Capítulo sem título

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Repleto de ambiguidade

de certezas difíceis e dúvidas fáceis

lutando contra meu ser e suas múltiplas faces

observando por horas a lua e tuas fases.

Completo de afirmações tão incertas

que esqueço a direção das flechas

será que eram para atingir o alvo? um álbum? o que me resta?

o álbum de fotografias velhas da nossa primeira festa.

Eu agora, só consigo pedir que as vozes se calem

empalado na parede do quarto que tu me tem

feito tapa-buraco ali sem razão me mantém

apenas porque da cratera, tu não quer se lembrar tão bem.

Todavia quem se cala sou eu

tateio teus rostos como se fossem meus

crio uma história melhor, como se fosse Deus

só pra não criar a vida na qual sou todo teu.

É visto que me machuca, obviamente

não hei de ser tão inocente

e dizer, maldizendo, dos meus sentimentos, "incoerentes"

por não agradar teu ser, quando se encontra a frente.

Mesmo assim não sei do que se trata

se são as vozes, o trabalho ou a vida é quem maltrata

ou o que trago, seja o mesmo que me mata

talvez morra eu, com minha rima fraca.

Poeta que não faz mais poesias

viciados em trabalho, em casa por dias

românticos incuráveis, em completa monotonia

é como o vasto universo sem planetas, de nada servia.

De que serve então, a ambiguidade

se não para causar-me desconforto, a esta idade

onde já se viu, em plena mocidade

ter chorado tanto, e de risos... Nem a metade?

,Where stories live. Discover now