diga meu nome ❅ beauany.

↺ capítulo 57

━ ANY GABRIELLY.

— Qual é o seu problema? - Grita Sina na minha direção, ao me ver entrando no banheiro.

Com tantos banheiros na escola, como que consegui entrar exatamente no que ela estava?

Ela vem até mim com fúria nos olhos e com os punhos cerrados. Mas não fico surpresa, o que me surpreende é que ela não buscou satisfações logo depois da festa, como achei que faria.

— O que foi aquilo, Any? - Pergunta ela.

— Você quer dizer o meu ex me humilhando não frente de todo mundo? Ah é, você não se importa com isso. - Digo de maneira curta e direta.

Não restam muitas palavras para Sina me responder. Ele para, olha para mim e pensa. Provavelmente está decidindo que tipo de amiga ela deve ser agora, uma que não se importa nenhum pouco com o sentimento da outra, ou uma que finge que se preocupa. Mas eu não posso a julgar muito neste quesito.

Eu pego um papel higiênico e limpo a minha maquiagem. Sim, talvez eu tenha chorado um pouco ao sair do carro e chegar até o banheiro, mas não acho que Josh percebeu, já que sai do carro mais rápido do que uma bomba. E acho que foi porque eu estava nervosa ou, não sei, envergonhada. Como disse a ele, estou me sentindo muito frágil ultimamente, muito exposta, assim como eu temia há alguns dias atrás.

— Porque você não me disse? - Pergunta Sina. Ela olha para mim com uma mistura de desapontamento e confusão em seus olhos, mas sua voz não demonstra nada.

— Como eu poderia te dizer, Sina?

— Como? Any, você teve todas as oportunidades possíveis para me falar. Eu te contei que estava apaixonada por ele, o primeiro menino desde séculos. Te contei tudo que eu pensava sobre ele, cada detalhe, e você me falou que o odiava. - Ela aponta pra mim.

Paro de olhar para ela através do espelho e me viro de frente, onde vejo seus olhos concentrados me encarando.

— Exatamente, você estava apaixonada, era o primeiro menino em séculos, eu não... - Paro de falar quando percebo que algumas meninas estão prestando atenção na nossa conversa. Estão tão focadas que a única coisa que faltava aqui agora era uma câmera pra elas gravarem. - Com licença, se vocês já acabaram de usar o banheiro, poderiam continuar com as suas vidas e ir para a sala?

Na verdade isso me pareceu muito mais gentil na minha cabeça, mas mesmo que eu não tenha falado com tanta gentileza, vejo que meu pedido surgiu efeito quando elas se retiram do banheiro, nos deixando sozinhas.

Sina olha para mim apenas esperando eu continuar a falar, mas eu nem sei o que devo dizer a ela, sei que eu sou a culpada, não tem muito a dizer.

— Sina. - Continuo. - Eu só não queria ferir seus sentimentos, não sabia como você ia reagir, não queria que você me odiasse, estava com medo.

— E ainda sim você me falou para ir conversar com ele quando ele chegou na escola.

— Mas Sina, eu não me lembrava quem ele era, já te disse isso. E quando eu finalmente me lembrei dele, vocês dois já estavam muito próximos, você já gostava dele mais do que eu achei que ia gostar.

Ela olha para parede pensativa, e por um momento acho que seu plano é fazer a minha cabeça bater contra aquele concreto frio.

— Se você tivesse me contado, tudo ia ter ficado bem, mas agora eu, eu não sei se posso te perdoar. - A voz dela sai fraca.

— Você realmente não entende porque eu não te contei, entende? - Pergunto alto. Não me importo se estou gritando, ou se alguém vai ouvir tudo do lado de fora, só quero esclarecer tudo que passou pela minha cabeça para que ela ao menos entenda meus motivos.