Pov's Morgana
- um motel? Foi nisso mesmo que você me trouxe?- Perguntei incrédula.
- Sim, pra onde você achou que a gente iria? - Ele perguntou na maior cara lisa, chega deu nojo desse ser.
- Eu pensei qu... - Ele me interrompeu.
- que eu iria levar você jantar?
- sim, por que é isso que acontece quando um cara chama uma menina pra sair.- Falei como se fosse óbvio.
- Nunca, jamais. - Ele falou grosso. - Você não é mulher pra levar pra sair, apenas para ser levada em motéis, comida e depois jogada fora.- Ele falou e um bolo se formou na minha garganta. Eu não vou chorar.
-Bruno, por mais que uma mulher aceite ir com você pra um motel, ela não queria tá no motel, porquê no fundo ela tava na esperança de ser levada pra sair, pra te uma noite legal.- Falei calma, eu não vou me exaltar.
- Você não é uma mulher, é uma vadia.
- Olha eu só não xingo a sua mãe, porquê ela não tem culpa do filho escroto que tem e minha mãe me deu educação sufiente pra respeitar a sua.- Falei olhando com raiva pra ele, minha vontade era acabar com a vida desse nojento.
- Quando chegar na escola, sabe o que vai acontecer? Eu vou dizer pra todo mundo que eu te comi. - Ele esboçou um sorriso escroto no rosto.
- diz, que eu digo que você tem um amendoim no lugar de um pau e ainda é precoce, te entrego um panfleto de uma ótica na frente do todo mundo e ainda mando você procurar um óculos pra sua língua. Você e nem homem nenhum vai me rebaixar. - Falei se mordendo de raiva. Coloquei minha bolsinha no ombro e saí do carro. Comecei a andar pela rua em direção a minha casa, sorte que não era muito longe. Ainda bem que eu consegui ver o idiota que ele é. Quem ele acha que é pra me tratar desse jeito?
Depois de meia hora andando, eu finalmente cheguei na minha casa, entrei e já fui direto para o quarto, minha mãe que estava na sala, olhou pra mim preocupada. Assim que deitei minha cabeça no travesseiro, lembrei do que o Bruno falou e bateu uma imensa vontade de chorar, será mesmo que eu não sou o tipo de menina que é pra ser levada em um restaurante?
-Morgana? - minha mãe me chamou e eu não respondi, o choro não deixava. - Filha está tudo bem? Por que você está chorando?- Ela falou acariciando meus cabelos.
Fiquei alguns minutos chorando, quando me senti um pouco aliviada e contei tudo pra ela. Ela ficou com muita raiva.
- Veste aquela sua legging preta, aquela blusa preta, sua máscara, seu óculos e seu boné preto. - Ela falou de repente.
- Pra que mãe? Perguntei confusa.
- Aquele moleque ta achando que vai chamar minha filha de vadia e vai ficar por isso? Não , não vai, se arruma logo. - Ela falou e saiu, me vesti do jeito que ela mandou e fiquei parecendo que ia roubar o banco.
Sai do quarto e fui pra sala onde ela estava também toda vestida de preto.
-Mãe, o que vamos fazer?- Perguntei pra ela.
- Você vai ver. - Ela falou com um sorriso estranho no rosto, saímos de casa e ela fechou a porta, começamos a caminhar até a casa do Bruno, quando chegamos lá vi o carro dele do lado de fora e quase tudo apagado, não tinha ninguém na casa? Claro que tem, se não tivesse, o carro dele não estaria aí.
Fomos até o carro dele, ela abriu a mochila que só agora eu descobri que ela tava lá, de dentro da mochila ela tirou uma chave de fenda, e começou a arranhar o carro dele, minha boca foi no chão.
- pegue a tinta dentro da bolsa, venha pintar o carro dele.- Minha mãe sussurrou.
- Mãe, a senhora sabe que podemos ser presa? Aí eu não vou pode ligar pra minha mãe, por que minha mãe está presa junto comigo. - Falei, eu não acredito no que minha mãe tá fazendo.
- Faça o que eu mandei. - Ela disse irritada. Peguei a tinta e comecei a pintar o carro dele, depois de uns minutos parei. Minha mãe pegou um bloco e se afastou, eu segui ela claro. Minha mãe jogou o bloco contra o carro e saiu correndo e eu fui atrás, só ouvindo o som do carro quebrando.
