Look at what you see

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Harry Pov

Eu estava tentando reunir toda a cautela do mundo para colocar aquele líquido marrom dentro do frasco, e é claro que eu não era bom com coisa alguma, porque meu braço tremeu, fazendo pingar no chão, e bolhas começarem a surgir, porque aquilo era corrosivo.

Ergui o rosto, já enjoado ao pensar em Snape que, como em todos os outros dias, estava dando aula com os olhos cravados em mim, esperando o momento em que eu faria alguma coisa errada.

Eu sabia que ele vivia em constante dilema.

Adoraria tirar pontos de mim, mas eu era sonserino. Então ele se contentava em me olhar como se eu fosse mais insignificante do que uma baratinha.

– Potter, você não consegue... – Começou, mas se interrompeu quando Draco, fazendo aquele olhar de perfeitinho e preferidinho se virou para ele.

– Professor, eu esbarrei nele. Me desculpe, Harry! Eu sou tão desastrado! – Bradou, fazendo um feitiço para limpar o chão, e tomou o frasco da minha mão, terminando de fazer o que eu fazia.

Snape apenas abrandou o olhar, assentindo, e não disse mais nenhuma palavra ao caminhar para longe, indo bisbilhotar a mesa de Neville, um garoto Grifinório que só não era pior do que eu.

– Salvo, mais uma vez pelo senhor perfeição – Bradei vendo ele rir e dar de ombros.

– Você sempre me acorda nas aulas do Bins, me salvando de broncas. É por isso que essa é a melhor amizade – Rebateu e eu sorri, assentindo – A gente se completa – Piscou de canto, voltando a separar os materiais da poção final, talvez nem se quer percebendo como o ato me fez sorrir.

Eu gostava quando Draco agia comigo daquela forma, em seu jeito excessivamente charmoso.

É claro que eu era completamente consciente de que ele não fazia com a real intenção de me deixar encantado, mas eu gostava daquele sentimento quente que me enchia o peito todas as vezes que ele me fazia sorrir.

– Nossa última aula do dia. Temos algo para fazer hoje?

– Eu tenho que terminar o dever de História da Magia. Você, é claro, já fez – Respondi vendo ele sorrir.

– Eu posso te ajudar.

– Não sei como consegue saber tanto se dorme em todas as aulas – Revirei os olhos – Mas em todo caso, pensei que talvez pudéssemos fazer algo mais... Maroto.

Ele ergueu os olhos para mim, parecendo animado com a perspectiva, porque aquela era nossa palavra-chave, como um código, para o que faríamos.

Significava que iriamos pegar o mapa e a capa, herança fantástica do meu pai e padrinhos, e fazer algo idiota, como dois adolescentes bobos.

Assim que a aula terminou, Snape ainda me olhava com reprovação enquanto eu saia lado a lado com Draco, que parecia verdadeiramente empolgado.

As horas passaram muito rápido daquele momento em diante, e durante o jantar ele parecia muito ansioso, tanto que comeu muito pouco, enquanto se mantinha inclinado na minha direção, sussurrando o que queria fazer primeiro.

Assim que terminei de comer, senti a empolgação me tomar, afinal sempre gostava de passar o tempo junto com Draco, só nós dois.

Costumávamos nos divertir muito com nossas brincadeiras bobas, enquanto comíamos besteiras.

Ele sempre tinha mais coordenação do que eu, então ficava encarregado de nos guiar nos corredores escuros enquanto eu olhava o mapa, protegidos pela minha capa da invisibilidade.

Caminhávamos bem devagar, com os corpos colados para não revelar nenhuma parte de nós, sem fazer barulho ou conversar.

Eu realmente gostava de quando estávamos próximos daquela maneira e eu tinha alguma desculpa para aquilo, afinal eu podia me intoxicar com aquele cheiro bom que ele tinha, sem me sentir culpado depois.

Jogada Drarry || DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora