Já fazia vinte minutos desde que Draco e Harry haviam sido colocados naquela sala, uma sala estranhamente vazia. A luz da lareira em uma das paredes era de onde saia a única luz presente naquela sala, a única mobília ali era uma mesa acompanhada de três cadeiras, duas de um lado e uma sozinha do lado oposto. A pintura preta das paredes, acompanhada da falta de grande quantidade de luz, havia dado calafrios em Harry nos primeiros minutos que entrara ali. Já Draco parecia estranhamente tranquilo aos olhos de qualquer um que o visse, mas não nos de Harry, ele sabia que Draco estava tão nervoso quanto ele. A prova maior disso era seus dedos, entrelaçados ao de Harry, que não se desgrudaram nem por um milésimo de segundo desde que os dois entraram na sala.
-O que acha que vai acontecer conosco? - Harry falou pela primeira vez em vinte minutos.
-Eu não sei.
-Você acha que isso pode ser coisa do seu pai?
-Talvez.
Harry não voltou a falar, sabia que as respostas curtas de Malfoy significavam que ele estava pensando. E como ele estava. Os pensamentos de Draco estavam fixados na ideia de tirar Harry daquele lugar em segurança, o manter a salvo era sua única preocupação naquele momento. Draco pensava e repensava nos possíveis erros que ele poderia vir a cometer, os quais ele não gostaria de ver nenhum acontecer. Pensava inclusive em um duelo que, provavelmente, teria que travar contra qualquer um que entrasse por aquela porta. Pensou em diversos feitiços que poderia usar, de ataque e defesa. Ele não poderia cometer nem um erro sequer ou isso poderia deixar Harry em serio perigo. Só de cogitar a ideia de algo acontecendo ao Potter, uma enorme dor no peito surgia em seu peito.
-Ora, ora... - Uma voz conhecida foi ouvida, fazendo os pensamentos de Draco sumirem por completo, seus olhos curiosos foram direcionados a porta.- Se não é meu filho e o namorado medíocre dele outra vez.
-Outra vez? - Harry tinha uma expressão confusa.
-Pai - Draco parou por um segundo, chamar aquele homem de pai parecia errado demais.- Deixe o Harry fora disso, puna somente a mim.
-Você sabe que não posso fazer isso Draco, ou melhor - uma risada ruim saiu de sua garganta, deixando Draco desconfortável.- Você não lembra.
-Do que você está falando?
Lucius Malfoy respirou fundo, tinha uma expressão de tédio quando começou a contar tudo a Harry e a Draco, e ele contou tudo. Lucius contou cada detalhe de sua historia, contou cada acontecimento importante e menos importante, contou como tudo acontecia e voltava a acontecer, e contou inclusive quantas vezes aquele mesmo momento já havia acontecido. No fim da história Harry e Draco o olhavam incrédulos, não podiam acreditar nas palavras daquele homem que estava a sua frente. Os dois se olharam e Harry observou que lágrimas escorriam dos olhos de Draco, seu choro não tinha barulho apenas lágrimas. Aquilo quebrou Harry por inteiro.
-Você não pode fazer isso - Harry falou firme.
-Garoto você acha mesmo que falar isso vai me impedir de fazer o que eu já fiz milhares de vezes? - Lucius arqueou uma das sobrancelhas, depois de alguns segundos colocou um pergaminho, com vários nomes, na frente de Harry.- Viu? eu tenho apoio para fazer o que sempre faço.
Harry leu a lista, nome por nome, até que um em especial chamou sua atenção. Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore. Harry sentiu seu coração despencar de seu peito até que chegasse em seu estômago, onde voltou a afundar junto com o mesmo. Ele se sentia extremamente mal, seu pulmão parecia ter desistido de funcionar o fazendo perder o ar que lhe restava. Ele pensou por alguns minutos, seus olhos se mantiveram naquele nome, ele procurava por um motivo para que Dumbledore apoiasse o que iria acontecer a seguir, mas simplesmente não encontrava nenhum. As lágrimas de Harry finalmente rolaram por seu rosto, seu coração parecia ter decidido que iria mudar-se pois Harry não sentia mais ele bater em seu peito.
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Oblivmates - Drarry
FanfictionQuando Draco Malfoy e Harry Potter se apaixonam, colocando a reputação de Lucius Malfoy e o futuro do mundo bruxo em jogo, aqueles que pretendem zelar por isso não veem outra saída se não apagar de suas memórias qualquer vestígio de que um dia esse...