↺ capítulo 50

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JOSH BEAUCHAMP.

Acordo com o som a chuva forte batendo contra o chão e o telhado da minha casa. E quando olho no relógio, já está na hora de levantar para ir para o colégio, o que é uma pena, porque hoje é um dia perfeito para dormir até tarde.

Olho pela janela e não enxergo quase nada por conta da chuva forte que cai. O som dos trovões passeiam pelo céu e cantam de forma totalmente imponderada e poderosa. Algo nunca me encantou tanto quanto o som de um trovão, o que é particularmente estranho, já que a maioria das pessoas se sentem assustadas pelo som alto e intimidador que eles fazem, mas por algum motivo é um dos sons que mais me agrada.

De longe e com dificuldade, consigo ver Any acordando e se arrumando no outro lado da rua. Não consigo ver muito, mas a imagino com seus olhos pouco inchados por ter acabado de acordar e seu cabelo bagunçado, e talvez com o pouco do que sobrou de sua maquiagem do dia anterior. Mas é difícil saber quando o clima de encontra em um estado tão agitado e rebelde.

Alguns segundos depois de observá-la, a vejo indo até a janela para observar a mesma coisa que eu, a chuva que cai sobre o gramado, mas seus olhos chegam até a minha janela e me sinto obrigado a me esconder parcialmente por trás da cortina. Depois do que aconteceu ontem, não posso me dar o luxo de encara-la de forma tão indiferente como fazia antes, por mais que esse não era e nunca foi meu olhar sincero.

Me arrumo e parto para a escola. Quando entro no corredor, estou completamente molhado. Por mais que tenha vindo de carro ainda precisei andar muito, porque acabei estacionando o carro muito longe da entrada da escola, e agora está parecendo que eu acabei de tomar um banho de roupa, o que não foi diferente do que aconteceu. Minha blusa gruda no meu corpo e pinga gotas de água a cada passo que eu dou. Minhas botas encharcadas fazem barulho toda vez que me movo, e meu cabelo agora também está completamente bagunçado.

Algumas meninas me olham com pequenos sorrisos e os meninos me olham com a cara fechada, mas não importa quem me olhe, não estou com vontade nenhuma de abrir um sorriso agora. Adoro o som de trovões, mas odeio quando sou encharcado pela água da chuva, ainda mais quando não tenho como trocar de roupa.

O sinal toca e todos os alunos vão para suas devidas salas, exceto eu, obviamente. Antes de ir para sala, eu decido ir até o banheiro para me secar um pouco. Não posso chegar na sala de aula assim. Estou completamente desconfortável, então além de não prestar atenção na aula, ainda vou acabar ficando de mal humor pelo resto do dia. Já me conheço bem demais para saber que isso vai acontecer.

Estou prestes a entrar no banheiro quando vejo Any vindo de longe. Ela está ainda mais molhada do que eu, e pelo seu estado raivoso, posso concluir que ela tentou esperar a chuva passar para vir para a escola, mas como a chuva não passou, ela teve que vir com chuva mesmo e ainda chegou atrasada, o que sei que ela odeia. Pelo menos quando a sua primeira aula é de física, que é —estranhamente — uma de suas matérias favoritas. Mas isso tudo é só um palpite.

Quando ela me vê de longe, ela para no meio do corredor, faz uma cara de brava e dá a volta. Não acredito que ela realmente não vai entrar neste banheiro só porque eu estou no banheiro ao lado. Agora, o banheiro mais próximo fica apenas no andar de cima, o que significa que ela tem que andar muito para chegar lá.

Ela já não cansou de ficar brava comigo? Sei que nem sempre sou um cara muito gentil, mas acho que já chega de ser ignorado, já aprendi a minha lição.

— Any. - A chamo. - Até quando isso vai durar? Volta aqui.

Ela me ignora. Continua andando com passos largos e ligeiros, o que me faz precisar correr um pouco para alcançá-la.

— Você não acha que já me ignorou o quanto eu merecia? - Pergunto.

Any se vira para mim bruscamente e, como eu estava correndo para alcançá-la, acabo quase batendo de frente com ela quando ela se vira.

Quando a olho de perto, noto que as pontas do seu cabelo estão todas juntas por causa da chuva. O rímel escorreu um pouco pelo seu olho e o fez se parecer como uma sombra preta abaixo do seu olho, e de alguma forma a deixou ainda mais bonita. Desço para a sua boca e vejo o resto de batom levemente borrado e misturado com gotas de água em sua boca. Mas volto ao mundo real quando aquela boca começa a falar.

— Se eu fosse te ignorar o quanto você merece Josh, pode ter certeza que nós nunca iríamos nos falar novamente. - Sua voz sai tão firme quanto uma rocha, mas consigo ver a ponta dos seus dedos todos tremendo.

— Isso é muito tempo. - Brinco.

— Isso não é uma piada Josh, porque você está sendo tão idiota?

— E o que você espera que eu faça? - Pergunto alto.

— Isso é sério? Você não sabe o que fazer? Ela ri. - Você é tão patético Josh, aposto que ninguém nunca te colocou nesta posição, aposto que nunca teve que pedir desculpa para ninguém porque todos sempre acham você o máximo...

— Nunca tive que pedir desculpa? - A interrompo. - Se você acha que não posso falar coisas que não sei sobre sua vida, o que te faz achar que você tem o direito de falar coisas da minha?

Any fica calada, mas a raiva não sai do seu rosto. Seu corpo começa a ficar agitado e inquieto, como se ela fosse explodir daqui a alguns segundos.

— Então ótimo, ninguém fala de ninguém, ninguém conversa mais ou se relaciona, obrigada por me livrar, Josh. - Ela diz, já se virando para ir embora.

Mas eu sou mais rápido que ela e fico na sua frente, a impedindo de seguir seu caminho.

— Espera aí, te livrar? - Pergunto.

Antes que a Any possa responder, uma voz de algum professor impaciente ecoa pelos corredores e chega até nós. Então, para não nos metermos em confusão, puxo Any para uma sala vazia que estava a poucos metros de nós e tranco a porta.

— Você acha que eu estaria te livrando exatamente do que, Any? -  Pergunto me aproximando dela.

Any dá passos para trás até encostar na janela gelada. Suas costas se arqueiam por conta do choque frio e tentam se afastar de lá, mas sua mente fica claramente em confusão consigo mesma entre se afastar de mim ou da janela, então Any se posiciona entre nós dois.

— O que você está pensando? Porque você quer tanto se afastar de mim? - Pergunto, dando mais um passo para frente.

Any, novamente, não me responde nada, mas seu corpo totalmente inquieto e sem fôlego me conta tudo.

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ϟ NOTAS DA LIA.

iae, tudo bem com vcs? espero que sim <3

você gostam de urridalgo? se sim, eu tenho uma short fanfic no meu perfil chamada post - its, ela é bem curta, só tem 10 capítulos, vou ficar feliz de ter vocês como leitores lá.♡♡

"não seja um leitor fantasma, vote e comente"

kisses,
- lia.

diga meu nome ❅ beauany.Onde histórias criam vida. Descubra agora