Capítulo Três : NIGHTMARE

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Acordei na madrugada devido a um pesadelo, foi o pior que tive nos últimos tempos, S/n gritava meu nome enquanto estava recebendo golpes de faca em sua barriga, eu não conseguia me mover, nem gritar, antes que seu corpo pudesse cair no chão sem vida eu despertei, só era um sonho, não tinha com o que se preocupar. Acabei me lembrando que dormi enquanto ela acariciava meu cabelo, senti uma ponta de vergonha só por pensar. A garota não sai dos meus pensamentos desde que eu a tratei tão mal no dia de sua chegada, pensei que ela era mais dessas garotas chatas, mas mesmo não a conhecendo muito sei que ela não é desse tipo. 

Levantei na ponta dos dedos me dirigindo até a porta, abri com cuidado para não acordar Noah, o único garoto que não saiu correndo por dividir um quarto comigo. Mas o que estou fazendo aqui mesmo? Todos estão dormindo, seriam uma ótima hora para aprontar algo, mas não sinto a menor vontade. Caminhei pelos corredores e parei diante do quarto de S/n,  hesitei um pouco antes de entrar, eu parecia um louco agora? Eu não me importo, é a primeira vez que alguém se torna tão importante para mim, e eu senti sua falta mais rápido do que esperava. 

S/n estava completamente suada quando a toquei com delicadeza, estava escuro mas a luz que vinha da janela entreaberta iluminava seu rosto, pude notar alguns ferimentos em seus lábios, estavam tão vermelhos, que eu poderia beijá-la agora se não fosse seus machucados e se não fosse tão errado, eu poderia ser o maior babaca, mas eu não tocaria em nenhuma garota desse jeito ainda mais quando ela está inconsciente. Agora eu me pergunto quem fez isso com ela, eu juro que mato o desgraçado ou a seja lá quem for, por ter feito isso. 

Depositei um beijo em sua testa antes de sair. Não dormi depois disso, logo as 7:00 desci para comer, avistei S/n isolada numa mesa, vestia uma calça jeans preta e um moletom cinza, estava com o capuz na cabeça e tentava ao máximo esconder o rosto, em seu prato só havia cereal e leite. Sentei ao seu lado passando meu braço por sua cintura. Ela arregalou os olhos quando eu fiz. Depois sussurrei algo em seu ouvido. 

— Quero saber quem fez isso com você. — falei dando um beijo em sua bochecha, não sei porque estava agindo assim, mas eu estava gostando disso. 

— Não aconteceu nada, você está esquisito hoje. — disse levando mais uma colher de cereal a boca. 

— melhor você se acostumar, não vou desgrudar de você daqui em diante. Aliás, cereal não vai te sustentar até a hora do almoço. 

— Não precisa se preocupar, quer dizer da para parar de fingir que se importa?

— Eu não estou fingindo, você sabe que não sou legal com ninguém aqui. 

— Tanto faz, mas como ta aquele machucado? 

— Que tal você falar sobre o seu? — fiz uma expressão curiosa ao mesmo tempo que com raiva. 

— Isso foi nada demais, só uma louca que me pegou desprevenida, você sabe eu poderia acabar com ela se eu quisesse. — ela só podia estar brincando, não pude evitar de rir dela. 

— Quem foi a puta? Eu dou um jeito nela. 

— Não precisa, não vai acontecer de novo, eu acho. 

— Se acontecer você vai me dizer quem é, ou você prefere que eu descubra por conta própria? 

— Tudo bem, eu direi, agora preciso subir, tomar um banho para ir pra aula. 

— Você quer ajuda? — falei com um tom malicioso mas ela é tão lerda que não percebeu. 

— Ajuda com o que? — era sério que ela estava me perguntando isso? 

— Deixa pra lá, te vejo no almoço. 

Fiquei tão preocupado em saber quem a machucou que nem falei sobre o nosso beijo, será que ela gostou tanto quanto eu? E porque o Jay ficou surtando só por isso, se ele gostar dela isso vai ser um problema para mim. Todo mundo sabe que Jay é o mais esquisito daqui, ninguém sabe sobre ele e o porque dele está aqui. Mas é só um garoto que se acha demais, é só mais um no meio de todo o resto.

Esperei S/n na porta de sua sala, quando ela saiu caminhei ao seu lado, sem dizer nada. Pensei que ela iria para o refeitório mas acabou virando um corredor, dessa vez quebrei o silêncio para perguntar onde iria.

— Não iamos comer? — disse parando em sua frente.

— preciso ir no banheiro primeiro.

— Tudo bem, eu te acompanho.

— Que? Claro que não.

— Eu não vou fazer nada, relaxa. — ela me olhou com um olhar de desconfiança e depois prosseguiu.

— Sabia que você pensa muito em besteira? — perguntei colocando a mão em seu ombro.

— Eu não penso em besteiras, ao contrário de você. — revirou os olhos para mim.

— É claro que pensa, qualquer dia desse se quiser fazer algumas besteiras comigo, já sabe. — ela começou a rir e deu um empurrão de leve em mim.

— Eu tô falando sério garota.

— Ta senhor. — entrou no banheiro e antes de eu entrar ela fechou a porta na minha cara.

Quando chegamos no refeitório muitos alunos estavam aglomerados, aparentemente observando algo no meio do lugar. S/n e eu nos aproximamos, nem acreditava no que estava vendo. Grace estava caída no chão com ferimentos em sua barriga, estava morta. Grace era uma menina que eu havia ficado algumas vezes, recentemente ela estava tentando ficar comigo de novo, era uma louca apaixonada, S/n até havia nos visto juntos, mas só não aconteceu nada porque a vi passar por nós. Era uma cena horrível. De repente senti um calafrio e o pesadelo que tive com S/n passou como um filme na minha cabeça, isso só pode ser uma coincidência.

Obrigado se você leu ^^

THE BOY FROM BOARDING SCHOOL - FINN WOLFHARD Onde histórias criam vida. Descubra agora