Capítulo Um : BAD DAY

1K 97 141
                                    

Entrei no quarto onde dividiria com mais duas garotas, gostaria de ter minha privacidade de volta. Mas meus pais a tiraram de mim sem nem ao menos me dar uma chance para convencê-los que o melhor para mim é estar em casa.
Agora me sinto mais sozinha que antes, todas essas garotas são tão mimadas e se acham melhores que as outras, se vestem como uma princesinha, garotas delicadas e lindas, assim como os garotos daqui gostam. Eu certamente não me encaixo em nada disso, até me sinto grata por isso, mas as vezes é como se eu precisasse ser como elas para ser normal.

O quarto não era tão espaçoso, minha cama ficava isolada das outras duas e bem próxima a janela, que dava visão ao grande portão velho e a todo resto do pátio, menos aonde fica a quadra. Parece que esse é o lugar preferido de todos aqui, vi muitos se direcionando a ela quando cheguei. Joguei minhas roupas num pequeno guarda roupa, tentando não misturar com as roupas das outras garotas.

Sai do quarto a procura da diretora, fiquei quase 10 minutos entrando e saindo de corredor mas sem sucesso, cansada e com a respiração um pouco descompassada me sentei ali mesmo em um dos corredores encostando na parede, passei a observar diversos quadros que haviam ali, todos com fotografia de pessoas um tanto assustadoras. Senti todos os meus pelos se arrepiar quando uma das janelas que estava um pouco aberta, deixou passar um grande vento frio que deixou meu cabelo bagunçado, me levantei dali correndo e dando de encontro com um garoto alto, com cabelos cacheados e negros.

O impacto do nosso corpo se chocando foi tão forte que fez nós dois cair no chão. Eu gemia de dor e fiquei ali parada sem levantar, meu corpo ainda doía e eu esperava que a dor fosse embora. O garoto levantou e estendeu a mão para mim, demorei uns segundos para pegar sua mão, ele me puxou com força, me fazendo ficar de pé rapidamente e infelizmente bem próxima ao seu rosto. Podia ouvir sua respiração calma enquanto a minha estava descontrolada, me afastei quando percebi que o observei por muito tempo. Ele só me encarava, não reclamava comigo e não ia embora, desconfortável com a situação chamei a atenção do garoto para pedir desculpas. 

— Eu sinto muito por isso, me desculpe mesmo, você está bem? — falei numa correria por causa do nervosismo. 

— Você deveria olhar por onde anda, não te desculpo, graças a você meu corpo está doendo agora. — ele agora parecia com raiva de mim ao contrário de minutos antes, que estava calmo. 

— Já disse que sinto muito, se você não aceita minhas desculpas o problema é seu, e não é só seu corpo que está doendo. — me enfureci, se ele deseja falar comigo nesse tom, é nesse tom que irei respondê-lo. 

Passei por ele dando um leve empurrão por estar no meu caminho, senti meu braço sendo puxado com agressividade após eu ter feito isso. Agora ele gritava comigo, dizendo palavras agressivas. 

— Você é uma idiota mesmo, o que pensa que é para fazer isso? Você está se metendo em encrenca se quer saber. — Meu coração estava em disparada e eu ficava com medo a cada palavra que ele dizia, a cada vez que ele segurava meu braço com mais força. Antes que ele pudesse me soltar desabei em choro, meu corpo tremia, e eu estava completamente assustada. 

Ao me ver aos prantos o garoto me soltou e parou de gritar, ele parecia estar arrependido ao mesmo tempo que eu podia enxergar que ele gostou de me ver assim. Eu fiquei ali chorando e ele foi embora, não disse nada, apenas se foi sem olhar para trás. 

Depois do ocorrido fui para o quarto me recompor, me deparei com todas as minhas roupas jogadas no chão e havia um bilhete em minha cama, peguei já imaginando o que seria. Nele dizia: "Não quero suas roupas junto com as minhas, porca vadia." 

Ouço o sinal tocar, acho que já é hora do almoço, antes de sair coloquei minhas roupas encima de minha cama. O refeitório estava completamente cheio, a hora de comer é a pior de todas. Entrei na fila, e peguei só um pouco de tudo que estavam servindo ali, por último escolhi suco de uva para acompanhar. Agora era sair em busca de um lugar para sentar.
Andei por todo lugar e a única mesa que tinha lugar, o garoto desagradável de momentos atrás estava lá. Estava sozinho e todas as meninas que se aproximava para sentar ele expulsava. O jeito era comer em pé mesmo. Fiquei num canto da parede, encarando a comida, esperando perder a vergonha para comer. De repente ouço alguém gritar:

— Hey, senta aqui comigo. 

Olho na direção da voz e vi que era o maluco de antes. Ele falou mais uma vez olhando em meus olhos e quando eu finalmente iria ceder outro alguém me convida. 

— Acho que você não quer sentar com o Wolfhard babaca, senta aqui comigo. — um garoto de cabelos castanhos e olhos azuis e um pouco menor comparado ao outro chamado Wolfhard, gritou.

Pensei que seria algo fácil de se decidir, mas eu olhei para Wolfhard ele estava com um semblante triste após me ver indo em direção ao outro garoto. Porque ele é assim? Estava com raiva de mim e sendo agressivo e agora está sendo legal, será que ele está arrependido? No impulso voltei para trás e sentei na mesa com ele. 

Se você obrigada ^^

THE BOY FROM BOARDING SCHOOL - FINN WOLFHARD Onde histórias criam vida. Descubra agora