MEU DEUS, MINHA MÃE É DOIDA.
[...]
Acordei por causa da claridade em meu rosto. Me pergunto quem que deixa a janela aberta? Eu juro que ainda vou ver um homem me observando a noite, de tanto que eu deixo a janela aberta.
Misericórdia, Deus me livre.
Depois de longos minutos eu resolvi levanta da cama, mas senti minha alma ficar na cama. Faço minhas higiene, depois tomei um banho rápido, porque a água tava gelada, vesti a calça que eu costumo ir todo dia pra escola, ainda não sou rica pra ir para a escola toda dia com uma calça diferente, visto meu uniforme e meu tênis, faço um coque no meu cabelo, não tô com paciência pra pentear nada, passo desodorante, um máscara de cílios, um blush e passo lip tit.
Depois de pronta, desço com minha mochila nas costas, um sorriso brota no meu rosto com o que aconteceu ontem.
- Bom dia mamis. - Falei sentando na cadeira e pegando o prato. Minha mãe colocou a chaleira na mesa e sentou junto comigo.
- Bom dia, está pronta pra ver a cara daquele escroto?- Minha mãe perguntou. - Se não estiver, você pode ficar em casa.
- Mãe entenda, homem nenhum vai me fazer não ir pra um lugar só por que ele tá, mas fácil ele sair, porque minha presença incomoda viu. - Falei e ela riu, depois comemos em silêncio, quando acabei de comer, levantei e dei tchau pra minha mãe, esperei alguns minutos e o ônibus chegou.
[...]
- O que você fez vadia?- Bruno falou agarrando meu braço com força e me empurrando contra a parede.
- Opa, calma aí, primeiro solta meu braço, por que eu não sou nenhuma mulher sua pra você fazer isso e segundo eu não sei do que você está falando. - Falei cínica, ainda abri um sorriso debochado.
- Você sabe sim, ontem quebraram meu carro e a única pessoa que iria fazer isso é você piranha. - Ele falou e apertou meu braço.
- Você não tem nenhuma prova e dá pra você me soltar.- Falei morrendo de raiva.
- Por quê? Está doendo? Eu não estou sentindo. - Ele falou com muito deboche.
- Não, você não está sentindo, mas vai sentir. - em um momento rápido me soltei dele e meti um tapa na cara dele, antes do mesmo reagir, bati com meu joelho entre suas pernas, ele caiu no chão gemendo de dor, cheguei perto do ouvido dele e falei. - você não é homem suficiente pra me segurar, aliás nenhum é. - Falei e saiu rebolando, por que eu sou arrasadora.
O resto da manhã passou voando, infelizmente não encontrei o pecado no ônibus. De noite o Anthony ligou pra mim
"ligação on"
M: fala amor da minha vida.- Falei rindo
A: fale assim não que eu me apaixono. Ele disse rindo
M: pode se apaixonar.
A: Eu liguei pra dizer que o baile foi cancelado.
M: por que? Chega desanimei agora.
A: porque sábado que vem é o aniversário da cidade, aí vai de festa né, você vai?
M: eu não sabia nem que era aniversário da cidade, mas eu vou.
A: você tem dinheiro?
M: pra que se a entrada vai ser de graça.
A: pra pagar o taxi e as bebidas que você comprar lá né. - Ele disse como se fosse óbvio.
M: você já viu uma mulher solteira ir pra uma festa e pagar? As casada não paga, quem dirá as solteiras, mas eu irei levar o dinheiro pra você ver que eu vou beber todas, vou pagar o taxi e ainda vou voltar com a mesma quantia.
A: Se respeite. Agora eu tenho que desliga.
M: tá, tchau gostoso.
A: tchau gostosa."ligação off"
Quando ele desligou eu não fiz nada, apenas coloquei meu celular pra carregar e deitei pra dormir, estou cansada demais pra fazer qualquer outra coisa.
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O Garoto Do Ônibus
Romansa"Já vi um amor nasce na praia, na escola, no trabalho, em um parque, numa sala de aula, na faculdade, mas nunca em um ônibus, não sai da minha cabeça a maneira que a gente se relacionou, a primeira vez que você falou comigo. Eu juro que poderia escr...