Capítulo 4

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MAYA

~~Sábado à noite~~

— Maya, eu não concordo com a avaliação final do médico. Quando ele diz que não tem cura.

—Viu falei que o doutror, Bigodudo não sabe de nada.

— Não é isso, amiga, para de brincadeira.

Parei e prestei atenção ao que Vanusa dizia.

— Para a medicina pode não ter cura. Porém, eu creio que para Deus tem. A Palavra de Deus diz que Jesus tomou sobre si todas as nossas enfermidades. A cura é um direito nosso, que Jesus conquistou na Cruz só é necessário crêmos.

Vanusa pegou a Bíblia que estava na mesinha e leu.

Verdadeiramente Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou sobre si as nossas dores;  e nós o consideramos aflito, ferido por Deus e oprimido.
Is. 53. 4

— Se você o aceita-lo Ele cuidará da sua enfermidade e dores. Basta você deixar e ele te dará a verdadeira paz e alegria.

— Chega amiga, não gosto desse papo de crente. Vamos mudar de assunto, tá legal.

Vanusa suspirou como se quisesse argumentar, porém concordou com a cabeça.

— Eu estou com vergonha da sua mãe.—  comentei sentada na cama da vanusa, afundando o rosto nas mãos.

 — Vergonha de quê? — perguntou minha amiga. 

Tia Marta apareceu como um passe de mágica na porta,me olhando com um olhar desafiador.

— De que, minha filha? — perguntou ela de um jeito meigo, mas ao mesmo tempo como se eu fosse tomar umas palmadas.

— Ah tia, você sabe. Da senhora ter que se responsabilizar por mim e tudo mais. Desculpa. —Tampei o rosto com um travesseiro.

— Maya — chamou Marta —, olha para mim.  — pediu gentilmente. 

Olhei.

— Está vendo este chinelo aqui na minha mão?  — perguntou apontando para o chinelo que ela estava segurando.

 — Sim.  — respondi baixainho. 

— Então, se você se envergonhar ou desculpar de novo por eu cuidar de uma filha minha, este chinelo vai conhecer o seu bumbum. Entendeu?

— Sim.  — respondi alto dessa vez, ela tem 60 anos  vai que não escultou e cumprisse a promessa.

— Acho bom. Agora vão durmi está tarde.

—Bênção, mãe.  —falamos em uníssono.

— Deus abençoe à vocês.

Ela se virou para ir embora e de costas a mesma falou:

— Maya, se você me chamar de senhora de novo esse chinelo vai trabalhar. 

Marta fechou a porta atrás dela sem esperar resposta.

Vanusa começou a gargalhar.

— Do que você está rindo?  —perguntei brava

— Da sua cara, parecia que você estava no filme de terror.

— Ela me assustou.  — Dei língua para ela.

— Você sabe que a minha mãe já te adotou no coração. Eu achei que ela ia te bater quando você se desculpou.

— Eu também.

— Ainda bem que você não agradeceu, aí sim ia ser um filme de terror. Vou dormir.  — falou secando as lágrimas que rolaram de tanto rir.

Vanusa deitou no colchão no chão. 

Verdade, tia Marta só aceita agradecimentos em forma de beijos e abraços se eu falasse a palavra estava morta.

Vanusa dormiu rápido. Eu estava lá a meia hora rolando. Peguei um remédio que o médico deu para eu dormir quando meus pensamentos não deixassem.

Só que ele não tinha feito efeito ainda.
E eu só conseguia pensar

Como os meus pais não cancelaram a viagem de férias depois que souberam que a filha quase morreu. Ou  tentou se matar como está todo mundo pensando. 

Será que a Vanusa está certa tem cura para o que eu sofro?

Capítulo revisado pela ⭐officialtyciavicty

Por Trás Dos Espelhos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora