Meu nome e Lawrence Rios, e não o aconselho a continuar lendo caso não suporte aventuras e suspense.Mais um dia de aula na pacata escola Lewis Garden, no centro do Rio de Janeiro. Olhando para o nada, começo a vagar em minha mente, ouvindo cada palavra, vendo cada gesto... para mim não significam nada, absolutamente nada.
Olho em direção a Mel, uma garota que senta ao meu lado na sala. Uma garota linda, de cabelos negros como o traçado da noite e olhos de cor semelhante ao âmbar.
"Mel - penso - O que será que ela pensa sobre mim?"
Me recordo dos vastos campos de primavera que imagino em meus sonhos, junto com ela. Me recordo dos vários beijos que demos ao longo de meus sonhos.
-Senhor Lawrence !
Acordo do meu dev aneio, ainda com lembranças frescas de meu sonho com a Melissa.
-Senhor Rios - diz calmamente a professora, pelo tom que ela usa preferia que estivesse gritando - Poderia vir aqui na frente da sala e nos dizer com o que vc estava pensando? Afinal, deve ser algo bem interessante a ponto de não prestar atenção em minha aula.
-Não, eu não preciso.
-Venha, eu insisto.
Sem opção e sem idéias, eu caminho em direção a vergonha, ou seja, falar o que eu pensava sobre a Melissa na frente de todos.
- Não se acanhe, meu jovem - diz a professora - diga-nos o que tanto te interessa.
Olho ao redor, todos me olhando.
Inclusive ela.Me encho de coragem e digo, sem me importar com o que possa acontecer:
- Eu estava pensando .... - paro por um momento, procurando as palavras certas no fundo da minha garganta.
- Vamos, querido, diga logo.
Caminho em direção a carteira de Melissa e digo, olhando para ela;
- Eu estava pensando em você, lembrando e pensando nos bons momentos que tivemos juntos e que ainda teríamos. Lembrando em todas as horas que desenhei o seu rosto ao para te-lo ao meu lado. Lembrando do brilho do teus olhos cintilando a noite. Melissa eu te amo, e gostaria de saber o que você sente sobre mim.
Observo a reação de toda a sala, suspiros e bufos vinham de todos os lados.
Mas não era a reação deles que me interessava.
- Lawrence - disse Melissa para mim - podemos conversar no fim da aula?
Afirmo com a cabeça e ando até a minha carteira, sentando.
O sinal da saída toca, procuro Melissa que ja estava no porta.
Guardo o meu material o mais rápido que eu pude, com a mochila em mãos, caminho em direção ao corredor.
Vou até o meu armário, uma simples porta de ferro dentre tanta outras na parede.
De costas sinto alguém me cutucar o ombro.
Quando me viro recebo a coisa mais inusitada da pessoa de quem eu menos esperava.
Era a Melissa tocando seus lábios nos meus.