━ ANY GABRIELLY.
Não vou mentir, Josh tentou falar comigo inúmeras vezes essa semana, e eu o ignorei todas as vezes. Não é que estou com medo ou insegura do que pode acontecer, mas... não, é exatamente isso. Estou com medo e insegura do que pode acontecer, não quero saber o que vai acontecer agora porque estou com completamente aterrorizada do que ele pode me dizer, e não acho que estou pronta para ouvir isso.
Eu provavelmente estou sendo muito estúpida e insensível por estar fazendo isso, até porque ele bateu no Noah quando eu pedi e me protegeu, mas sempre que penso nele tenho a impressão de que vou chorar, então como vou conseguir falar algo sem me despedaçar por completo? E pelo tempo que estamos sem falar um com o outro, talvez ele já tenha entendido o recado, mas não sei se eu aceito as minhas próprias palavras ou intenções. Ou pelo menos não quero aceitar.
Não sei direito porque estou fazendo isso, já que seria muito mais fácil falar com ele e acabar as coisas por completo. Sei que muitas pessoas já saíram machucadas dessa história, mas se eu falar com ele, sei que nada vai estar acabado, e sei que vou acabar o beijando e acabar fazendo algumas outras coisas que não era para eu fazer, então talvez seja bom eu adiar isso por enquanto.
A aula está quase no fim. Eu e Josh dividimos essa aula, a aula de literatura, mas ele faltou hoje. Talvez ele também tenha começado a me ignorar depois de tanto tempo, ou talvez ele só esteja me dando espaço, o que eu acho que seja a alternativa menos provável, mas ainda não sei o certo.
Quando quase todos os alunos saem da sala, eu me aproximo do professor Casey sem muita confiança e tomo coragem para falar com ele sobre o que já deveria ter sido discutido semanas atrás.
— Professor? - Chamo.
Não sei porque eu estou com tanto medo, sei que ele não vai fazer nada mais do que responder a minha pergunta, mas é essa reposta que eu temo. Mas aparentemente eu estou com medo das respostas de todas as perguntas ultimamente.
Ele olha para mim, ainda arrumando os papéis sobre sua mesa.
— Sim? - Pergunta ele.
— Eu queria falar com o senhor sobre aquele trabalho que o senhor passou há alguns meses atrás.
Ele para de arrumar os papéis e presta atenção em mim, e pelo seu rosto, já posso dizer que não é coisa boa.
Se ele não deixar eu apresentar esse trabalho, a minha nota do ano inteiro vai ser completamente destruída. Bom... talvez eu esteja sendo um pouco dramática sobre isso, mas ainda sim, não quero ter meu boletim estragado por um trabalho não entregue. Essa é uma das minhas matérias favoritas, sinto que devo a ela, devo a este professor maravilhoso, não quero decepcionar tantas pessoas ao mesmo tempo como estou fazendo.
— Do que você está falando? - Pergunta ele com o olhar confuso.
Ok, ele nem sabe do que estou falando, talvez eu tenha confundido sua expressão de confuso com a de irritado, e isso faz eu me perguntar quantas vezes eu confundi as expressões de outras pessoas, já que é assim que eu estou acostumada a levar a vida, por meras expressões faciais que já me contam tudo. Pelo menos contavam. Mas ultimamente as pessoas andam confusas demais. Ou talvez seja eu.
— Estou falando do primeiro trabalho do ano, onde o senhor formou duplas para escreverem um pequeno poema. - Respondo.
— Ah, sim. Mas você não apresentou?
— Não, achei que o senhor sabia, faltei neste dia.
O prof. Casey pega sua pasta e começa a procurar sua lista de alunos. Quando ele a acha, começa a procurar meu nome, e logo olha para mim novamente.
— Você realmente não veio neste dia Srta. Soares, mas... Você já está com a nota do trabalho do poema.
Agora sou eu quem fica com o olhar confuso. Não entendo o motivo de eu já estar com a nota se não apresentei e nem falei com ele. Quem poderia ter entregado o trabalho além de mim era o Josh, mas, ele não faria isso. Faria?
— Mas eu não entendo, quem o entregou? - Pergunto, apenas para ter certeza e suprir minha curiosidade.
— Quem foi a sua dupla? - Pergunta ele, arrumando os óculos. - Desculpa pela memória ruim, mas já estou um tanto velho para me lembrar de tantos alunos.
