Josh Beauchamp
Descanso, finalmente
Acabo de chegar às agitadas ruas de Washington depois de anos trabalhando no mesmo lugar.
Me mudei para mudar os ares e também claro, para ficar de olho em minha irmã, modelos são alvos de homens de todo tipo e eu não vou deixar marmanjo nenhum chegar perto dela.
Depois de meses trabalhando seguido, posso, finalmente, descansar e talvez, achar alguém para passar a noite, Deus sabe que tipos de teia de aranha já estão se criando aqui em baixo.
Eu me planejei da melhor maneira possível para garantir que nada desse errado dessa vez. Arrumei meu despertador para tocar com duas horas de antecedência para que não chegasse atrasado no primeiro dia.
O caminho para o bar indicado por Noah, o amigo que me indicou para seu chefe, foi conturbado, passei duas horas no trânsito, ouvindo um programa de rádio sobre relacionamentos. Eu nunca tinha entendido a graça desses programas até hoje cedo, quando uma mulher desesperada ligou e contou a história de sua melhor amiga, que a traiu com seu marido. E os dois fugiram levando junto sua gata, Artémis. Aos prantos, ela manteve um pouco de dignidade... Bem, na medida do possível para alguém que ligou para uma emissora de rádio para contar de seus problemas. Eu me vi por dentro da história dramática e no fim tive a sensação de que até ela sabia que ficaria melhor sem aquele cara.
Depois de rodar o estacionamento inteiro, finalmente acho uma vaga para estacionar meu carro. O bar, assim como a mim tinha sido dito, tinha uma pegada anos 90, homens parecidos terem saído de um filme e motoqueiros se situavam na enorme mesa de sinuca no meio do salão. Um enorme balcão com todo tipo de gente escorada exigindo uma bebida por quaisquer que fosse o problema da noite, meus olhos param em uma figura diferente das demais.
A mulher aparentava ter, no máximo, vinte e três anos, roupas formais demais para participar das corridas ilegais de motocicleta que os frequentantes daquele local provavelmente participavam, os olhos castanhos vidrados no copo preenchido com whisky barato, os cabelos cacheados caídos no ombro esquerdo, deixando o lado contrário descoberto, e, antes que eu pudesse parar, meus pés já me guiavam ao banco vazio ao lado da garota.
— Boa noite morena. - A garota me analisava da cabeça aos pés com o olhar entediado.
— Eu te conheço? - A cacheada pergunta em um tom impaciente, com o olhar ainda vidrado em seu copo de bebida, como se fosse o objeto mais interessante local.
— Ainda não. - A morena junta as sobrancelhas balançando os ombros com indiferença.
— Se não me conhece por que está falando comigo?
— Calma mãe, geralmente não falo com estranhos.
— Pode ir então. - A garota revira os olhos sem fazer questão de esconder a raiva em seu tom de voz.
— Você é sempre tão educada assim? - Pergunto em um tom debochado e a menina me encara impaciente, sem deixar de rodar o canudo de sua bebida.
Ela não enfiaria isso na minha garganta, enfiaria?
— Haha, não, eu só tive um dia ruim.
— Sério? Por que? - Seu olhar desvia do meu para pedir mais uma bebida, que descobri ser bourbon e gelo.
— Você não sabe meu nome mas quer saber meus problemas? - Ela debocha tirando o canudo do copo, virando a bebida em um só gole já pedindo outra dose e seguida.
— Podemos mudar isso, qual seu nome?
— Não vou te falar meu nome, nem te conheço.
— Como quer que nos conheçamos se não vai me dizer seu nome?
— Simples, eu não quero que nos conheçamos, no máximo vou transar com você, não precisamos de nomes.
— Deixa eu ver se entendi, não posso saber seu nome por não te conhecer mas posso transar com você?
— Se você não quiser procuro outra pessoa...
— Eu não disse que não queria.
— Na sua casa ou na minha?
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𝐁𝐞𝐡𝐢𝐧𝐝 𝐓𝐡𝐞 𝐌𝐮𝐫𝐝𝐞𝐫 - 𝐁𝐞𝐚𝐮𝐚𝐧𝐲
FanfictionAny Gabrielly, detetive perita, sempre muito eficiente e capaz de resolver seus casos sozinha no agitado estado de Washington, fica irada quando seu superior manda um ajudante com a desculpa que ela trabalha demais. Joshua Kyle Beauchamp, perito cri...