the filming

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"Não se trata de ver para crer. Mas de crer para ver" - O Orfanato

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Louis despertou assustado às 3h com um efeito sonoro estrondoso no filme de terror que passava em sua televisão da sala. Resultado de uma tentativa frustrada de estudar à noite, já que não conseguia dormir bem por conta de seu pesadelo recorrente. Todos os seus livros caíram no chão ao que se levantou de súbito. Não houve sequer uma noite, desde sua mudança, que Tomlinson conseguira dormir bem. A rotina estava lhe exaurindo. Sentia falta de sua cidade, seu antigo emprego e de sua família. Holmes Chapel não era pavorosa, mas não era seu lugar. Pessoas religiosas de mais, cidade pequena de mais, sempre os mesmos rostos no vilarejo. Sentia saudades da pouca agitação de Doncaster, mas ainda sim, bem mais agitada que sua nova morada.

Seu cansaço era tamanho, que acabou pegando no sono durante a aula de efeitos visuais. Isso já estava se tornando comum para ele, embora soubesse que não era correto, não conseguia se manter acordado. Foi despertado por algum aluno, jogando uma bolinha de papel em sua cabeça para que respondesse ao professor.

-Presente, professor! -Disse ainda meio confuso.

-Não estamos na chamada, Louis. O perguntei se tem dupla para o trabalho.

-Q-que trabalho? -Louis disse, e o restante da classe caiu no riso. Sua testa tinha uma marca vermelha enorme por ter cochilado com ela apoiada na carteira.

-O que eu acabei de explicar, Tomlinson. Vá lavar o rosto para despertar, quando voltar, te explico novamente.

-Obrigado! Tenho trabalhado muito, prometo que não acontecerá de novo. -Louis correu até o banheiro mais próximo para jogar uma água no rosto e voltou depressa para a sala, parando próximo à mesa do professor para ouvir sua explicação.

-Bem, está melhor? -O rapaz assentiu freneticamente com a cabeça. -Trata-se de a produção de um curta-metragem em dupla, pra testar os efeitos que aprendemos. Os alunos já definiram suas duplas, você vai fazer com Liam Payne, aquele ali de casaco cinza, caso não saiba. -Louis olhou ao redor da classe e visualizou o garoto, bem no fundo da sala e sozinho. Tomlinson nunca sequer havia trocado uma palavra com ele.

-Eu posso fazer sozinho, professor. Está tudo bem.

-Não pode não. O trabalho é em dupla, e bem, você está sem, Liam também. Não tem motivos para realizar a tarefa sozinho. Eu já avisei ao sr. Payne.

-Sim senhor, obrigado por me explicar novamente. -É óbvio que Louis não queria desacatar o professor, mas não queria fazer o trabalho com esse tal Liam. Tinha achado o menino, no mínimo, esquisito, mas, bem, se teria que trabalhar com ele, gostaria de se aproximar, pelo menos um pouco. Caminhou até a carteira em que Payne se encontrava e o chamou para comerem algo no food truck do lado de fora da faculdade. -Hey, cara, o que acha de começarmos logo? Podemos fazer na minha casa amanhã. Temos um mês de prazo, mas não acho bom deixarmos pra última hora.

-Podemos, sim. Onde você mora?

-Vou te passar o endereço pelo Whatsapp. Confere aí. -Liam olhou para o visor do celular e ficou branco, seus olhos arregalados.

-V-você mora naquele mausoléu?

-Ei, não precisa ofender. Eu a reformei por dentro, está bem bonito.

-Eu não entro naquele lugar. Não entro!

-Posso saber o motivo? Qual é a da sua, cara?

-Aquele lugar é maldito! Cristo não entra ali. Eu não vou!

-Olha só, seu mauricinho, se você mora em mansão, o problema é teu. Eu me mudei pra cá faz pouco tempo, trabalho como garçom e aquela casa é a única que tenho como pagar, já falei que reformei tudo, está tudo direitinho. Para de dar show!

Not so lonely [L.S] Onde histórias criam vida. Descubra agora