Capítulo 2

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O quão azarado eu conseguia ser? Como isso foi acontecer? Eu estava nas masmorras do castelo, eu acho... Havia um sapo na mesma cela que eu, e ele não parava de resmungar algo que eu não estava entendendo, mas provavelmente era coisa da minha cabeça. Esse lugar não poderia ficar mais estranho.

Eu nunca tinha sido preso antes, mas era para ser assim mesmo? Aquele lugar não parecia em nada com as masmorras dos filmes que vi, estava tudo sendo iluminado por um grande lustre cheio de cristais vermelhos e transparentes, haviam sofás acolchoados com o tecido num veludo vermelho com almofadas douradas, ao seu lado tinha uma pequena mesa com algumas frutas, o chão era feito de mármore com um tapete felpudo por cima, as paredes eram levemente avermelhadas e como decoração havia várias fotos do Rei coladas nela, um pouco narcisista talvez? Mas se eu fosse bonito assim, também gostaria de ver as minhas fotos na parede.

Isso aqui é melhor que a minha casa, como era possível isso?

Será que isso iria aparecer nos meus registros? Como vou explicar para a minha família que quase matei um rei e fui preso por isso? Que lugar será esse? Aquele gato falou, falou e falou, mas não me disse onde exatamente estou, ninguém me disse nada que fizesse sentido. Será que tem algum ponto de ônibus aqui por perto?

Ouvi uma voz me chamar me tirando dos meus pensamentos.

— Ei garoto? — Olhei em volta e era o sapo. Eu devia estar tempo demais naquela cela, estava ouvindo coisas. Decidi apenas ignorar. — Ei? Está me ouvindo?

— Você está falando? Como? — Eu estava um tanto chocado com aquilo e quando fui ver já estava perto demais o encarando, invadindo o espaço pessoal do pobre coitado.

— Ué! A minha boca está se mexendo e as palavras estão saindo. Mas não sei exatamente como funciona isso. — Ele estava um pouco confuso agora também.

— Por um acaso foi você que tentou assassinar o Rei? Você é louco? — Questionou, sem nem me dar tempo de pensar a respeito sobre ele estar falando.

— É... Bem, foi sem querer e... E você? Por que está aqui? — Tentei fugir do assunto.

— 'Tá brincando? Olha pra esse lugar, não quero sair daqui nunca. — Ele disse passando por mim e indo se deitar no sofá.

— Tem algum tempo que estou aqui já, acredito que uns 2 ou 3... — Ele fez uma pausa para pensar melhor na resposta. — anos, mas pode ser mais, ou menos. Eu realmente não sei, mas ficar aqui é ótimo. Você vai gostar também garoto, nós podemos até...

— Já arrumou um amiguinho Jungkook? Que fofo. — Jimin cortou a sua fala rindo um pouco. E ainda bem que ele havia chegado, eu iria enlouquecer se ficasse ali.

— Venha, o Rei quer te ver. Disse fazendo um sinal para o acompanhar, e pensando bem talvez eu quisesse continuar naquela cela, nem estava tão ruim assim.

Quando chegamos na Sala do Trono, ele já estava lá e havia um peixe mordomo ao seu lado com uma bandeja e duas taças com um líquido roxo em cima. Não consegui identificar a sua espécie, mas ele era bem grande, suas escamas eram num tom de azul-claro e ele utilizava um 'smoking' preto, com as iniciais KTH bordadas.

— Então Jeon Jungkook, de onde você vem? — O Rei estava olhando fixamente para mim, parecia que a qualquer momento iria explodir e me atirar longe.

— Sou de Gaidama, majestade. — Ele o Jimin encararam-me com olhos curiosos e confusos.

— Gai... O que? Que país é esse? Quem é o Rei de lá? — Não pude deixar de sorrir, mas não sei dizer se foi por sua pergunta ou pelo galo que havia se formado na sua cabeça.

Wonderland - O Rei VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora