Assim que deitou a cabeça no travesseiro se sentira alivada por ter salvo a vida de alguém, por alguns instantes sentiu como se tivesse feito a diferença para algo, nas horas anteriores se sentia tão viva como não se sentia há anos. Mas infelizmente aquela boa sensação fora substituída por pensamentos agitados, foi afligida por milhões deles, Hyuna não conseguia parar de pensar no rosto daquele garoto, não fazia ideia de quem ele era, mas no fundo sabia que já havia avistado ele em algum lugar. Se obrigou a pensar sobre o assunto até estar cansada demais para seus olhos continuarem abertos por vontade própria, quando isso aconteceu ela caiu num sono profundo graças ao cansaço. Seus sonhos foram preenchidos com cenas da cirurgia e até mesmo o rosto do ninja desconhecido. E também sonhara com seus pais, dessa vez fora um sonho bonito, um sonho que a fizera sentir saudades. Hyuna dormira por um dia inteiro, sem por um minuto se quer acordar, o que só aconteceu no dia seguinte.
Quando a manhã raiou, senhora Tsunade já estava em sua própria casa, a guerra havia acabado e todos estavam voltando para suas vilas. Hyuna levara um susto quando encontrou a Hokage sentada na mesa assim que entrou na cozinha. Tsunade atualizou ela sobre os últimos dias da guerra e Hyuna contara sobre o sucesso de sua cirurgia.
- falando nisso, a Tsuchikage requisitou sua presença no campo de batalha para cuidar de feridos - informou Tsunade
- muito obrigada senhora pela hospitalidade, agora preciso ir - se levantou da mesa e foi embora
O mesmo ninja que a trouxera para a folha, a levou de volta para o campo de batalha, não haviam muito mais feridos do que quando ela deixou o local. Assim que prestou os primeiros socorros aos que precisavam, Hyuna se encaminhou de volta para a aldeia da Pedra junto com outros Shinobis. Os dias que seguiram foram cheios de horas mal dormidas e assistência a feridos, a garota Kamataiche não parara um segundo se quer, apenas para se alimentar. Quando todo o alvoroço acabou, todos da vila voltaram aos poucos a suas atividades cotidianas, e os feridos que restavam estavam tendo uma recuperação estável. E a garota foi dispensada para voltar também a seus afazeres.
Quando voltou de seu último plantão noturno, se encontrou em seu apartamento solitário, o clima era de pura melancolia e tristeza, Hyuna tinha vontade apenas de chorar até que não restasse mais qualquer resquício de lágrimas em seus olhos. Se sentia mais sozinha do que nunca, apesar de estar acostumada com a solidão há anos, havia uma inquietação incomum presente em si. Sentira um vazio, como se não pertencesse a lugar algum ou a alguém, como se ninguém a visse ou se importasse com ela o suficiente para que sua existência fosse provada. A sensação era de como ser um fantasma, um sem sentido de vida que era tão esquecido que não tinha a capacidade de assombrar qualquer outra alma. Pensava que o mundo era tão grande e cheio de tantas pessoas, mas que para nenhuma ela fazia diferença, e se sentia tão pequena e insignificante como um simples grão de areia.
Naquela noite, seus pensamentos ficaram tão conturbados que interferiram até mesmo em seus sonhos. Mais uma vez tivera um pesadelo com a morte de seu pai, ela podia vê-lo sendo torturado por Orochimaru, o ouvia gritando por ela, sua voz pedia por socorro, mas quanto mais ela corria até ele mais longe parecia estar. Acordara diversas vezes durante a noite por conta dos inúmeros pesadelos, seu subconsciente estava realmente pregando peças a ela. Por fim o último sonho que teve foi novamente com o garoto desconhecido, o qual ela tentava salvar, mas dessa vez ele divergentemente sobrevivia, porém os gritos dela por ele ainda se faziam presentes como se ela quisesse fazê-lo ficar ali com ela.
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Two Ghosts - Neji Hyuuga
Teen FictionO destino tem formas engraçadas de juntar duas pessoas, as vezes é preciso grandes feitos para fundir duas almas solitárias, mas não há nada no mundo, nem mesmo a morte que impeça o amor de imergir para aqueles que precisam recebê-lo.