Capítulo XXIII - Rivalidade

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O sol nasceu no reino e os pingos de chuva escorregavam pelas folhas verdinhas das árvores. A tempestade da noite anterior tinha atrasado um pouco a reconstrução e agora os aldeões carregavam vigas de madeira e tijolos com a ajuda dos cavaleiros e de um ao outro.

Não se falava de outra coisa a não ser da grande festa de noivado da princesa. Seu povo estava satisfeito e muito feliz pelo casal, pois achavam que Téia tinha ganhado mais uma geração de líderes justos e gentis.

Enquanto bocejava, Selena andava pelos corredores do castelo indo em direção a mesa para tomar o café da manhã. Ela conhecia aquele corredor onde ficava a antiga sala de seu tio Oreius. Sentiu uma pontada de dor em seu coração ao se lembrar de Luís, seu primo. Estava sendo muito difícil para ele lidar com a morte do pai.

Ela passou pela porta da sala, mas parou imediatamente quando a viu entreaberta. Seu tio não costumava deixar a sala destrancada. Franziu o cenho e entrou, dando de cara com seu primo lendo um livro antigo e Tristan.

— Luís e Tristan? — ela disse se aproximando. — O que fazem aqui?

— Olá, Sely, só estávamos investigando as bugigangas do Oreius, queremos saber o que aconteceu de verdade com o Miraz. — Tristan disse simples.

— Meu pai sempre foi um devorador de livros, mas esses aqui são muito complexos. — Luís apoiou suas mãos em cima da mesa repleta de páginas rasgadas e desenhos dos símbolos negros, do portal e dos fragmentos do caixão da escuridão eterna.

— Que curioso... — Selena pegou um papel grande que mais se parecia com um mapa com mais símbolos negros. — Eu já vi esse símbolo na minha mestre e no Miraz...

— Então quer dizer que ela... — Tristan olhou para a amiga que suspirou, seu rosto estava tenso.

— Pode ser que sim. — Luís mexeu em algumas páginas escondidas no meio daquela bagunça. — Esses símbolos são diferentes, vejam.

Estendeu as folhas.

— Não são como os demoníacos... Olhe, tem o desenho de duas estátuas segurando uma coisa... — começou Tristan e Luís se aproximou.

— É o sol. — Luís concluiu com seus olhos cravados no desenho das estátuas gigantes segurando o sol amarelo no meio delas, cada uma com um braço e Selena se lembrou dos poderes mágicos de Camila, mas não disse nada.

— O que será que esses símbolos significam? Estão alinhados em uma frase.

— Não tem tradução, acho que não deu tempo para o meu pai traduzir ou tentar.

— Eu acho que nós vamos ter que rever tudo desde o começo. — Selena disse por fim e seus amigos balançaram a cabeça em concordância.

Lauren sentiu os raios do sol em seu rosto e abriu seus olhos. O vidro da janela estava com alguns pingos. Ela se sentou na cama, puxando o lençol para cobrir seus seios e bocejou para depois massagear o pescoço. Olhou para o lado e Camila ainda dormia como uma pedra o que a fez sorrir fraco, acariciando o rosto de sua noiva.

— Bom dia, raio de sol. — sussurou, depositando um beijo na bochecha dela.

Lauren se sentou na beirada da cama e procurou por seu vestido e o paletó. Ela se espreguiçou antes de levantar e vestiu as suas roupas, foi só terminar de se vestir e ouviu as batidas na porta.

— Está acordada, Lady Camila? O café da manhã está servido. — Lauren prendeu o riso ao ver sua amada imóvel na cama, a noite anterior tinha deixado ela exausta e Lauren também sentia um cansaço.

Ela ajeitou seus cabelos para ficar menos parecido com um ninho de passarinhos e caminhou até a porta, abrindo devagar.

— Bom dia, Camila está dormindo ainda. — ela disse e a senhora arqueou uma sobrancelha por vê-la ali.

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