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Sinto meu sangue pegar fogo. Está borbulhando pelas minhas veias, prestes a incendiar o resto do meu corpo. Mas esta não é a sensação maravilhosa que eu sinto quando estou com a Any, esta é a raiva, o ódio que eu estou dos dois idiotas que não se contentam em ver outras pessoas felizes. Ou pelo menos mais felizes que eles.
Noah e Sina chegam saltitantes até a escada, mas quando nos veem, ficam tão sérios e assustados que por um momento acho que vão cair duros no chão. Mas o susto logo passa e o casal de cobras logo retomam a expressão normal nos seus rostos patéticos e irônicos de sempre.
Cerro os punhos e me levanto rapidamente. Dou alguns passos até eles e respiro fundo para não bater no Noah neste mesmo instante. Quero ver se ele tem alguma coisa útil para falar antes eu quebrar todos os dentes dele. Mas aparentemente, útil e Noah não são coisas que podem ser colocadas em uma mesma frase.
Any também se levanta e segura meu braço, tentando me acalmar e me manter longe dos dois. Mas sei que é ela quem também está louca para arrancar cada fio de cabelo da Sina. Um por um.
— Nossa, Any! - Diz Sina sorrindo. - Pela sua cara, você já deve ter visto o que escreveram sobre você lá na frente. - Ela aponta para o corredor.
— Foi você escreveu, não foi? - Any corrige.
O resto das lágrimas que ainda estavam no seu rosto logo dão lugar a uma expressão nada acolhedora. Se eu fosse a Sina ou Noah, sairia correndo para longe daqui agora mesmo.
— Ah, por favor, Any, você realmente acha que nós perderíamos nosso tempo e arriscaríamos tanta coisa apenas para escrever umas verdades na parede? Por que gastar tintas quando nós temos bocas para falar na sua cara? - Responde Noah, despreocupado demais para alguém que está perto de tomar uma surra. - Até porque, acho que já demos o troco demais em você.
— Como assim? - Pergunta Any.
Sina e Noah sorriem de canto de lábio e olham um para o outro rapidamente, antes de se viraram para nós novamente.
— Por favor, Any, não vai me dizer que você não sabia. - Comenta Noah, mas o rosto de Any ainda continua confuso.
— Sabia do que? - A impaciência fica explícita em sua voz.
— Nunca se perguntou do porquê que eu sumia do nada ou não te respondia? Ninguém nunca te contou?
— Você precisa de um tapa nas costas para desengasgar essas palavras que não saem?" Ameaço, e vejo seus ombros ficarem tensos.
— Eu e a Sina não começamos a sair agora. - Ele pega na cintura dela e a abraça de lado. - Ah, por favor, Any, eu não ficava em casa cuidando da minha irmã.
— Você traiu a Any... com a Sina? - Pergunto. - A melhor amiga dela?
— Enquanto nós estávamos namorando? - Any arregala os olhos e coloca a mão no rosto novamente.
