— Mas o que está acontecendo? — Vivian, perguntou. E depois tentou fazê-los brotar de novo. — O quê? Por que não funciona? — Ela estranhou — Raios! Que seja! Meninas, segurem-na!
As fadas me seguraram e cortaram todo meu cabelo, se divertindo com aquilo, brincando com as mechas que se soltavam.
"Meu cabelo...". — Aquilo era humilhante, era como se toda minha dignidade caísse no chão junto com cada fio.
Depois que elas terminaram, soltaram-me e se afastaram de mim, morrendo de rir. Eu levantei trêmula, tropeçando em meus pés. O que eu vi no espelho me horrorisou. Elas cortaram o máximo que puderam. Até buracos tinha. Parecia que uma criança de quatro anos havia cortado o cabelo de sua boneca.
— Ah, mas espera. Ainda falta um toque especial! — Vivian falou.
E como se tudo não fosse o suficiente, jogaram um balde de lama que me cobriu da cabeça aos pés.
— Isso é pra você saber o seu lugar neste castelo, serviçal! — Vivian, falou rispidamente.
Depois disso, elas finalmente saíram voando do vestuário, às gargalhadas. Deixando-me sozinha, naquela situação degradante.
E eu apenas fiquei ali, em pé, lambuzada e desolada.
— Por quê? O que eu fiz de tão errado para ser tratada assim? – Meus olhos transbordaram com as lágrimas. O nó na garganta e no estômago apertou-se mais. Eu não conseguia conter o choro. Lavei o rosto no lavatório, tremendo muito.
— Céus! Querida, o que aconteceu com você! – Ouvi uma voz afeminada vindo da porta, que se abriu. Era o Príncipe Arthur.
Eu olhei com raiva para ele:
— Está aqui para rir de mim também! – não pude deixar de pensar que talvez ele também estivesse envolvido.
— Oh, não, meu bem! – Ele chacoalhou as mãos, negando. – Eu só vim me trocar! – Ele colocou sua bolsa rosa choque em um dos bancos e se aproximou de mim, espantado. – Mas o que houve com você?
— Foram umas fadas malvadas... – respondi, ainda desconfiada.
— Isso é inaceitável! – ele estava chocado - Olha, espera aqui, eu vou chamar ajuda. Depois que você se limpar e se acalmar você me conta o que aconteceu. Está bem assim?
— Eu não quero que mais ninguém me veja assim... – Respondi com a voz engasgada. O choro era incontrolável. Eu odiava ser vista assim.
— Não se preocupe, apenas me espere. Confie em mim, está bem?
"Confiar? Está aí uma coisa que será difícil fazer de novo...". Mas de fato, ele tinha uma expressão de preocupação verdadeira em seu rosto. Aliás, olhando melhor. Seu rosto transparecia esse tipo de confiança. E eu sabia exatamente o porquê. Ele era muito parecido com minha mãe. Os olhos, a boca, o formato do rosto. Era a sua versão masculina.
— Está bem. – Respondi.
Ele se apressou em direção a porta e saiu voando. Era por isso que aquelas asas eram tão familiares para mim. Também eram semelhantes às da minha mãe. Abaixei-me no chão:
— Mãe... Eu prometi que teria mais coragem, mas... – E chorei mais, aos soluços.
Poucos minutos depois, Arthur estava de volta.
— Venha – ele chamou alguém. – Ela está ali!
"Oh, droga! Logo ele!".
Era o Erik e já tinha trocado seu uniforme por um belo terno azul escuro com bordados, ombreiras e botões prateados. A princípio ele ficou com uma expressão de espanto petrificada no rosto. Depois comprimiu as sobrancelhas e veio caminhando imediatamente até mim.
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O reino das fadas: A rainha de todas as fadas
Fantasia•(Em andamento) Silva é uma adolescente de 17 anos de idade. Ela mora em uma aconchegante casa próxima à floresta. Às vezes ela consegue ver criaturas que ninguém mais vê, mas sua mãe a ensinou como ignorá-las. Estava dando certo, até que certo dia...