— Sem problemas prof. Casey. Minha dupla foi o Josh, Josh Beauchamp.
Com a mão no queixo, o professor pensa por um instante, até sua memória se refrescar e seus olhos pararem de procurar por antigas, porém recentes, lembranças.
— Ah, claro, o Sr. Beauchamp. Me lembro muito bem deste, diferente dos demais. O poema que ele me entregou foi absolutamente extraordinário. Não sei qual de vocês dois o escreveu, se foi vocês dois ou se foi qualquer outra pessoa da internet, mas seja quem for, é uma peça entre mil, quase um talento.
Fico sem palavras. Pesquisar algo na internet e copiar é a cara do Josh, mas desta vez eu não acho que ele tenha feito isso, por mais que não o vejo como um escritor de poemas.
— Mesmo?
— Absolutamente sim! O poema é repleto de energia e intimidade. É como se as letras dançassem sobre o papel e hipnotizassem quem estivesse lendo. Fantástico, apenas isso, tudo o que eu tenho a dizer, absolutamente fantástico.
Os olhos do prof. Casey brilhavam ao falar sobre o poema, mas os meus, em contrapartida, se secaram por ficar o encarando tanto tempo enquanto falava do poema. Estou mais do que curiosa para ler este poema, quero saber se foi ele que escreveu, quero saber porque ele fez isso, e se foi realmente ele que fez isso.
— Mas... Bem, eu gosto demais de poesia, talvez eu seja um pouco suspeito para poder dizer. - Completa ele.
O encaro um pouco mais, sem saber o que dizer, e com muito para pensar. Mas quando o sinal bate novamente é quando eu volto para a realidade.
— Sr. Casey, eu não escrevi o poema, foi Josh que fez, e como o trabalho era em dupla, entendo se quiser retirar a minha nota. - Confesso.
— Srta. Soares, eu queria um poema e recebi um, mesmo que a dupla não tenha trabalhado junta. Dessa vez eu não vou tirar nenhuma nota de você, mas vou pedir que ajude a sua próxima dupla a escrever o que for que eu for pedir futuramente. Você é uma ótima aluna, vou te dar outra chance.
— Claro, claro. Muito obrigada Sr. Casey, muito obrigada mesmo!
Estou pra sair da sala quando me lembro de fazer minha última pergunta. Dou meia volta e me viro para ele novamente.
— Só mais um coisa. - Digo. - O senhor por acaso não teria o poema aí, teria?
O Sr. Casey coloca a mão nos seus bolsos como se o procurasse lá, então levanta o dedo se lembrando onde as folhas com os poemas estavam.
Fico feliz por um instante, mas meu rosto logo se entristece ao ouvir sua resposta.
— Não os tenho aqui Srta. Soares, creio que estão em casa, onde os li um por um. Mas se quiser ver o poema, eu lhe entrego na nossa próxima aula, ou quando o achar, porque você sabe, minha casa é quase uma biblioteca, de tanta folha, livros, e papel esparramado que tem. - Ele ri.
— Tudo bem, me entregue quando o achar, isso seria ótimo. Até depois Sr. Casey, estou muito agradecida pela compreensão.
Ele acena com a cabeça e sorri, então eu saio da sala, já sabendo para onde ir em seguida.
kisses,
- lia.
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diga meu nome ❅ beauany.
Romance༉‧₊˚✧.˚💋ˏ୭̥*ೃ +𝟏𝟔༉‧₊𓂃𝖽𝗂𝗀𝖺 𝗆𝖾𝗎 𝗇𝗈𝗆𝖾ᵎᵎ any & josh. # ɪғsᴍᴀʀᴠᴇʟ ₂₀₂₀↴ ✧ 𝑗𝑢𝑠𝑡 𝑠𝑎𝑦 𝑚𝑦 𝑛𝑎𝑚𝑒, 𝑏𝑒𝑔 𝑓𝑜𝑟 𝑖𝑡, 𝑎𝑛𝑦. ₊· ͟͟͞͞➳ » 𝚖𝚢 𝚎𝚟𝚎𝚛𝚢𝚝𝚑𝚒𝚗𝚐 𝘁𝗶𝗹 𝘁𝗵𝗲 𝗲𝗻𝗱. « +🀄🃏! diga meu nome. ㅤㅤㅤㅤ ㅤ...