A Casa do lago

18 3 15
                                    


Ao entrarem, os jovens podem olhar a pequena casa por dentro, tinha alguns movéis antigos, uma televisão velha e empoeirada, teias de aranha, etc... Na verdade toda casa estava empoeirada, porém era bastante aconchegante, e havia apenas um andar com cômodos pequenos.

Lílian entra e começa a tossir por conta da poeira, ela segue adiante e abre as janelas enferrujadas. - Você não acha perigoso abrir essas janelas? Nossos "amigos" podem achar a gente aqui. - Diz Charlie, olhando para fora da casa. - Não, está tudo bem, eles nunca encontrarão esse lugar, ele está fora do mapa, por isso caminhamos tanto pela floresta. - Diz Lílian abrindo as cortinas e as janelas restantes. - Bom... Se você diz... Tudo bem, só precisamos limpa-la, esta um "pouquinho suja". - Diz Charlie tirando uma teia de aranha do cabelo. - Não vai achando que eu vou arrumar essa casa, não tenho a obrigação de fazer isso por você, se você acha que só por que eu sou mulher eu irei... - A garota tem seu discurso interrompido por Charlie. - Foi por isso que eu disse "a gente", se quiser eu posso até arrumar sozinho, não tem problema, só preciso achar os matérias de limpeza. - Diz o rapaz com seu sorriso simpático e procurando os matérias. - Ah... - A garota fica sem palavras e envergonhada, era a primeira vez que um homem se oferecia para fazer uma tarefa domestica por espontânea vontade. A jovem apenas aponta o dedo mostrando aonde fica o material de limpeza...

- Então vamos começar, diz o jovem pendurando seu sobretudo azul. Em seguida limpa um radinho antigo e começa a ouvir músicas animadas em quanto começa a limpeza da casa. - Bom, já que está limpando, eu irei dar uma volta no lago para ver se ninguém seguiu a gente, só por precaução. A jovem então sai até a beira da água, e começa a andar por toda extensão do pequeno lago. - Droga Lílian, como que você foi parar em uma situação como essa? Eu não gosto disso, ele parece ser legal mas ele é homem, vai usar disso para me fazer algum mal, eu preciso tomar cuidado.. Mas... Não sei por que, mas eu sinto algo por ele, a presença dele me faz tão... Não, não é hora para isso, eu preciso focar na minha investigação, não posso deixar sentimentos atrapalharem, a partir de agora, não irei mais pensar nisso, vou ser a boa e velha Lílian arrogante, seca e que coloca calafrios até nos piores demônios... Algumas horas se passam e a garota retorna para a casa. - Nossa, já está escuro, eu acabei me perdendo nos meus pensamentos, nem percebi que a hora havia passado, bom vou voltar, aposto que o coitado limpou algumas coisinhas e logo capotou de cansaço, vai sobrar para mim terminar de arrumar, e preparar a janta, estou morta de fome. - Pensa Lílian subindo as escada da pequena casinha. Ao entrar, ela se depara com a casa brilhando de limpa, e um cheiro delicioso, Charlie estava preparando um jantar, isso deixa a jovem muito impressionada. Ela coloca seu sobretudo preto junto ao azul escuro do jovem cozinheiro, e caminha para cozinha.

- Ahh você chegou, que bom que está tudo bem, eu estava ficando preocupado. - Diz Charlie levantando a panela do arroz saindo um vaporzinho com um cheiro delicioso. - Está com fome? -Diz sorrindo gentilmente para a garota. - Não se preocupe comigo entendeu? O local está limpo como eu havia falado. - Diz ela secamente. - Sim, estou com fome. - Diz sentindo o cheiro da comida. A jovem se senta na mesa que Charlie havia preparado, ele a serve com Arroz, feijão, salada, batata inglesa e carré, surpreendentemente era seu prato favorito. Logo o jovem se senta também, ele agradece pela comida e come. Lílian porém não acreditava em nenhuma religião, então não havia agradecido antes de comer. Ela começa a comer, e a cada garfada ela admirava o delicioso sabor daquilo.

