Jogada Drarry || DRARRY

Story, ah

Harry Pov

Caminhei para dentro do dormitório, vendo Draco deitado na cama, de olhos fechados.

Apenas pela forma como respirava eu sabia que ele não estava dormindo, mas deixei para falar com ele depois, porque me sentia cansado e morrendo de vontade de colocar roupas confortáveis.

Segui para o banheiro, tomando um bom banho e vestindo um pijama quente, deixando organizadas minhas coisas para a aula de amanhã.

Enquanto isso, não conseguia parar de pensar em tudo o que tinha acontecido horas mais cedo, e me senti culpado por ter sido um pouco injusto demais com Draco.

Sabia que nós dois havíamos errado.

Após ouvir Cedrico dizer que ele tinha sido ameaçado pelo melhor amigo, caso me magoasse ou me ferisse, foi impossível não perceber que embora Draco sempre reclamasse e provocasse o lufano, ele realmente nunca tinha feito nada para verdadeiramente nos afastar.

É claro que isso não fazia dele menos lunático, mas eu me senti culpado porque por anos Draco havia sido daquela maneira comigo, extremamente possessivo, e eu não costumava o repreender por isso.

Sempre deixei, porque me sentia feliz de ser o foco de sua atenção e cuidado, por culpa dos sentimentos que nutria por ele.

Então imaginava que era difícil para o loiro simplesmente me ouvir dizer para, de uma hora para outra, parar de ficar o tempo todo em cima de mim.

E eu não conseguia esquecer seu olhar chateado após me dar o casaco, e finalmente percebi algo: Cedrico quase havia socado sua cara.

Eu sabia que Draco era ótimo em se defender, porque ao longo dos anos ele havia quebrado o nariz de eventuais pessoas que me fizessem mal. Sabia perfeitamente que ele conseguiria se defender de Cedrico.

Mas eu impedi Cedrico, e sai dali.

O cara que eu estava saindo tinha perdido o controle a ponto de querer agredir ele, e eu se quer tinha dito algo para defendê-lo.

Ambos estavam errados.

E eu havia tomado partido de Cedrico sem perceber.

Assim que acabei de fazer tudo o que precisava, segui para a cama de Draco, tocando seu ombro.

– Posso dormir com você? – Questionei, porque aquela frase sempre fazia ele parar de ficar chateado.

Mas dessa vez não funcionou, e ele permaneceu de olhos abertos encarando as cortinas, sem responder.

Suspirei, abrindo caminho debaixo das cobertas dele, me aconchegando ao seu lado, e pousei uma das mãos na cintura dele, quase como se testasse o movimento.

Draco sempre foi muito carente, e não costumava resistir a oportunidade de dormir abraçado, mesmo que ele negasse até a morte.

Ele nunca teve muito contato físico com ninguém, afinal sua família era muito fria, e ele não era dado a fazer amizade.

Eu era a única pessoa que tinha a liberdade de fazer o que quisesse.

Porque eu sabia o quanto ele era sozinho, e sabia o quanto me perder o assustava.

A minha tática funcionou, e isso me fez sorrir, porque ele aconchegou o corpo contra o meu ao se dar por vencido, suspirando ao se virar.

Sorri para ele, quase como se me desculpasse.

– Estamos bem? – Falei vendo ele continuar me olhando sério – Eu... perdi a paciência de ver você provocando Cedrico daquela maneira. Mas... não devia ter saído daquele jeito. Me desculpe – Falei vendo ele suspirar, finalmente erguendo os olhos para os meus.