Rosamund abriu a porta da casa e dispensou as cerimônias, gesticulando para que seus convidados entrassem logo. Mia Venketa e Asper Harper estavam bem agasalhados com casacos e botas de peles de animais. Quando Rosamund fechou a porta, a entrada da casa já estava salpicada de neve. Os convidados se despiram de seus agasalhos e se aqueceram diante da lareira por alguns segundos.
— Aqui, tomem seus chás — Rosamund entregou um copo para cada um —, e sentem-se, somos família e não precisamos de tanta frescura.
Quando os três estavam sentados, ela começou:
— Ele não sai do quarto, nem para comer. Tosse, está doente, e corroído pela culpa e tristeza. Fiz tudo o que pude.
— É por isso que estamos aqui. — Mia falou.
Asper falou:
— Se já estou forte o bastante para caminhar, estou forte o suficiente para enfrentar o Conde de uma vez por todas. Mas vou precisar de Drake comigo, da voz que ele tem na aldeia.
— Os homens não vão lutar, não depois do que aconteceu na clareira.
Asper balançou a cabeça.
— Eu acho que vão, quando eu explicar o meu plano. Veja bem... precisamos invadir o castelo.
— Mas ele vai matar a todos... — Rosamund interferiu.
— Mas ele precisa dormir durante o dia.
Rosamund olhou para Mia, que assentiu com a cabeça.
— Enquanto estiver dormindo, vamos atear fogo ao castelo. Se ele ficar, ele queima. Se ousar sair, a luz do sol fará o resto. Mas precisaremos de muitos homens, com muitas tochas, para incendiar o castelo por inteiro.
— Mas e Lucy?
— Eu tirarei Lucy de lá antes.
Então Asper pegou as mãos de Rosamund:
— Eu prometo que, se Lucy ainda... ainda estiver viva, eu a trarei de volta.
Mia suspirou:
— Já analisamos todas as opções... é nossa única chance, Rosamund. Mas sem Drake...
— Estou aqui.
Eles se viraram e viram Drake na porta.
Asper levantou-se, sentindo a fisgada no abdome.
Mas Drake levantou a mão para impedi-lo:
— Você tem razão, Asper. Isso precisa acabar. Eu farei o que tiver que fazer para trazer minha filha de volta.
— Meu velho amigo, eu sinto muito-
— Você não tem culpa de nada. — Drake olhou para Mia — Venketa, consegue reunir os homens na clareira? Ainda agora, enquanto há luz? Precisamos de todos.
Mia Venketa levantou-se.
— Mas é claro, Drake. Será um prazer.
***
Lucy recostou-se contra Kiernan. Os dois estavam na banheira de madeira, e a água já começava a esfriar. Olhando para baixo, para os dedos entrelaçados dos dois, Lucy notou que os dela estavam enrugados como uvas-passas, mas não os dele.
— Preciso enviar uma carta aos meus pais, à Asper, à minha querida Venketa... — ela murmurou —, explicar que estou bem e que precisam parar de se preocupar. Que assim que possível vou visitá-los.
Ela sorriu ao sentir o beijo dele em seu ombro. Ouviu a voz de Kiernan, atrás dela.
— Meu amor, sabe que eles nunca aceitarão isto. O amor dos mortais é egoísta. Eles prefeririam que você fosse infeliz sem mim, só para que pudessem estar com você.
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Prometida para o Conde
VampiroLucy Von Schlott vive na aldeia de Gattas Nial, nos montes da Transilvânia, e é uma jovem inteligente e feliz, até começar a ser perseguida por sonhos obscuros e eróticos. Quando uma amiga dela é encontrada drenada de sangue, Lucy descobrirá que seu...