- Lílian oque achou? - Diz o jovem ansioso. - Não irei negar, está delicioso, nunca comi algo assim. - Diz ela com um pequeno sorriso. - Mas, me responde algo, por que você limpa a casa e cozinha? Muitos homens não fazem isso, alegando ser coisa de mulher. - Diz curiosa. - Bom, meus pais me ensinaram a me virar sozinho e sempre respeitar a todos independente de cor ou gênero, e além do mais, não irei me tornar menos homem fazendo isso. E eu também sempre gostei de arrumar e cozinhar desde pequeno, os meus pais estavam sempre ocupados por conta das investigações, então eu sempre me virei... - Diz o jovem tranquilamente, sorrindo gentilmente. - Entendo... - Diz a garota pensativa. - Bom, eu gostaria de perguntar também, pode me dizer quem são aqueles brutamontes que estavam nos seguindo? - Diz o jovem um pouco mais sério. - São capangas de um cara que eu prendi uma vez, desde então eles querem me matar. - Diz ela como se aquilo fosse nada, terminando de comer. - Deixe a louça para mim, não estou mais no palácio dos meus pais, eu mesma irei fazer as coisas. - Diz a linda jovem.

Alguns minutos depois, Lílian lembra de um detalhe. - Charlie, está tarde, eu irei dormir, nessa casa só tem um quarto, e nem pense que dividirei ele com você. - Diz ela o provocando. - Claro, está tudo bem, eu não pensei nisso, esse sofá parece macio. - Diz Charlie sorrindo. A jovem então se deita na cama de casal do pequeno quarto, apaga as luzes, e após isso ela recebe um boa noite vindo da sala, ela não responde, e cai no sono logo depois...

Os olhos verde esmeralda de Lílian se abrem em meio a noite. Ela fica alguns segundos olhando para cima com os braços sob a cabeça, logo se levanta e caminha até a cozinha para beber um pouco de água, passa pela sala, porém Charlie não estava ali, ela se assusta, e olha para os lados procurando por ele, a luz do banheiro estava apagada, então ela percebe que ele não estava na casa. Logo pega seu sobretudo e vê que o dele não estava lá, ela sai de casa com sua arma em mãos, e então se assusta com...

 - Ahh oi, veio ver o céu? - Diz Charlie deitado em cima do telhado. - Você me assustou sabia? Eu poderia ter atirado em você. Oque está fazendo ai em cima, está congelando aqui fora. - Diz furiosa e com frio. - Bom, que bom que não atirou, estou vendo esse lindo céu, quer ver também? - Já estou aqui mesmo, não custa nada eu ficar um pouco. - Que bom, venha ver, hoje a lua está numa fase chamada "Super lua".

A garota sobe, e se deita ao lado de Charlie, que começa a mostrar constelações para ela, a garota gosta muito de descobrir sobre todas as constelações e estrelas. - Sabe, não sei o real motivo da ida a lua, mas eu acho a ideia incrível, o meu sonho seria poder toca-la, desde pequeno sempre fui fascinado por ela e pelo céu, pela astronomia em geral. - Diz o jovem esticando sua mão até a lua sorrindo. - Não sei por que tanto interesse em ir lá, realmente é bonito ver a lua, mas não me imagino indo até ela. - Bom, entendo, o mais fascinante nisso tudo é que eu não faço ideia de aonde estou, porém pelas estrelas eu percebo que estou a algum lugar muito longe ao norte de Alfriston. - Diz curioso, esperando uma resposta de aonde estava. - A culpa não é minha, você não perguntou. - Diz meio que brigando com ele, mas no fundo queria pedir desculpas por tudo aquilo. - Estamos no Lake District, não se preocupe, é um lugar vazio, talvez algum dia as pessoas venha para cá é transforme em algum tipo de parque.

Um tempo se passa e a jovem adormece novamente ao lado de Charlie. - Dormindo de novo? - pensa sorrindo olhando para ela. - Enfim, ainda preciso descobrir o enigma de minha mãe, e achar a segunda chave, antes que seja tarde, não fiz isso hoje pois estou completamente exausto não consigo raciocinar. Bom... Quem diria que estaria em um lugar desses com uma garota tão bonita e misteriosa, é melhor eu coloca-la para dentro antes que pegue um resfriado. Charlie então põe Lílian nos braços e carrega até sua cama, ele a cobre a desejando boa noite, fecha a porta do quarto e deita no sofá da sala...

O dia amanhece, o sol brilha sobre o rosto da jovem detetive, ainda sonolenta ela levanta e fica sentada na cama, dá um sorriso bobo lembrando da noite de ontem e pelo fato de ser carregada até a cama. - Não sei oque ele quer, mas está conseguindo me conquistar... Porém, eu não posso ceder, não dá para confiar, aquele dia, eu nunca esquecerei do que aconteceu..


Os Segredos da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora