Two Ghosts - Neji Hyuuga

Capítulo 13

Para Hyuna foi como se o universo a sua volta parasse, aquele instante parecia uma eternidade, ela não podia se quer pensar em se mover, estava perplexa demais para tal ato. Ali, naquela cama de hospital, ligado a inúmeros aparelhos que o mantinham vivo, estava Neji. Sem dúvida alguma o fantasma de seu apartamento e o paciente que ela salvara eram a mesma pessoa. E havia um fato ainda mais perturbador em tudo aquilo, ela finalmente entendera de onde conhecia-o. Os pensamentos da garota se alinhavam, aos poucos tudo começou a fazer sentido, todas aquelas informações estavam formando coisas concretas. Quando recobrou a autoridade sobre seu corpo, percebeu que não podia ficar ali mais nenhum minuto, se quer sabia como ia continuar acompanhando o caso de Neji, ainda mais quando se apegara ao fato de ter a companhia dele, mas como médica ela sabia que estava se metendo em um caso altamente complicado. Se trancou o resto do dia em sua sala, não houve solicitações de sua presença, o que foi uma benção para ela, de fato ela não conseguiria se concentrar em nada além daquele paciente inconsciente que se encontrava no quarto 307. Mal sabia com que palavras contaria aquilo a Neji, preferia que ele estivesse morto, para não ter ela mesma que presenciar a sua vagarosa morte. Quando o relógio bateu 22 horas, Hyuna não se apressara a ir embora, queria prolongar a falta de consciência do garoto por mais um tempo, pois sabia que não conseguiria olhá-lo sem dizer nada a ele. Chegou em casa depois de muito tentar enganar o tempo, assim que abriu a porta, deparou-se com um Neji sentado no sofá de pernas cruzadas encarando a porta.

- você voltou - exclamou ele com o máximo de entusiasmo que conseguia - por incrível que pareça eu passei a tarde toda aqui ao invés de desaparecer assim que você saiu. Achei isso estranho...você está bem?? - perguntou ao notar a expressão séria e preocupada de Hyuna, expressão aquela que até então não havia presenciado nela

- está sim - respondeu de modo nada convincente - só foi um dia longo... - desconversou tentando fugir do assunto

- ah é, sinto que deveria perguntar sobre isso para ser educado apesar de não me importar. Então, como foi o primeiro dia?? - se esforçou ao máximo para demonstrar interesse

- Neji...eu preciso te contar uma coisa... - sua expressão se tornara melancólica

- o que aconteceu?? Você está com cara de que alguém morreu... -  ouvir aquilo a fez ficar ainda mais escassa de palavras para dizer a ele

- Neji...você não está morto!! - tomara um segundo de coragem e expelira aquela informação que atacou Neji desprevenido

- eu o que?? Eu estou vivo?? - ele levantou-se supreso e foi em direção a ela - não entendo, se eu não estou morto, então por que eu sou um fantasma?? E você deveria estar com uma cara melhor diante dessa informação

- é aí que a história complica Neji...você está em coma... - soltara as palavras como um sussurro quase inaudível

- isso não pode ser tão ruim assim!! Não é?? - uma onda de insegurança o tomara rapidamente

- recuperação de comas são raros, apenas 5% dos casos tem bons resultados* - disse de forma pesarosa

- mas ainda é uma chance, não é?? - perguntou aflito

- sim, mas não quero lhe dar esperanças. Eu sinto muito, Neji - queria poder abraçá-lo mas era fisicamente impossível

- não preciso da sua pena - retrucou irritando a garota

- aliás, esqueci de dizer. Eu lembrei de onde te conheço, seus olhos, eu nunca poderia me esquecer deles. Eu tenho sonhado com você a meses, Neji - confessou aquilo a ele de forma terna

- o que isso significa?? - indagou confuso

- eu não sei...além de tudo, descobri que você faz parte do clã Hyuuga - foi se dirigindo ao quarto

- Neji Hyuuga - repetiu ele para si mesmo - me leve até lá amanhã, eu quero ver... - suplicou a ela

- Neji, você não- foi interrompida pela voz rouca dele

- Hyuna, por favor... - ela não ousou mais discutir com ele sobre o assunto

Naquela noite, os pensamentos dos dois tomaram caminhos aflitos, Hyuna não conseguia parar de sentir pesar pela situação, e Neji não podia entender como ainda estava vivo.

* Esse não é um dado verdadeiro, apenas coloquei aleatoriamente.