Sua cabeça doía, assim como o restante do seu corpo. Uraraka fez um esforço e abriu os olhos, dando de cara com um teto branco. Virou a cabeça levemente para o lado e percebeu que aquela não era a janela do seu quarto, mas sim da enfermaria. Virou-se para o outro lado e viu a Recovery Girl fazendo algumas anotações em uma prancheta.
— Que bom que acordou, querida — ela comentou tirando os olhos da prancheta e a encarando. — Como se sente?
— Exausta. Mas estou bem.
— Não é pra menos, não é mesmo? Você se forçou mais do que deveria e seu corpo não aguentou. Um beijinho foi o suficiente, já que não tinha nenhum ferimento grave em você.
— Quer dizer que estou liberada?
— Bom, não vejo motivos para mantê-la aqui. — A senhora sorriu simpática. — Lembre-se de se alimentar corretamente, beber bastante água e descansar. Amanhã será outro dia e você estará nova em folha.
— Certo... Obrigada!
A morena tentou sorrir o mais simpática possível, mas não sabe se conseguiu. Levantou-se com ajuda da idosa e saiu devagar da enfermaria. Sentia-se a pior heroína do mundo por ter abusado de sua individualidade, só conseguia pensar em como havia conseguido essa proeza de parar na enfermaria. De novo.
Uraraka foi todo o caminho até os dormitórios perdida nos próprios pensamentos, sem prestar o mínimo de atenção ao seu redor. Sim, havia se martirizado um pouco, mas agora pensava que precisava pegar isso de incentivo e melhorar ainda mais. Isso mesmo! Se esforçaria ainda mais para ser ainda melhor e nunca mais...
— Ei! — alguém chamou a garota, que estava tão distraída que levou um susto, dando um sobressalto e colocando a mão no peito. — Tá em choque? — Ele riu irônico, arqueando a sobrancelha.
— Bakugou-kun! Eu não tinha te visto. — Ela respirou fundo e foi sentar-se ao lado dele no banco do pátio.
— Tá melhor, Cara Redonda?
— Tá preocupado, Bakugou-kun? — Ela tentou fazer uma brincadeira, mas a reação dele não foi exatamente a esperada. Sim, ele fez cara de bravo, mas seu rosto todo começou a ficar vermelho e ele só virou pro outro lado.
— Não, Bochechuda maldita — ele rosnou. — É só que você meio que desmaiou nos... meus braços...
— Eu sei... Eu preciso parar de fazer isso! Desmaiar de cansaço, ir parar na enfermaria... Coisas assim. Já é a segunda vez que eu desmaio lutando contra você.
— Pelo menos tá ganhando em alguma coisa. — Ele riu sarcástico e ela mostrou a língua.
— Eu ganho em outras coisas também, tá? — Ela fez bico e inflou as bochechas.
Dessa distância curta, era quase impossível para Bakugou não perceber quão adorável ela ficava fazendo essa cara de brava. A sobrancelha franzida, as bochechas infladas, a boca fazendo aquele biquinho fofo e infantil. Ele quase queria fazer isso mais vezes, mas ele gostava mais quando ela sorria... Ah, quando ela sorria! Parecia que o rosto inteiro dela se iluminava. Os olhos chegavam até a fechar de vez em quando e era a coisa mais adorável do mundo. Para alguns, claro. Ele não tinha reparado tanto assim.
— Aham, sei. Ganha sim. — Ele pigarreou, tentando disfarçar.
— Veremos amanhã. — Ela sorriu presunçosa. Essa garota tava mesmo pegando as manias dele.
— Veremos você apanhar, bochechuda!
— Continue com esse pensamento positivo, Bakugou-kun, que pode te fazer bem e melhorar essa sua aura negativa. Bom, eu vou indo. Deve ser o beijinho da Recovery Girl, mas ainda estou exausta. Nos vemos amanhã. Boa noite, Bakugou-kun!

VOCÊ ESTÁ LENDO
Training days
FanfictionUraraka queria fazer Midoriya prestar atenção nela, fazer com que ele viesse até ela. E para isso ela precisava se sentir no mesmo nível que ele. Precisava ficar ainda mais forte. E foi então que ela teve uma das ideias mais absurdas que já havia ti...