Extra I

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Harry Pov

A vida adulta não era nada, nada boa.

Isso foi algo que me surpreendeu, porque as expectativas em ser um adulto eram grandes, como poder decidir o que quiser, não ter ninguém dizendo o que você tem que fazer, e ser independente.

Acontece que ser independente vinha com coisas terríveis, como trabalhar, ser responsável e arcar com as consequências das suas decisões, e esse tipo de coisa não era avisada para ninguém.

Não tinham aqueles termos de consentimento livre e esclarecido.

Então sim, tudo estava uma bagunça.

Não foi grande surpresa eu e Draco termos sido aprovados para o esquadrão de aurores.

Só que ser auror não era apenas ser alguém incrível, com um uniforme bonito e distintivo poderoso.

Ser auror exigia muito!

O treinamento era mil vezes pior do que meu pai havia dito.

Ele e Sirius suavizaram muito ao contar para nós como aquilo funcionava, e Merlin, como era terrível!

Foram três meses onde mal conseguíamos ficar juntos, porque passávamos muito tempo treinando, e nos minutos livres, apenas queríamos dormir.

Os pais de Draco não se importavam com as escolhas dele, então seguiram sua rotina de viagens glamorosas, assim não foi surpresa a quantidade de tempo que ele passou a viver em casa.

Partia de todos os Potters trazer ele cada vez mais para nosso dia a dia, e eu gostava de ver minha família integrando ele na nossa vida.

Nosso relacionamento se fortaleceu com isso, embora, é claro, a vida adulta nos apresentasse para nossas primeira briguinhas bobas de casal.

A falta de tempo juntos nos fez sentir ciumentos sobre as pessoas que estavam ao redor um do outro, e também houveram discussões sobre vezes que um queria sair, e o outro só pensava em dormir.

Coisas que não existiam em Hogwarts, quando éramos apenas dois adolescentes apaixonados.

Assim nós aprendemos que um relacionamento maduro exige paciência, e que por mais complicadas que as coisas sejam, um diálogo sempre era a melhor solução para evitar conflitos.

Mas, como sempre, nunca ficávamos zangados um com o outro, e tínhamos uma regra de ouro: jamais dormir chateado.

Porque levar uma magoa para a cama fazia ela acordar ainda maior, então embora as vezes houvessem conversas desconfortáveis que queríamos fugir, jamais dormíamos magoados um com o outro.

Foi interessante perceber que as coisas entre nós se fortificaram ainda mais depois da fase infernal dos exames e testes para sermos aurores, e nosso relacionamento pareceu seguir adiante, com mais confiança e estabilidade.

Ele havia passado a semana inteira em casa, e hoje voltou para a mansão.

Eu não quis dizer nada, mas no fundo sabia que era uma falha tentativa de ver os pais, porque faziam quase cinco meses que Draco não falava com eles, e soubemos pelo jornal que hoje eles estariam de volta.

Draco ainda tentava recuperar aquele elo perdido, e eu entendi que não deveria dizer a ele que seus pais eram completos imbecis que não mereciam seu amor ou atenção.

Existem coisas que as pessoas precisam simplesmente perceber sozinhas, e por mais dolorido que fosse, eu sabia essa era uma delas.

— Harry, vocês não nasceram grudados — Meu pai reclamou ao me ver suspirar abraçado a uma almofada no sofá.

Jogada Drarry || DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora