Extra II

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Harry Pov

Existiam muitos altos e baixos sobre ser adulto.

Frequentemente me sentia exausto, e as vezes acreditava que o mundo estava conspirando contra mim.

As dificuldades vinham aos montes, completamente desproporcionais as soluções.

A vida era uma bagunça.

Como um emaranhado de linhas que você tentava soltar, e tão logo conseguia, não demorava para que tudo voltasse a estar confuso e misturado novamente.

Mas ainda nesses momentos caóticos que a existência nos proporcionava, existiam aqueles momentos.

Aqueles momentos únicos e preciosos, que ofuscavam qualquer dificuldade que você tivesse.

Aqueles instantes de felicidade pura e genuína, onde você percebe que por mais difícil que a vida seja, existem coisas pelas quais se vale a pena lutar.

Então, após o pedido de casamento totalmente espontâneo e surpresa daquela tarde, não havia demorado para que meu padrinho houvesse se intitulado responsável pelo evento, por adorar qualquer tipo de comemoração.

Em pouco mais de duas horas ele havia conseguido organizar uma pequena festa para celebrarmos o noivado, com as pessoas mais próximas de nós, comidas deliciosas, e música boa.

Durante todo aquele jantar animado, eu flagrei meus pais me olhando de uma forma engraçada, que eu classificava como um pouco de orgulho e um pouco de pavor, e eu entendi o sentimento assim que vieram me fazer jurar que eu jamais passaria as festas de fim de ano longe de casa, e que eu me casar não significava que eu deveria ir morar longe.

Meu pai foi além, dizendo saber de ótimos lugares para morar, e todas as opções que ele me deu ficavam a poucos quilômetros de casa.

Eles já estavam se apavorando com a possibilidade do casamento, e com perderem seu único e amado filho.

Em contrapartida, Sirius já tinha ideias muito específicas para o casamento, e eu mal havia digerido a ideia de que estava noivo, mas ainda assim ele me perseguiu a festa inteira perguntando quais cores iríamos querer, e se ele poderia escolher as flores, porque queria que elas combinassem com o bolo.

Ele tinha um bloco de anotações na mão e nos infernizou o tempo inteiro, porque já estava planejando o grande evento.

Parecia estar se apegando a isso para não pensar que eu realmente iria me casar e sair de casa.

Draco parecia muito feliz, e até estava dando atenção para os delírios do meu padrinho, enquanto intercalava a atenção com Ronald, que parecia animado da mesma forma com a ideia do casamento.

Ele me disse que havia ajudado a escolher a aliança, e que estava muito feliz por nós.

Draco complementou, explicando que quando foi contar a ele que iria fazer o pedido, o ruivo surtou de alegria, dizendo que esperou a vida inteira por aquilo.

Anos haviam se passado, e ele seguia sendo o maior fã da jogada Drarry, e a essa altura eu achava que nada mudaria isso.

Hermione não sabia, porque os dois mantiveram em segredo, mas havia ficado igualmente feliz, rindo de como seu namorado estava agitado, junto com Sirius, pensando em prováveis lugares para o evento.

A questão é que quando algo assim acontecia, entre ser felicitado, falar sobre o pedido, receber abraços e toda a comoção gerada, você quase não tinha tempo para ficar com o noivo.

Eu e Draco havíamos conseguido trocar poucas palavras, visto que a cada instante alguém aparecia para conversar com um de nós.

Mas ainda assim, em todas as vezes que trocávamos um olhar, uma corrente de eletricidade pura corria por meu corpo, e eu entendia que não deveria ser o único a estar sentindo aquela carga de tensão sexual pós-noivado.

Jogada Drarry || DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora