Given in the light

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Harry Pov

Foi realmente delicioso chegar em King's Cross e ser recebido com aquele abraço apertado dos meus padrinhos.

Naquele momento era tudo o que eu precisava sentir.

Seguimos para a casa deles, e eu não pude deixar de ficar feliz ao ver que tinham decorado a casa para o natal, coisa que nunca faziam, porque sempre passavam na minha casa.

A decoração, eu ariscava a dizer, Sírius que fez, porque quando anoitecia, aquele papai noel gótico montado em uma motocicleta motorizada, cantava vários clássicos de Rock.

Remo apenas havia revirado os olhos quando Sirius acendeu aquilo tudo, e eu descobri que o papai noel também dava uma volta por toda a casa antes de soltar faíscas coloridas em uma chuva de arco íris.

Ainda assim, foi legal chegar e encontrar a casa toda preparada para a minha chegada.

Assim que terminei de levar minhas coisas para o quarto, desci para a sala, encontrando Remo lendo um livro de forma concentrada no sofá.

– Cadê o Pad? – Questionei e ele se virou para mim com um sorriso.

– Embora eu tenha o proibido terminantemente, ele foi comprar mais luzes de natal. Ele acha que depois de um tempo, o papai noel gótico perde a graça – Revirou os olhos e eu ri ao me sentar no sofá ao lado dele – Também foi comprar alguns doces para você. Sabemos o quanto adora chocolate.

– Não precisava de tudo isso só por minha causa – Rebati e ele sorriu.

– Adoramos ter você aqui, Harry. E somos seus padrinhos. Te mimar é nossa obrigação, hum?

Sorri ao assentir, mordendo o lábio inferior, vendo ele sorrir daquela forma calma e compreensiva.

– Diga, querido.

– O que?

– Eu sei que quer dizer algo. Vamos, pode dizer.

Pisquei, surpreso, porque quase tinha esquecido daquela capacidade de Remo de sempre saber de tudo, e sentir tudo.

– Quando você e o padrinho começaram a ficar juntos... – Comecei um tanto receoso, vendo ele fechar o livro, deixando-o de lado, e se virou para mim – Como... meu pai reagiu?

Ele sorriu, bagunçando meu cabelo como costumava fazer quando eu era pequeno.

– Seu pai percebeu que gostávamos um do outro muito antes de nós mesmos nos darmos conta. Acho que ele era a pessoa mais ansiosa para começarmos a namorar logo.

– Mas... não foi estranho?

– Na realidade, não. Sempre fomos amigos. E James pode ter seus defeitos, mas jamais iria renegar seus amigos por algo assim.

– Mas...

– Sabe, Harry – Me interrompeu com um sorriso calmo, ajeitando os óculos – As pessoas que nos amam, elas o fazem independente dessas coisas. Não importa o que você é, de onde você veio, ou o que faz. Se você é da família, nós vamos te amar independente das escolhas que tenha em sua vida, independente das coisas que não pode escolher sobre você mesmo.

Mordi o lábio inferior, porque aquilo soava como uma indireta, e eu me senti tentado a contar.

Sabia que meus padrinhos não iriam surtar, mas ainda tinha certo receio sobre o assunto.

Ter sigo largado pelo meu melhor amigo também não ajudava a tornar aquilo algo fácil de dizer.

– Nós sabemos – Ele falou ao me ver lutando comigo mesmo em dúvida, puxando-me para um abraço, e realmente foi reconfortante – Sempre soubemos, Harry. Somos sua família. Te vimos crescer. Como poderíamos não saber?

– Meus pais...

– Eles também sabem.

– Mesmo? – Ergui o rosto para ele, em dúvida, e ele sorriu, afagando meu cabelo.

– É claro. Sirius e James tem até uma aposta sobre isso.

– Uma aposta? – Franzi o cenho e ele riu.

– Você sabe como seu pai e padrinho são. Sirius apostou que você se assumiria antes dos 15. Seu pai apostou que seria depois. Sua mãe realmente ficou furiosa quando descobriu essa aposta.

– Eles... está tudo bem? Não...

– É claro que está tudo bem. Você é nosso garoto. Não há nada que faça, que seja ou escolha que nos faria não amar você – Cutucou minha cintura em provocação, e eu sorri – Estivemos preocupados desde que ligou pedindo para vir para casa. É isso que te incomodava?

Mordi o lábio inferior, respirando fundo para pegar fôlego, e nesse momento Sirius entrou dentro de casa, trazendo duas caixas empilhadas cheias de diversos enfeites de Natal.

Parou ao nos ver na sala sérios, deixando as caixas no chão.

– Tudo certo? – Questionou e eu assenti, dando uma batidinha do meu lado no sofá para ele vir até mim, e realmente me senti um pouco mais confiante com os dois ali ao meu lado.

Eu os contei tudo o que tinha acontecido, excluindo a parte dos meus sentimentos por Draco.

Falei sobre nossa amizade, sobre como sempre me sentia inferior a ele, sobre como tinha medo de que ele soubesse, e ao mesmo tempo como adorava tê-lo ao meu lado.

Falei sobre meus medos, sobre minha nova amizade com Hermione, sobre Ronald, que embora não falasse muito comigo, sempre que passava perto de mim perguntava como eu estava, se lembrando daquele dia em que eu apareci com o rosto inchado de chorar.

Contei sobre o chilique de Draco, e finalmente sobre suas falas e seu olhar para mim, antes que ele sumisse.

Porque depois daquilo ele matou aula pelos dois dias, e não voltou para o dormitório, provavelmente se escondendo na casa dos gritos, para fugir de mim.

Depois que eu finalmente consegui falar aquilo, me sentindo acolhido quando Remo silenciosamente me deixou chorar enquanto fazia carinho no meu cabelo, ouvimos Sirius ficar quase quarenta minutos elaborando mortes dolorosas para Draco, até por fim eu ser acolhido em um abraço reconfortante.

– Converse com seus pais, Harry – Remo falou após algum tempo, e Sirius sorriu.

– James e Lily estão só esperando você criar coragem de falar para eles. E para ganhar minha aposta – Falou me fazendo rir e assentir.

– Eu vou conversar com eles – Garanti, e realmente me sentia confiante sobre isso.

– Agora vá se vestir, nós vamos sair – Sirius avisou e eu franzi o cenho, confuso.

– Sair? Você me prometeu um campeonato de videogame, padrinho!

– Não vou deixar meu afilhado continuar se sentindo chateado consigo mesmo. Você diz que queria se sentir mais bonito. E você realmente é lindo, garoto. Só precisa ver isso, hum? Agora nós vamos ir fazer compras. Já passava da hora de você criar vergonha na cara e começar a escolher suas próprias coisas. Nada de mamãe ou papai hoje. Nós vamos descobrir as coisas que você, Harry, gosta.

Pisquei surpreso, mordendo o lábio inferior, me sentindo indeciso, mas Remo apenas me empurrou, me fazendo levantar.

– Estamos esperando, vamos – Me apressou, e eu me vi incapacitado de negar, assentindo ao correr escadas acima.

Nunca tinha sentido vontade de sair para comprar coisas para mim ou me importar com roupas, ou qualquer coisa assim.

Mas a ideia me pareceu estranhamente convidativa.

Agora que eu finalmente podia dizer quem eu era, eu realmente queria ser o Harry.

Não uma sombra de Draco, ou um sonserino invisível. Não um reflexo do meu pai.

O Harry.

Só Harry.

Já tinha passado da hora de conhecer o Harry, e dar a ele toda a atenção de que ele precisava.

Jogada Drarry || DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora