Os Segredos da Lua

A Esperança

Seis longos meses se passaram desde que a jovem Lilían Brown se despediu de Charlie pela última vez...

Em um quarto apagado, extremamente limpo e organizado, no dia 05 de maio estava deitado em sua cama o detetive Charlie Brown, ele estava com a mão em seus olhos, enxugando suas lágrimas, e a única coisa que passava em sua cabeça era achar uma maneira de trazer Lilían de volta para sua vida.

Terminando de secar as lágrimas, ele caminha até a sala, extremamente cabisbaixo ele vê seu violão de madeira bem simples pendurado na parede, ele o pega e começa a tocar e cantar essa música: 

Ao terminar a canção mais lágrimas escorrem de seus olhos cinzas azulados, que agora estavam com um tom avermelhado, ele se encosta na parede e escorrega até o chão, olha então para a janela, e vê os pássaros voando livres de um lado para o outro... Um barulho de patinhas então chega a seus ouvidos, e logo ele é lambido por uma cadelinha pequena e fofa, da raça Beagle. - Oii Zoe como você está garota? - Diz abatido acariciando sua cadelinha. Zoe começa a puxar a camisa de Charlie com os dentes, ele tenta fazê-la parar, porém sem sucesso, ela puxa ele até seu sobretudo azul escuro, o mesmo que usava quando Lilían havia se despedido. Charlie nunca mais havia o usado novamente, para não lembrar daquele dia, porém Zoe o fez abrir os olhos. - Muito obrigado garota, eu vou trazer ela de volta, isso se ela já não estiver vindo, essa garota é forte. - Diz com um sorriso, que não aparecia em seu rosto a muito tempo. Determinado em ter Lilían de volta, o jovem põe seu sobretudo, e vai até a porta confiante.- Zoe cuide da casa, sairei por uns dias, mandarei alguém cuidar de você. - Diz Charlie

Pegando sua moto Harley na garagem, o jovem da partida e sai pela rua a fora, ele acelera cada vez mais rápido pela estrada, cortando tudo que via pela frente, ele viaja umas 80 milhas até chegar na capital da Inglaterra. Agora rodando pelas ruas de Londres, Charlie segue o caminho que já não era mais desconhecido, o jovem passava por ele com certa frequência, ele então estaciona em frente a um bar de esquina, escuro e espaçoso, ele entra e vai direto ao balcão.

- Olá Jonhson, eu preciso da sua ajuda. - Diz Charlie se sentado no balcão, sua voz estava séria. - Ahh olá detetive White, como sempre pedindo minha ajuda não é? Deixa eu adivinhar, quer saber sobre a Brown? - Diz Jonhson limpando um copo, logo pegando um envelope no fundo do balcão. - Sim, você sabe aonde ela está? - Sim, foi dificil, mas consegui achar algumas coisas, umas pessoas estavam me devendo, aqui está. - Diz Jonhson entregando o envelope.

Charlie então abre o envelope, dentro tinha uma foto, nessa fotografia, estava ela com seus longos cabelos ondulados, era Lilían e ao lado dela, um homem alto e musculoso, com cabelos sedosos, tinha um certo charme de príncipe encantado. - Obrigado Johnson, eu acho que sei aonde é isso. - Diz Charlie completamente sério e pensativo. - Trás ela de volta, esse bar não é o mesmo sem ela. - Diz o velho Johnson com sua voz rouca com um sorriso endurecido.

O jovem detetive pega então o envelope que achou na universidade. - Desculpe mãe, eu não tentei resolvê-lo, mas eu vou agora. - Diz abrindo e lendo novamente a carta dentro, ela dizia.

"Olá filho, ou será que é outra pessoa? Se for mesmo você Charlie, certamente descobrirá o próximo, lá vai. O jogo continua, a terceira chave perto não está, no país ao lado encontrará, aonde Reis e príncipes habitam está, porém não nós luxos, mas naqueles que servem. Um palácio precisa de cuidados, não esqueça."

