Tudo aquilo me fez odiar mais ainda o velho Harry. Precisava acabar com ele. Eu já havia eliminado duas pessoas, eliminar mais uma não seria tão difícil. E se aquele velho já tivesse capturado mais crianças para tentar novamente fazer seus experimentos bizarros? Em 3 anos, é bem possível que ele tenha tentado, mas provavelmente ainda não conseguiu, pois ainda tem um grande interesse na Jessy.
- Preciso ir ao laboratório do Harry e destruir tudo, principalmente ele - disse a Jessy.
Ela tinha apenas 14 anos, mas parecia ser uma mulher de 25 com seus pensamentos e toda aquela seriedade no rosto e na voz. Já era de manhã, 6:56 h, o Robert ainda estava dormindo.
- Robert, acorda. Você precisa voltar para casa - Exclamei balançando seu corpo desacordado.
Ele acordou, com os olhos bem apertados ainda e disse:
- Eu não vou voltar para casa agora. Vocês estão querendo me deixar para trás?
- Você não deveria ter vindo com a gente, te coloquei em perigo com aqueles seguranças. Você só queria presentear seu irmão, não era para ter se metido nessa encrenca toda conosco. Vá para sua casa e eu prometo que, se eu sobreviver, levarei a bicicleta para o seu irmão.
- Não! Eu quero ir com vocês, posso ser útil - retrucou.
Sabíamos que seria impossível convencê-lo a não ir, assim como seria impossível a Jessy me deixar para trás. Ela poderia ir voando com suas asas negras, mas, talvez para me mostrar que me queria por perto, não recusou quando eu disse que iria.
40 minutos após uma longa caminhada, chegamos no que mais parecia uma igreja velha. Era o laboratório do Harry. Sem algum movimento suspeito, para não atrair olhares duvidosos.
- Como vamos entrar lá? - perguntei.
- Pelo mesmo lugar que eu consegui fugir. Pelas saídas de ar. Tudo lá dentro é praticamente inquebrável. Não consegui sair do interior daquele lugar de outra forma e tive que optar pelo mais prático.
- Então vamos - disse eu.
- Vamos - confirmou o Robert.
O lugar era cercado por um muro sem tinta, apenas rebocado, e um portão preto de grade. Mais ao fundo se encontrava o laboratório do maluco Harry.
O muro era alto e só era possível abrir o portão sem as chaves pelo lado de dentro, então a Jessy, com suas asas negras, rapidamente sobrevoou o muro e abriu o portão para que Robert e eu pudéssemos entrar.
De dentro o ambiente parecia muito mais assustador e nojento.
- Vamos pelo fundo - A Jessy, agora já sem as asas, foi quem tomou essa decisão.
Chegamos aos fundos daquela " Igreja maligna " e lá estava a nossa porta de entrada, a saída de ar. Nossa sorte é que era de um tamanho suficiente para cabermos lá dentro. Talvez precisássemos nos contorcer um pouco,mas o importante era que conseguiríamos chegar ao nosso objetivo. O interior do laboratório.
A Jessy foi na frente, tomando toda a responsabilidade para si. Segundo ela, iríamos sair num local perto de onde ficavam as cápsulas em que eram conservadas as crianças-cobaias.
Chegamos. Ainda dentro da saída de ar, apenas pela tampa a Jessy avistou um segurança, isso já era um sinal de que aquele lugar ainda estava sendo utilizado. Ela tirou a tampa de metal cuidadosamente e saiu pelo buraco, caindo bem próxima ao segurança e antes que ele pudesse reagir, A Jessy lhe atacou no pescoço com um golpe de suas garras. Robert e eu descemos logo após, eu com minha aljava com 14 flechas e o Robert, aproveitando que o segurança estava sem vida, pegou-lhe a arma e com muito esforço conseguiu manuseá-la apenas com a mão esquerda, de uma forma que talvez fosse útil.
Pronto! Estávamos dentro do território inimigo. Fomos até o local em que se encontravam as cápsulas. Haviam 30 crianças, prontas para fazerem parte do plano maluco do Harry, 30 crianças inocentes dadas como desaparecidas, como havia acontecido com aquelas 375 há 3 anos atrás. A Jessy pareceu muito abalada com aquela cena e ao mesmo tempo revoltada. A dor daquelas crianças, aquele sofrimento sem ter como se salvar das mãos do cientista maluco, era seu.
- Por aqui! Vamos encontrar aquele velho maluco. Está na hora de acabar com tudo isso. - Jessy.
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Quem é ela?
General FictionUma garota de 11 anos bateu à minha porta em busca de abrigo. Minha mãe a acolheu e desde então a considero como uma irmã mais nova. Ela nunca nos contou de onde veio e o que a motivou a sair desesperadamente em busca de abrigo naquela noite. Quem é...