Capítulo 5 A Emboscada

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O noivo e o pai haviam saído para a reunião do conselho para discutir o Conde. Lucy aproveitou o momento de solidão do fim da tarde e preparou um banho. A mãe terminava de bordar e os meninos brincavam antes do jantar.

Na água, Lucy pensou nos últimos dias, nas revelações que eles trouxeram. Pensou em Asper Harper abrindo a porta e vendo-a daquele jeito, nua. Então lembrou-se dos breves segundos em que havia olhado no rosto do Conde. Seus olhos verdes pareciam seguir Lucy durante todo o dia. Mesmo ao ajudar a mãe na cozinha, alimentar as cabras, colher os ovos e limpar a casa, Lucy sentia que o Conde a observava pacientemente.

Agora, sozinha na banheira de madeira, a presença dele era ainda mais forte. Lucy fechou os olhos, e não demorou muito para vê-lo na floresta escura dos seus sonhos. Venha até mim, ela pensou, se eu sou sua prometida, venha até mim.

De imediato sentiu o corpo aquecer, como na primeira noite. Agora que sabia o que a aguardava, Lucy entregou-se à brisa que entrava no quarto e gelava as partes do seu corpo que estavam molhadas e fora d'água; mamilos, pescoço, coxas.

"Estou aqui, Lucy."

A voz dele, suave como veludo, grossa e quase gutural, estava dentro de Lucy e ao mesmo tempo no ar, vibrando no quarto. As velas tremeluziram como resposta.

"Você só precisa abrir a janela, e eu entrarei."

Ela sussurrou:

— Não, não posso convidá-lo a entrar. Você vai me machucar.

"Jamais. Pelo contrário. Eu quero sentir o calor da sua pele, minha amada. Inalar seu cheiro, algo com o qual eu sonho há dezessete anos."

Lucy deslizou a mão para dentro d'água, para a carne que já estava quente e melada de expectativa.

"Isso, Lucy, é isso que eu quero te dar. Isso e muito mais."

Ela gemeu, sem conseguir domar o próprio desejo. Acelerou o ritmo da massagem e sentiu o prazer aumentar, viajando pelo seu corpo e chegando até os dedos os pés, das mãos, ficando entalado na garganta e endurecendo seus mamilos.

"Por favor... abra a janela. Eu quero você e não aguento mais esperar."

Mordendo o lábio, Lucy balançou a cabeça devagar. Mesmo assim, já antecipava abrir a janela e vê-lo de novo, poder tocá-lo e ser tocada por ele.

"Você só precisa me convidar."

Então Lucy, sem conseguir mais esperar, abriu os olhos e disse:

— Entre, Conde.

***

Drake e Asper estavam em pé diante dos homens de Gattas Nial. Ao redor do círculo na clareira, dezenas de estacas segurando tochas marcavam os limites da reunião. Era uma noite fria e de vento cortante, com poucas estrelas no céu e uma luz finíssima.

Drake abriu os braços para cima, uma rajada de vento agitando seus cabelos.

— Ouçam-me, homens Nielenses!

A faladeira morreu, e todos concentraram-se no Sr. Von Schlott.

— Há quanto anos vivemos sob a ameaça desse ser demoníaco? Duzentos? Como se sentem, temendo o mesmo homem que os seus bisavós temiam? Não posso saber o que se passa nos corações de vocês, mas digo o que sinto: vergonha! Vergonha por não ter levantado uma arma para defender minha família e minha aldeia!

Muitos homens assentiram, outros murmuraram palavras de apoio.

— Eu digo que a hora chegou! Vamos enfrenta-lo! Vamos libertar nossas filhas desta sina, nossa aldeia deste medo! O que temos a perder? É melhor morrer com honra do que viver pela metade! Quem está comigo?

Prometida para o CondeOnde histórias criam vida. Descubra agora