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Deves enfrentar as consequências dos teus atos, mesmo que isso te custe o seu maior tesouro.

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14.12 - Colégio Luminus

A casa estava silenciosa, todos dormiam ou tentavam fazê-lo, o dia anterior fora agitado demais para que tivessem ânimo para se manterem acordados durante a madrugada. Junhui preferira dormir no quarto de Minghao aquela noite, apenas por precaução, então estava deitado sobre vários lençóis e travesseiros arrumados no chão. Soonyoung dormia abraçado a Chan, ou tentava, já que o mais novo estava tendo um sonho agitado. Os demais permaneciam em seus próprios quartos, dormindo ou apenas ressonando.

O Lee mais novo movia-se de um lado para o outro inconscientemente, em seu sonho, estava na floresta, procurando algo ou alguém. Chegou a uma parte mais densa, alguém que aparentava ser apenas um pouco mais velhos que si estava sentado encolhido próximo a uma árvore, parecia chorar e segurava com força a barra da camisa de pijama que usava. Quando Chan estava próximo o suficiente para tentar tocá-lo, ouviu a voz de sempre próxima à sua nuca, seguida de um sopro de ar frio.

- Eu era tão ingênuo, não era?

- É você?

- É o que eu era. Não sou mais esse tolo que deixou-se cair tão facilmente. - a visão do garoto aos poucos se desfazia, como se fosse fumaça soprada para longe.

- Você é assim pelo que te fizeram?

- Preciso ser assim pra sair de onde me trancaram. Pra me encontrar de novo.

Passou-se um momento de silêncio, antes que o mais novo pudesse perguntar qualquer coisa sobre aquilo, quem quer que estivesse atrás de si, sussurrou algo que o deixou minimamente assustado.

- Seu garoto está te esperando. Volte.

Então, sentiu como se estivesse despertando, olhou em volta e estava em seu quarto novamente, mas não havia ninguém ao seu lado. Soonyoung estava parado próximo a janela d9 cômodo, de costas para si, mas olhou-o assim que o barulho de seus pés batendo contra o chão para levantar-se fez-se presente. O Lee caminhou até ele, mas sentia que havia algo de errado, o olhar do Kwon parecia distante e frio.

- Aconteceu algo, hyung?

- Sim, aconteceu. Você libertou algo que vai matar todos nós, então preciso te matar primeiro.

O tom de voz ríspido não era o que conhecia, as mãos que sempre o tocaram tão suavemente não eram as mesmas que seguravam-no pelo pescoço, erguendo-lhe do chão rapidamente. Seu corpo chocou-se contra a janela com força o suficiente para que o vidro quebrasse facilmente, sua cabeça rodava pela pancada e a falta de ar passava a fazer-se presente. Chan chorava e tentava soltar os pulsos que o prendiam como podia, suas unhas curtas já se fincavam com força sobre a pele alheia, aquele definitivamente não era o seu Soonyoung.

A brisa fria da noite revolvia-lhe os cabelos, seu corpo ficava cada vez mais fraco e, antes que pudesse ter qualquer reação, o Kwon soltou-lhe dali. A queda do segundo andar do casarão pareceu ocorrer lentamente, como se ele fosse uma folha sendo levada de sua árvore. O rosto antes bonito, agora levava um sorriso cruel ao vê-lo despencando. Antes de sentir o impacto contra o chão do jardim, sentiu como se despertasse mais uma vez.

Ouviu a voz de Soonyoung como um eco distante, aos poucos a luz fraca das velas fazia-se presente, ele podia sentir um par de mãos sobre seus ombros a segurá-lo. Quando conseguiu recobrar os sentidos, viu o rosto do mais velho diretamente a frente do seu, seus olhos demonstravam medo latente.

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