Criada para Matar

⚜Capítulo 2⚜

Não esperava que esse dia chegaria tão rápido. Uma culpa, um ódio por mim mesma. Como não percebi que meu pai estava assistindo o meu treinamento?
Uma vitória de algo que não era a sério, mas que agora está levando minha única amiga a morte. Já me encontro na sala do trono, com muitos nobres ao redor ansiosos para o espetáculo sangrento, ou melhor, que eles acham que ia acontecer, onde eu acho forças para fazer tamanha injustiça com alguém que amo?
O enunciado foi feito, ele parecia satisfeito com o que estava acontecendo, como se estivesse pronto para levantar a espada e branda vitória.

— A cabeça dessa traidora será o nosso prêmio! — Sem compreender direito o porque, minha raiva cresceu ao ouvir isso.

— Chega! Não ouse encostar um dedo
! — sai do lado do trono e fiquei frente a frente com a Vossa Majestade.

Olho para a Analu, em seus lábios me dizia que não devia fazer o que estou pensando. Mas não podia deixar ela morrer, não podia deixar que o homem que se diz a justiça, continue fazendo atrocidades injustas.
— Que falta de reverência é essa, imunda?

— Posso até ser imunda, mas não sou um monstro igual a você. — Aquele olhar cheio de fogo veio em direção a mim, mas pela primeira vez não tive medo, apenas nojo.

— Me respeite garota!

— Respeito? — disse com ironia — Quem é você pra exigir respeito quando se quer respeita sua esposa, deitando-se com outras mulheres...

— Cale a boca, eu sou seu rei e seu pai e ordeno que pare! — dizia ele ao mesmo tempo que eu, a raiva era evidente em sua voz.

— Quem é você para dizer que é meu pai sendo que estrupa a própria filha, depois a tranca no calabouço e a tortura até ficar inconsciente, se aproveitando do momento de fraqueza. — Grito o mais alto que consigo, nas minhas últimas palavras ele havia partido pra cima de mim com a espada, esquivei-me facilmente, tempo o suficiente para empunhar minha adaga e cortar seu pescoço.

Pessoas com raiva não pensam direito. Ao ver o que fiz senti um grande alívio, mas era mais sangue em minhas mãos, ainda pior, sangue do meu sangue, apesar de ser tão cruel não esperava chegar a esse ponto. Um silêncio se estabelece naquele palácio. Eu tinha que pensar no que fazer, só que tinha que ser rápido, as pessoas não conheciam quem ele realmente era, principalmente os nobres que sempre se davam bem com um rei corrupto.

— Nenhum dos senhores conhecia o “rei” de vocês – havia sangue manchando o tapete carmim, que servia para demonstrar poder — um homem horrível, cruel, um grande estuprador. Possivelmente ele já deve ter obrigado uma de suas filhas a se deitar com ele e depois dar dinheiro aos senhores como se fosse um presente, tratando o sangue do seu sangue como uma mera meretriz, este homem — aponto para o corpo caído — iria desonra cada um dos senhores, roubando suas mulheres,  as estuprando e por fim as matando. Podem dizer que é blasfêmia. Mas senhores, eu vi isso com meus próprios olhos. Eu era obrigada a assistir todas as ações maléficas deste ser... Agora a escolha é dos senhores, vão querer me matar ou querem um reino melhor? — jogo todas as minhas armas no chão, levantando as mãos pra cima como se estivesse vulnerável.

Não havia pensado direito no que poderia acontecer com essa atitude, os murmúrios e rostos espantados dominam a sala, havia uma grande tensão no ambiente, até que alguém começa a gritar “Viva a rainha”, procuro em volta um homem de barba grisalha brada com todas as forças, levantando seu punho cerrado ao ar, logo todos se uniram a ele com suas vozes e em um único som estavam meus novos aliados.

— Viva a rainha Estella!

Mesmo obtendo vitória entre os nobres, ainda odeiam Analu e desejavam sua morte, então forjei sua morte e a escondi entre reinos.
O rei não poderia morrer pelas mãos da herdeira, o restante do povo não aceitaria, seria considerada uma traidora, então os nobres entraram em um concordo em me ajudar em esconder a morte do rei por um curto prazo, o suficiente pra estabelecer um novo reino. Uma tragédia a morte do rei, mas de forma completamente natural. Pode parecer que não mas só estou tentando manter a paz entre os reinos e essa atitude é necessária, para que possamos crescer.