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_E qual o problema? É o filho dele..._Karine deu de ombros deitada olhando para o teto. _Mas... não sei... ir atrás dela e ficar até essas horas? _Santia instigou. _Eu não quero colocar lenha na fogueira, mas... me parece que ele está usando o filho para ficar perto dessa tal de Portia. Parece que ele ainda gosta dela. _Se gostasse, não estaria noivo de mim. E outra coisa, Portia já é casada com outro homem... o dia foi cansativo, deixe-me dormir! _Ela virou-se na direção oposta de Santia. _De qualquer modo, Uno só ficou noivo, porque pensou que Portia estava morta. Mas, agora sabendo que ela está viva e ainda tem um filho com ele... acho melhor você ficar mais atenta. _Santia recebeu o silêncio de Karine como resposta, apagou o abajur e foi dormir. ***
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_Uno? _Karine balançou o ombro dele que dormia no sofá. _Porque está dormindo no sofá? _Amor? _Ele acordou em um pulo. _Desculpe, meu bem. Não queria acordar você... cheguei tarde. _Demoraram para encontra-la? _Sim, mas eu fui ajudar a dar um banho no bebê. _Ele espreguiçou os braços. _Entendi. _Ela assentiu pouco a vontade. _Acho que podemos começar a arrumar as malas. O vôo será em cinco horas. _O-o que? _Ele indagou atônito. _Mas... _Você disse sobre irmos embora logo e não ficarmos mais um tempo aqui. Eu sei que me recusei, mas... pensando melhor... precisamos voltar para a nossa vida! Preciso organizar o nosso casamento e... _Mas... e o Apollo? _Ele indagou. _O que tem? _Ele... vai... ficar...? _Amor, Portia não vai deixar você levar o bebê embora de jeito nenhum e nós não vamos morar na Coreia! Moramos nos Estados Unidos, lembra? Minha faculdade de moda, o casamento..._Ela estalou os dedos. _Amor, mas eu não imaginava que encontraria um filho aqui... e há boas faculdades de moda aqui também... _Uno?! _Karine bradou atônita. _Esta insinuando que vamos ter que morar aqui? _Apenas por um tempo, amor... Apollo ainda está tão pequeno... _Ate onde eu sei, Eros nunca vai deixá-lo ser o pai legítimo da criança, e você pode ver ele por Skype, ou visitar uma vez ao ano, sei lá... Não podemos ficar aqui! _É Portia? Acha que eu ainda gosta dela, não é? _O que? Do que está falando? _Mudou de ideia repentinamente porque eu fui ajudar Eros a procurar Portia, não foi? _Uno... não diga bobagens! _Ela cruzou os braços. _Eu sei que ela é a mãe do seu filho. _Tudo bem, mas porque não quer ficar? _Porque eu tenho uma vida com você lá nos Estados Unidos! Nós temos um casamento para organizar... a nossa vida é lá! _Mas Apollo... ele também é a minha vida! _Amor, eu sei... mas ele está muito bem aqui! Você não vai ser um pai horrível por isso e Eros vai dar a ele a vida que merece. _Eu não quero abandoná-lo... não de novo! _Mas você não está abandonando ele! _É claro que estou! _Ele enterrou o rosto nas mãos. _Você ainda sente alguma coisa por ela, não sente? _O- o que? _Ele voltou a fita-la. _Só ficou noivo porque pensava que ela estava morta, mas... todos nós sabemos que, agora, sabendo que ela está viva e ainda tem a chance de ficar juntos por ela ter um filho seu... _Eu não tenho nenhuma chance! _Ele a interrompeu. _Então... é nisso que você está pensando? Em Não ter nenhuma chance? _Não! Amor... você entendeu errado! _Olhe para nós, Uno! Estamos discutindo pela primeira vez... por causa de quem? _Mas... _Você quer desistir do nosso casamento, desistir do meu sonho... por causa de quem? _Do meu filho! _Eu sei que você ama o Apollo, Uno. Não duvido disso porque o seu maior sonho era ser pai... mas até ontem você estava dizendo que queria ir embora logo... que não aguentava mais ficar aqui... até... Eros e Portia discutirem e você perceber que ainda há um espaço para você no coração dela! _Amor... _Esta na cara, Uno! Não minta para mim! _É difícil para mim! _Ele deu um soquinho de leve da mesa que separavam os dois. _É difícil... eu fui embora sabendo que ela poderia estar viva, mas... eu tinha quase certeza da sua morte! Sofri por muitos meses... até que me convenci de que ela poderia estar realmente morta, então, tudo o que eu sentia estava inerte até agora... até ver ela com um filho meu nos braços... passar um tempo com o bebê no colo enquanto conversava com ela essa manhã, me fez sentir que... ainda podemos ser uma família como eu sempre sonhei. Karine ficou paralisada, encarando Uno. Não saiu uma lágrima sequer de seu rosto. Milhares de pensamentos ecoavam em sua cabeça. A sinceridade repentina de Uno fez com que cada célula nervosa sua entrasse em pânico. Ela buscou ser mais madura possível naquele momento. Sabia que se ficasse histérica iria ainda mais afastar Uno. _Eu sei que está confuso. Eu entendo. _Quebrou o silêncio petulante. _Independentemente do que você decidir, eu respeito. Uno fitou Karine e abriu um sorriso leve. Também estava confuso. _A verdade é que... _Ele suspirou desviando o olhar vago, ficou em silêncio por minutos que pareciam ser infinitos para Karine. Deixando que uma fina lágrima molhasse seu maxilar.
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Ela amava Uno e era um sonho se casar com ele, mas se ele decidisse lutar pela sua família, não poderia impedi-lo. Ela sabia que ele amava Portia profundamente, mas também se sentia amada por ele. Esperando por uma resposta, ela ficou imóvel. Seus sonhos poderiam ser destruídos em alguns minutos. Ela odiava isso, odiava depender de uma resposta para saber como seria sua vida daqui para frente. _Ajude-me. _Ele quebrou o silêncio, ainda sem encara-la. _Ajudar? Como o que? _Espantou-se com a resposta inesperada. _Eu amo Portia, Karine. Eu a amo profundamente, e saber que ela tem um filho meu, me faz amá-la ainda mais. _Ele a encarou, Karine achou rude de sua parte ser tão sincero assim e sem emitir nenhum sentimento sequer. _Mas ela não é minha. Ela é a segunda chance de Eros. E... eu quero amar você profundamente! _Uno... _Ela cruzou os braços sentindo uma lágrima cair. Não sabia se estava machucada por ele dizer que amava outra mulher, ou se estava feliz por ele ter escolhido ficar ao seu lado. _Ajude-me a esquecê-la para sempre e... seja minha. Quero viver ao seu lado para sempre. Eu quero ser seu assim como Portia é de Eros. Quero ter a nossa família. Karine foi até Uno e o abraçou.
