Capítulo 11: O Baile

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Quando Lucy acordou de novo, ficou surpresa com o que viu. Um cavalo adulto, com o pelo mais longo de branco que ela já havia visto, estava no meio do quarto. Nua, Lucy caminhou até ele e viu um pergaminho preso por uma fita de cetim em volta do seu pescoço. Sorrindo, ela abriu o pergaminho e viu o convite:

"Lembre-se que tudo isso é uma deliciosa ilusão. Não há pecado, apenas prazer. Monte o cavalo, nua como está. Ele trará você até mim e eu lhe darei a melhor noite da sua vida.

Kiernan."

Ele está louco, ela pensou, olhando o cavalo. O animal a observava, pacientemente, com olhos negros e brilhantes. Havia um banquinho branco adornado com ouro, próximo ao animal. Lucy pisou nele e com as bochechas quentes de vergonha, montou o animal. O cavalo moveu-se devagar até a porta, mexendo suas vértebras debaixo de Lucy. Ela sentiu o prazer subir-lhe o tronco com o roçar dos pelos do animal contra seu sexo. Eles passaram para o hall, e depois para outro, e a cada passo do cavalo, Lucy precisou concentrar sua decência para não gemer.

O cavalo parou numa antessala. Lucy viu uma banheira cheia de água quente, fumegando. Ao lado, deitado sobre um móvel acolchoado, um vestido comprido de tafetá roxo, encrustado com joias preciosas. Lucy percebeu que seu queixo caíra ao admirar a peça de roupa mais elegante e ousada que ela já vira. O vestido fora modelado para deixar um dos seios à mostra. Ao lado dele, uma máscara de bailes no estilo carnavalesco, com uma pluma roxa.

Ao cruzar o limiar para o grande salão, Lucy sentiu-se a menor das criaturas. Ela olhou para cima e viu o teto abobadado, tão longe que poderia ser o céu. A vertigem fisgou sua barriga e ela riu de si mesma, inebriada de felicidade. Quando voltou os olhos para a frente, precisou cobrir a boca.

Kiernan caminhou lentamente em direção a ela, vestido com os trajes típicos para um Conde; botas de cano alto, calças de tecido claro e jaqueta com trabalho detalhado de bordados. Na cintura, carregava a espada embainhada transversalmente. Os cabelos estavam penteados para trás, dentro de um chapéu de peles. Mas não fora a beleza aristocrática do Conde que havia tirado a respiração de Lucy. Foi ver centenas de pessoas, vestidas para o baile, no salão. Ela sabia que era uma ilusão, mas naquele momento Lucy foi transportada para coisas que só conhecia em livros.

Um grupo de músicos tocava valsa.

Kiernan estendeu uma mão, a outra manteve atrás das costas:

— O baile não podia começar sem a mais bela das mulheres.

— Eu não sei o que dizer...

— Então dance.

Ela ofereceu a mão timidamente e Kiernan a rodopiou até o meio do salão, arrancando seu fôlego, fazendo com que ela gargalhasse. Então uma nova valsa começou, típica da região da Transilvânia. Os convidados passaram a rodopiar como eles, traçando círculos no salão. Lucy corria os olhos de um para o outro. Eram casais adornados com as mais luxuosas roupas, usando máscaras. Ela avistou uma mesa retangular à distância, servida com pratarias antigas e taças de cristal.

— Esfomeada como sempre — riu Kiernan.

— Essas pessoas... elas...?

— Todas são fruto da sua imaginação, minha bela. A partir de coisas que leu, imaginou e sonhou.

Lucy envolveu Kiernan com os braços e apertou a cabeça contra o peito dele.

— Isso é um sonho...

— Não, é apenas um fragmento de como nossa vida vai ser.

— É opressor, é demais... — ela deu alguns passos para trás — eu preciso tomar fôlego, Kiernan.

Prometida para o CondeOnde histórias criam vida. Descubra agora