- Mãe, você é extraordinária, é como se soubesse do que eu precisava. - Pensa Charlie, com lágrimas nós olhos. - Tudo bem, país ao lado do nosso, minha mãe disse que adorava ir a Escócia com meu avô a trabalho... Aonde Reis e príncipes habitam, Castelo, não no luxo mas naqueles que servem, meu avô trabalhava como caseiro do castelo, é claro, está na velha casa que meu avô morava lá. - Pensa Charlie com a mente a mil. - Jhonson tenho que ir a Escócia, tenho uma chance de achar Lilían, pois as roupas desse cara são de fato de um príncipe escocês. - Diz Charlie apontando para a foto extremamente sério. - Certo, então oque está esperando, vai logo detetive. - Diz o velho Jonhson.

Charlie pega sua moto, e segue direto para o aeroporto, acelerando cada vez mais rápido. Alguns minutos se passam e ele chega, coloca a moto no estacionamento e vai correndo até a área de decolagem, ele vai até um homem bem vestido, que gritava de um lado para o outros com seus funcionários.

- Heimer, eu vou cobrar um favor que você me devia. - Diz Charlie sério. - Meu amigo Charlie, como posso te ajudar? - Diz Heimer. - Eu preciso de uma passagem de avião para Escócia, para agora. - Diz agitado. - Tudo bem, mas o avião está realmente saindo agora, se você conseguir pegar, entregue isso ao segurança, boa sorte Charlie. - Diz o homem, entregando uma moeda de prata.

Charlie dispara até o embarque, corre como se não houvesse amanhã, segurando a moeda de prata, o voo irá partir em alguns segundos, Charlie estava próximo, porém no meio do caminho ele esbarra em um monte de malas que tinham caído, e acaba caindo também no chão, Charlie se levanta e corre em disparada com a esperança que as portas não se fechem, porém a escada que liga o avião ao piso, já foi recolhida, o jovem não pensa duas vezes, acelera e pula, seria uma queda fatal, ele não consegue chegar ao avião... Por alguns segundos erguendo a mão para alcançar sem sucesso,ele pensa que ali seria seu fim... Porém, uma mão o puxa , e ele fica pendurado do lado de fora do avião, e logo é erguido para dentro.

- Muito obrigado senhor, você me salvou... - Diz Charlie se erguendo para olhar, porém quando olha ele percebe, a pessoa que o salvará, era o mesmo homem que estava na foto ao lado de Lilían...

 - Não tem de quê, está tudo bem? - Diz o cara. - Sim, estou... Prazer eu sou Charlie White e você é? - Charlie tenta forçar uma amizade, para descobrir mais coisas. - Eu sou o Lorde Henrique da Escócia, que bom que está bem, mas eu estou ocupado, preciso voltar ao meu assento, tenho que me preparar para meu casamento. Charlie sente uma pontada no peito quando ouve a palavra casamento. - Sinto incomodar, mas quando vai se casar? É que eu adoro saber datas importantes, afinal é um grande Lorde se casando. - Charlie dizia como se fosse um fanático, ele era um ótimo ator. - Bom, tudo bem, será daqui a dois dias, no aniversário de minha esposa, é uma tradição familiar, agora tenho que ir. - Diz Henrique.

O lorde se vai entrando em uma cabine, o jovem Charlie se senta em um assento na janela, e começa a pensar. - Eu preciso pensar em uma maneira, de trazer ela de volta, o maldito quer casar no dia 7 de maio, é o aniversário dela... - Pensa olhando para janela. - Não posso fazer isso, mas não tenho escolha, tenho que me tornar aquilo que prometi nunca mais me tornar, mas só dessa vez... - O olhar, a expressão, a aura, tudo de Charlie naquele momento parecia ter um tom mais assustador e tenebroso, algo de ruim irá acontecer...