Os Segredos da Lua

Lílian Brown

17 de novembro de 1960, as ruas da grande Londres estavam calmas no cair da noite. Do alto de uma janela do terceiro andar em um hotel comum se encontrava Lílian Brown, ela é uma jovem muito bonita, com uma altura normal, tinha longos cabelos castanhos claros ondulados, os olhos verdes como esmeraldas, sua pele era branca como a neve e possuía lindas curvas que conseguiam chamar muita atenção. A jovem estava usando um sobretudo preto com botões dourados que ia até a altura do joelho, utilizava uma meia calça da mesma cor para tampar a parte de suas pernas que ficavam expostas. A mesma então deixa a janela e calça seu calçado preto com algumas listras brancas, pega um chapéu da mesma cor e o coloca em sua cabeça. Abrindo a porta do quarto 57, ela passa pelo corredor vazio e desce as escadas até chegar no térreo do Hotel.

Nas ruas vazias a garota caminha com determinação algumas quadras até chegar em um bar de esquina, ela se assenta em uma cadeira próxima ao balcão e encara algumas pessoas que estavam ali, muitos deles ficaram trocando olhares com a jovem, porém sua atenção se volta para um senhor que estava do lado contrário ao balcão, ele tinha uma aparência misteriosa, em sua roupa velha e surrada estava um pequeno crachá que estava escrito Johnson, e embaixo atendente.

- Boa noite Brown - Disse Johnson com uma voz rouca e grossa, a servindo um copo com bebida alcoólica. - Como está a investigação?

- Obrigada Johnson - Disse bebendo um pouco da bebida. - Achei alguns documentos antigos sobre a venda de armas ilegais aqui em Londres, são armas usadas na Segunda Guerra Mundial, o comprador apenas assinou seu primeiro nome talvez, ''Andrei'', porém ele é um verdadeiro fantasma, minhas fontes me confirmaram que ele é um espião da União Soviética.

- União Soviética... - Disse Johnson com o olhar pensativo e raivoso. - O que será que eles querem aqui em Londres? Desde que entraram nessa disputa com os Estados Unidos, os dois países estão agindo de maneira estranha.

- Também fico incomodada com isso acontecendo, a três anos atrás a União Soviética mandou um satélite para a órbita terrestre, o governo americano ficou furioso com tal ato, e a dois anos fundaram a NASA, rumores dizem que eles tem um plano de ir a lua - Disse a garota olhando pensativa para a bebida.

- Eu também ouvi sobre esse rumores, a tal corrida espacial, mas me pergunto, por que ir a lua, por que gastar tanto para ir lá? - Disse Johnson arrumando algumas garrafas que estavam na vitrine.

- É oque eu me pergunto todas as noites antes de dormir - Disse Lilian ainda olhando para bebida, um segundo depois virando o copo de uma vez e o batendo levemente na mesa - Seja lá oque for, eu irei descobrir, disse a garota com determinação.

Um grupo de homens suspeitos chegam perto do balcão, e começam a cantar a jovem, um deles então tira o chapéu da cabeça da garota.

- Uma mulher não deve usar chapéus, e nem ficar sozinha em um bar de homens, mas eu alívio para você princesa - Disse o homem colocando a mão no rosto da jovem. - O que acha de você ir na minha casa hoje? Se divertir um pouquinho.

Em uma fração de segundos a garota puxa um revólver preto colocando-o na cintura do homem.

- Quer se divertir!? - Disse ela bastante séria e intimidadora com um olhar seco que mostrava que ela estava disposta a puxar o gatilho.

O homem então começa a tremer, seus amigos tentam acalmar Lílian a pedindo desculpas e tiram o amigo dali com pressa.

- Esses caras não tem mais oque fazer!? Acham que mandam no mundo apenas por serem homens. - Disse a garota furiosa.

- Infelizmente esses caras não tem um pingo de noção e educação, são idiotas não ligue para eles. - Disse Johnson enchendo o copo dela mais uma vez. - Esse é por conta da casa...

Algum tempo então se passa... As ruas agora estavam mais escuras do que nunca, a jovem Lílian estava andando por elas determinada, ela desce as escadas do metrô, e fica esperando na estação um pouco movimentada. Um trem branco com listras vermelhas então para, abrindo as portas, Lílian entra pelo portal e senta em um banco vazio do vagão, que estava com algumas pessoas. Ela escuta o aviso que o trem irá partir, as portas então se fecham e a locomotiva começa a andar. A jovem então puxa um isqueiro de suas vestes, e começa a brincar com o fogo, diferente das pessoas da época Lílian Brown não gostava de fumar.

O barulho de rodas parando é ouvido fortemente, o som do apito do trem indica que chegará na última estação, Lílian se encontrava sozinha em seu vagão, ainda brincando com o fogo, a garota logo levanta guardando seu isqueiro e desce para a estação, que estava quase deserta, ela caminha até às escadas e sobe para a superfície. Nas ruas escuras ela nota as casas normais que ali havia, porém uma casa chamava a atenção dela, a casa número 105, ela sobe os degraus até a porta de madeira, e bate na porta duas vezes. Ninguém havia atendido a jovem.

- É melhor eu voltar depois... - Disse a jovem se virando para descer, porém em um momento de coragem, ela se vira novamente para a porta, tira um grampo de seu cabelo e o coloca na maçaneta, mexendo por alguns segundos ela consegue abrir a porta. - Foi fácil !!!

Ela então se vê dentro de uma casa de tamanho médio, bem escura e com algumas teias de aranha, parecia que ninguém estava ali por pelo menos 10 anos, a garota continua a adentrar pela escuridão, ligando uma lanterna que estava com ela, tentando achar alguma coisa, porém sem sucesso. Sem esperanças a garota começa a voltar, porém um barulho chega a seus ouvidos, alguém havia entrado na casa, a jovem desliga a lanterna e puxa a sua arma e se esconde. Um silêncio então surge, a garota se agacha olhando para uma porta, e então... Um clarão de luz surge, cegando Lílian temporariamente, uns homens vestidos de preto aparecem saindo do clarão e pegam a garota...