III - Ajuda

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III

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III

Ajuda

Joguei-me até a porta e tentei colocar a chave, mas meu corpo trêmulo e os movimentos desesperados me impossibilitava de conseguir abrir. Ao olhar para trás a mulher já estava avançando em mim com a faca mãos, arrastando suas tripas. Fechei meus olhos, senti que iria morrer. Contudo meu corpo começou rolar diversas vezes. Caí em algum lugar. Quando voltei a abrir, estava deitado em um chão gelado de cerâmica. Olhei em volta, o lugar era iluminado com lâmpadas, parecia uma sala de espera de um hospital, mas com certeza não era um hospital. Atrás de mim uma porta com a chave "Ajuda" na fechadura. Provavelmente foi de onde tinha acabado de fugir.

— Todos me diziam... — Disse Tânato sentado em uma cadeira de espera lendo um livro. — Para ser algo ou alguém que eu queria e sonhava, teria que sofrer bastante. "A vida não é fácil eles falavam". Eu queria apenas viver minha vida calmamente, mostrar uma visão de um mundo melhor, queria mudar essa maldita frase. No fim, só queria saber me expressar, e ter alguém para me ouvir.

A esse ponto eu já sabia, o que estava em jogo era a minha sanidade. Eu não sabia meu nome, nem quem eu era e nem sabia se o que eu estava vendo e vivendo era verdade ou não. A única coisa que eu sabia, era que nada daquilo estava fazendo sentido. Tânato, ainda com a sua maquiagem intimidadora escondendo seu rosto, fechou o livro e foi andando lentamente de cabeça erguida até uma janela próxima.

— Mas apenas um indivíduo pode mudar tudo e todos? Se não, ele pelo menos pode ter uma vida de paz? — Ele ficou olhando para a paisagem escura da janela. — Enfim, eu não sei se é só uma impressão minha, ou realmente as coisas no mundo estão ficando cada vez piores? — Ele me encarou por cima dos ombros de forma macabra.

As luzes começaram a piscar e o chão começou a tremer. Eu me afastei deixando Tânato para trás e fui para o corredor que ainda estava iluminado. O corredor tinha diversas portas e no final dele, uma cadeira. Nela, uma nova chave prata com manchas onde estava grafada a palavra "Vingança". No lado dessa cadeira tinha uma porta prata com sangue escorrendo pelas brechas.

E ali estava em mais um dilema esquisito, ficar parado e esperar que todas as luzes do corredor se apaguem e ficar no breu absoluto com o misterioso Tânato, ou prosseguir pela porta nada convidativa. Ambas as escolhas desafiavam minha sanidade e minha vontade de conseguir respostas. Tomei a chave e abri a porta antes de ser consumido pela escuridão. Quando entrei, a porta de metal se fechou sozinha atrás de mim.

A Mansão LúgubreOnde histórias criam vida. Descubra agora