A Voz De Várias Vozes

Capítulo VI

Versos Sangrentos De Ballim

Antes da Era de Razalgum, numa antiga Era em que a terra dos dragões ainda se mantinha erguida como a fraca brasa de uma fogueira acesa no mar de um derradeiro e intenso inverno de neve, do que hoje conhecemos como os quatro reinos, uma Ordem secreta se formava na escuridão como uma pequena faísca; não no escuro das trevas, mas, é claro, o da "esperança", como diziam os homens sem pelo. Naquela época, muitos magos de diferentes classes sociais deixaram suas casas, e suas mulheres e filhos e família para atender a convocação de um homem que se autodenominava lorde de Yodaraã. — E Yodaraã, em outras palavras, era uma terra do continental com vastos campos verdes e com pinheiros largos e compridos no pé de montanhas, afastada das grandes cidades. Diziam por aí que podia ser encontrada próxima ao mar azul da costa ou talvez por passagens em cavernas. Mas o que importa é que uma fortaleza negra fora levantada e nomeada de a Alta-Cúpula Dos Magos na expectativa de que ela fosse o pilar da revolução, construída com rochas rachadas da ruína de outros castelos destruídos e queimados pelo fogo da goela de um dragão.

Mesmo que às cegas e com infinitas divergências do que, em suma, os magos descreveram como "batalha contra os reis", o lorde de Yodaraã tinha planos irrefutáveis e nenhum tipo de interesse pessoal, assim como a grande maioria que se dispôs a segui-lo. Isso o tornava um símbolo de justiça e confortava o coração mais velho do já ancião dos magos. Eles tinham o sonho de ver todas as terras de Razalgum sob o comando do dragão branco a qual tanto ouviram falar. Alguns contavam, sim, com a oportunidade de possuir fortuna e o azo de receber títulos honoráveis. Tivera magos que já possuíra linhagem guerreira e que obviamente vinha de família. Dizia-se que todos eles (sem exceções), montavam calavos selvagens, ferozes e grandes domados na antiga terra perdida de Ivarkea. Porém não existia um homem sequer que conhecesse o caminho para lá, mas por alguma razão eles sabiam; e com isto em segredo, se preparam por um longo e agressivo período de guerras até enfim terem tudo o que julgaram ser suficiente, recrutando bruxos das montanhas do norte e magos do vale do sul.

Finalmente marcharam rumo ao castelo de Vhalvo, o rei em Qambam Glack, para iniciar o primeiro ataque de seus exércitos. A maior força da Ordem dos magos cavaleiros não situava-se em poderosos feitiços capazes de destruir castelos inteiros ou infiltrações secreta nas muralhas da capital dos reinos — como algumas pessoas gostam de fantasiar —, mas sim a cavalaria. Suas tropas carregadas por cavalos era literalmente imparável. Jamais, em tempo algum magos foram vistos portando espadas como cavaleiros. Foi uma combinação assustadora e deverasmente poderosa. Devastavam campos inteiros de batalha com lanças envenenadas e lâminas de espadas longas. Os que tinham coragem de enfrentar a cavalaria era pisoteado até a morte pelos cascos selvagens dos cavalos de Ivarkea. O primeiro ataque serviu para mostrar quem vos eram e pelo o que lutavam. Assassinaram Vhalvo e libertaram os povos de Qambam Glack.

Eles não serviam a nenhum rei e nenhum lorde, somente a si mesmos. Para proteger os interesses da nova Ordem, o fundador da fortaleza de Yodaraã (Klaus), criou três ordens de magos cavaleiros: Alcatraz, a primeira ordem. Lorde, a segunda ordem. Videl, a terceira ordem. As três ordens de cavalaria era composta por três ilustres mestres da magia que partilhavam das mesmas idéias, portanto sendo nomeados Arquimagos de Yodaraã. Cada uma das três ordens de três mestres de cavalaria foram divididas pelos quatro cantos de Razalgum com as mesmas funções de guerra, o que originou na lendária Ordem da Tríade e a Trindade Tripla. Seus objetivos eram claros: destronar os reis e libertar as cidades. Quando concluído seguiriam em peregrinação à Yaratraz para entregar estes reinos tomados nas asas daquele a quem consideravam ser o legítimo governante de Razalgum. Embora a princípio o desejo fosse dá-los a Ballim, Gaygon era quem reinava o castelo Yara porque há muito tempo não se tinha notícias do dragão branco; mas eles acreditavam fielmente que talvez ele estivesse apenas voando por além do oceano.