Capítulo 17.1

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CAPÍTULO 17.1

- Crescer sem se sentir amado pelos seus próprios pais é uma merda! - começo a falar relembrando de tudo, permaneço com os olhos preso ao chão. - Desde pequeno foi praticamente só eu e minha irmã. Eles vivem viajando, trabalhando e arrumando compromissos. Depois do nascimento da Ava achei que o meu relacionamento com eles iria melhorar, mas não. Não mudou nada, muito pelo contrário, minha irmã virou outra "vítima" consequente ao trabalho idiota deles. Quem sempre cuidou de nós foi a Marina, funcionária de casa, ela sim sempre foi uma mãe pra mim e não aqueles dois estranhos que moram comigo. - digo remexendo todos esses pontinhos dentro de mim e lembrando o quão essa parte da minha história é uma droga. - Eles não me amam. - finalizo.
- Mas todos os pais amam seus filhos, Josh. - ela diz me fazendo tirar os olhos do chão e encará-la.
- Não, nem todos Maya. Os SEUS pais te amam e te amam muito. Já os meus, pra eles, pouco importa o que eu faço ou deixo de fazer. - digo com nó enorme na garganta. - Quando eu vi o que seus pais fizeram por você e depois por mim apesar da confusão em que te coloquei ontem, caiu um pouco à ficha sabe? Queria ter, pelo menos, um pouco dessa relação de vocês três. O carinho deles por você é nítido, você teve muita sorte, acredite nisso.
- Eu realmente sinto muito por.. - começo a dizer, mas ele me interrompe.
- Não sinta, eu já me acostumei com isso. Agora a única preocupação que tenho é com a minha irmã e nada mais. - digo, não quero e não preciso que as pessoas sintam pena de mim, isso não, dou de ombros.
Antes que ela pudesse responder qualquer outra coisa, aponto com o queixo para frente indicando que estavam se aproximando, quando a mesma olha se depara com Riley correndo afobada em nossa direção.
- Pe.. pea.. - a menina começa a dizer colocando as mãos no joelho e tentando recuperar o fôlego.
- Calma, respira docinho. - Maya responde tentando fazer acredito eu, exercício de respiração junto da amiga.
- Docinho, seus pais estão tentando falar com você, mas não estão conseguindo. Você quer matar eles do coração. Manda mensagem logo, caso contrário sou eu quem vai ficar conversando com eles né? - a morena diz colocando a mão em seu colo.
- Putz, meus pais! - Maya bate de leve na cabeça. - Esqueci que nós temos compromisso hoje mais tarde. - diz e a amiga concorda com a cabeça. - Eles vão me matar se eu não chegar logo em casa. - ela diz se virando pra mim, apenas concordo com a cabeça. Eu tinha razão sobre ela e seus pais. A loira arruma rápido suas coisas e é arrastada pela amiga. Observo-as correndo até sumirem do meu campo de visão. Suspiro jogando a cabeça para trás e arrumando minha touca. Josh, para. Você não pode demonstrar fraqueza, você não é fraco, todos tem que me respeitar nesse colégio. Volte ao seu status normal.

Sei que vai ficar meio cansativo ler dois capítulos "iguais" com a versão de ambos, mas queria trazer um pouquinho do pensamento do Josh também. Estou escrevendo, logo logo tem mais.

Aquele maldito esbarrão em HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora