josh se aproximou, passando sua mão por minha nuca, enquanto a outra era depositada em minha perna, saímos da nossa bolha quando uma chuva de buzinas atordoam nossos ouvidos indicando que o sinal abriu, ele tira suas mãos de meu corpo, me deixando com uma enorme falta do calor que elas traziam a minha pele, ele sorri envergonhado e vira o rosto para a janela, chacoalho minha cabeça em negação tentando afastar aqueles pensamentos importunos de minha cabeça.

Voltei a dirigir deixando de lado as batidas rápidas de meu coração, que parecia querer sair do meu peito.

E com o silêncio constrangedor que havia se apossado do local, e uma baixa melodia que tocava no rádio, foi a nossa viagem de volta para casa.

N/A

Oi meus amores, me desculpem por ter demorado a atualizar, estava sem ideias para a fanfic, vou tentar fazer um cronograma para tentar ser mais ativa aqui.
Se eu fizesse uma adaptação Beauany vocês leriam? Estou muito empolgada com ela mas com muito medo de flopar.

Erros? Me avisem.

xoxo, Maria

𝐁𝐞𝐡𝐢𝐧𝐝 𝐓𝐡𝐞 𝐌𝐮𝐫𝐝𝐞𝐫 - 𝐁𝐞𝐚𝐮𝐚𝐧𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora