Nem toda fada é boa

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"E agora, o que eu faço?!"

Isso causou uma pequena comoção, chamando a atenção de todos. E não era pra menos, eu tinha o olhar dos três príncipes mais cobiçados voltado para mim.

Olhei novamente para Thomas, com os olhos arregalados. Tentando pensar em uma resposta.

"Eu não tenho motivos para mentir..., mas..., mas ele falou com todas as letras que não queria saber mais de mim! Que diferença faz ele saber quem eu sou agora?"

Também não queria mais ser motivo de brigas entre ele e sua mãe. Definitivamente eu precisava esquecê-lo, por isso respondi:

— A-alteza, está me confundindo com outra pessoa... — Desviei o olhar.

Ele franziu as sobrancelhas, apertando um pouco mais meus ombros:

— Silva, não brinque comigo! Eu sei que é você! Está... está diferente, mas é você, não é esse seu nome?

Eu também franzi as sobrancelhas. Olhando para ele percebi algo. Por mais que me sentisse atraída, por mais que amasse nossa amizade, ele me magoou. Não tinha mais certeza se tudo não passou de um grande fingimento por ele ter sido obrigado por Herba. Eu não queria mais ficar presa a esse tipo de relação. Já tinha passado por tanta coisa e quando perdi minha mãe, quando mais precisei, o meu melhor amigo não esteve ao meu lado... Percebi que meu coração não batia mais da mesma maneira. Pelo contrário, doía...

— Alteza, o senhor me confundiu! — Respondi com mais confiança — Existem muitas Sivas no reino das fadas! — "Vai ser melhor assim...".

— Mas são tão semelhantes... — Ele encarava-me incrédulo e confuso.

Apolo colocou a mão no ombro de Thomas:

— Thomas, o que está fazendo? Vamos voltar a treinar!

— Não! Eu preciso falar com ela!

— Mas ela já disse não ser quem você pensa que ela é!

Eu encarei Apolo com frustração. Aquele maldito tinha tentado me agarrar a força! E estava aqui como se nada tivesse acontecido!

— Qual o problema de vocês com minha serviçal?! — Erik exclamou, impaciente — Silva ou não, ela está ao meu serviço, então se vocês me dão licença — ele pegou-me pela mão, afastando-me de Thomas — eu preciso treinar!

Senti minhas bochechas se aquecerem enquanto ele segurava minha mão, levando-me para longe daquela confusão.

Thomas segurou minha outra mão. Eu literalmente virei uma corda de cabo de guerra.

— Silva, por favor, vamos conversar. — Thomas insistiu.

— Sinto muito príncipe Thomas, agora não será possível! — Erik puxou um pouquinho mais. Mas, pelo pouco que o conhecia, tive certeza de que ele só fez isso porque desejava realmente iniciar seu treino logo. "Não se iluda, sua tonta!".

Thomas fechou a cara para Erick, estava determinado a falar comigo.

E eu logo respondi, tentando evitar mais confusão:

— Já disse, o senhor me confundiu com outra pessoa, se me dá licença, preciso trabalhar...

Thomas não soltou, continuou encarando-me com determinação.

— Ei, pessoal! — Apolo apareceu atrás de mim e descansou as duas mãos em meus ombros. — Vamos nos acalmar.

Aquilo me enfureceu:

O reino das fadas: A rainha de todas as fadasOnde histórias criam vida. Descubra agora