Capítulo 12: Gods and Monsters

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"Em uma terra de deuses e monstros, eu era um anjo;
Vivendo no jardim do mal;
Acabado, assustado, fazendo qualquer coisa que eu precisasse;
Brilhando com um farol ardente."

– Gods and Monsters, Lana Del Rey.


Depois que Madelyn se recompôs do choque, fez de sua missão pessoal atender todas as vontades do filho de seu mestre, portanto, quando Michael solicitou um lugar reservado onde pudesse conversar com Alexis em particular, ela chegou a oferecer o próprio quarto, mas ambos insistiram que não havia necessidade, assim, foram parar em um dos quartos de hóspedes.

Michael conseguia sentir, pelo sorriso sacana no rosto da mulher, o que ela imaginava que os dois fariam com sua privacidade, mas ela não podia estar mais errada. Ele nem sequer pensava em fazer algo além de conversar, não em seu estado, e não com Alexis, que até onde ele sabia gostava de mulheres, e não deu nenhum sinal de que também se relacionava com homens... o que fazia cair por terra muito do que seu pai havia prometido.

— Eu sei que você está exausto, mas se puder começar a responder as minhas perguntas, ficarei agradecida. – disse Alexis, sentando-se aos pés da cama de solteiro.

Havia algo diferente na postura dela, Michael percebeu. Não era medo, mas depois que ela viu a marca da besta atrás de sua orelha, assumiu uma posição mais respeitosa, muito longe da veneração de Madelyn, mas definitivamente Alexis não mais o enxergava apenas como o garoto maravilha que veio para oprimir seu Coven.

— Pergunte, e se eu puder responder, o farei. – Michael foi sentar-se ao lado dela, disposto a ser inteiramente sincero. Era o mínimo que poderia fazer depois de ela tê-lo salvo de uma morte humilhante.

— Há um mês, quando você passou no teste das Sete Maravilhas, deu a entender que esperava coisas de mim. – Alexis pôs-se a falar. — E recentemente, disse a Cordelia que eu era a única razão pela qual não a mataria. Eu quero saber o motivo.

Michael irritou-se com a lembrança, sabendo que errou ao pôr aquele trunfo nas mãos da Suprema, e agora nada a impedia de esconder-se atrás da filha, como ela certamente pretendeu ao manda-la atrás dele. Mas o anticristo queria confiar em Alexis, e também sabia que ela era a última pessoa do Coven a ser responsabilizada pela morte de Miriam. E Satã sabia o quanto a garota necessitava de respostas.

— Meu pai falou de você para mim, Alexis. – e assim, deu início ao discurso atentamente ouvido pela bruxa sem nenhuma interrupção.

Como Afrodite, nos mitos gregos, prometeu Helena, a mulher mais bela do mundo, ao príncipe Paris, o Diabo prometeu Alexis a Michael. Poucas eram as vezes em que Lucifer se dignava a falar com o filho, no breu na da noite, no eco de sua mente ou em um ritual de sangue, sempre a custo de fervorosa adoração e aclamação por parte de seu herdeiro. Portanto, no dia em que ele apareceu sem ser chamado, Michael sabia que era para tratar de um assunto muito importante.

Satanás revelou ao filho sobre as profecias e planos para o apocalipse, mas a parte que mais interessava Michael era sobre a mulher destinada a reinar ao seu lado no novo mundo construído à imagem e semelhança de Satã.

"Uma filha da terra." Foi assim que seu pai se referiu a ela, com a alcunha que usava para falar de todas as bruxas. "Herege autodeclarada, senhora de si, mestre de todas as faces do poder feminino, herdeira de duas gerações de supremacia... ela será sua Eva, meu filho."

Michael ainda vivia com Mead quando a revelação foi feita, e dali em diante, não houve um dia no qual ele não pensou na mulher cujo nome ainda nem sabia, por isso, quando sua mãe de criação sugeriu que a forma mais eficaz de destruir o mundo era aliando-se ao Coven de Salem, Michael entusiasmou-se da ideia. Seria um trabalho de formiga, ele sabia, e exaustivo, visto que ele não podia cair de paraquedas em Robichaux, e para se aproximar das mulheres do Coven, teria de começar pelo elo mais fraco: os homens. No entanto, Hawthorne lhe foi útil, os bruxos o ensinaram a desenvolver novas habilidades e controlar as que já possuía, e seu tempo naquela escola valeu à pena. E para ser sincero consigo mesmo, a parte mais difícil começou depois que os bruxos enxergaram nele a possibilidade de um novo Supremo: seria apresentado à parte feminina do clã, mas como identificaria sua consorte?

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