Sublime

Capítulo 2 - Mundo externo

A principio algo estranho pode te assustar,

 mas isso não quer dizer que essa coisa seja ruim.

Ela corria assustada enquanto gritava pedindo ajuda. O lugar era escuro, mas em meio ao breu era possível ouvir sussurros e olhos vermelhos a observando. Pediu socorro mais uma vez, mas não adiantou, a pessoa que a seguia estava mais perto.

De repente viu algo no chão mais a frente. Parou assustada.

— Wendy... — uma mulher chamava baixinho, mesmo assim conseguia ouvir perfeitamente. ­­— ajude a mamãe...

A mulher que dizia ser sua mãe não era mais que um corpo deformado e de cor estranho. Conseguia ver vermes saindo de onde deveriam ser os olhos e quando a mesma falava, um liquido viscoso e negro saia dos seus lábios.

— Por que não me salvou, Wendy... — a forma humanoide a sua frente começou a caminhar de forma desengonçada em sua direção ­­— você me matou, criança maldita! — e com essa frase começou a correr em sua direção.

Aterrorizada, a menina não se mexia, até o grito ficou preso em sua garganta.

Até que começou a cair.

Fechou os olhos e orou baixinho, pedindo que algo a salvasse, mas então sentiu pousar em algo fofinho.

Abriu os olhos e viu que estava em uma espécie de nuvem rosa e macia. As coisas ao seu redor não estavam mais negras. Havia arco-íris em sua frente e na sua direita. Gatinhos pulando entre nuvens e um rio de leite perto de onde estava.

— O que...?

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.

.

Antes que conseguisse entender direito o que estava acontecendo, a menina de cabelos azuis abriu os olhos e percebeu que estava sonhando. Mas algo não se encaixava: já havia possuído sonhos que se transformavam em pesadelos, mas nunca o contrario havia acontecido com ela.

Fechou os olhos novamente e tentou se acalmar.

A noite anterior havia sido cansativa, entretanto, seu coração estava cheio de esperança agora. Haviam encontrado Mira e, seja lá o que ela soubesse ou no que pudesse ajudar, já era um bom começo. Combinaram de descansar alguns minutos antes que prosseguissem caminho e, pelo que pode perceber, havia adormecido. Não conseguia ouvir as vozes do seu irmão ou da albina, porém sentia que eles estavam por perto. Seu irmão não iria lhe abandonar.

Sentia que estava deitada no chão e sua cabeça repousava em algo; provavelmente em sua mochila. Espreguiçou-se e abriu os olhos, foi quando viu dois olhos redondos e negros lhe encarando com curiosidade.

Gritou em susto e se afastou da criatura o máximo que conseguiu.

O animal, ou seja lá o que aquilo fosse, observava Wendy com intensidade. Seus olhos redondos e pequenos quase não se destacam na totalidade de seu corpo. Seu corpo era amarelo com algumas manchas pretas, na face, possuía uma pequena tromba, como o de um elefante e em suas patas eram explicitamente parecidas com a de um felino.