dezesseis

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Claricia mantia deitada sobre minhas pernas aconchegada num travesseiro e eu me mantia sentada no sofá de dois lugares admirando a vista de minha varanda. Peguei o violão que se encontrava ao meu lado começando um dedilhado.

_Nunca haverá uma hora certa para tocar, não é mesmo?

Na real sim, quando seus dedos quiserem sentir as cordas sobre elas. quando seu corpo por instinto pensa em qualquer música do mais aleatória ao mais proporcionado para o clima. a hora certa é quando você sentir vontade de se expressar para alguém ou para si mesmo e nesse momento essa é para você_senti o vento bater sobre meu corpo sobrevoando meu cabelo_ Um mês e o tempo voa. Eu já sou e você nem descobriu_ cantei calmamento acampanhando o dedilhado_São dois e chega perto, mas eu ainda sou pequeno demais, viu?_ Claricia se mexeu entre minhas pernas fazendo um carinho em minha canela_ Três meses e o tormento,
Esse teu sofrimento, eu também já posso sentir. Vê se aquieta o coração, pra quando eu sair daqui_sorri entre as palavras_ Talvez eu dê trabalho. Uma vida de despesas, mas, por favor, me deixa ficar e se por um acaso, eu não tiver seus olhos, você ainda vai me amar_ ela se levantou se virando para mim_Eu sei que a ansiedade é quase uma inimiga, Mas eu não quero ser confusão. Então, por favor, me deixa na sua vida, mas vê se aquieta o seu coração_ ergui minha cabeça me deparando com os olhos de Claricia já lacrimejando_Se é tempestade, todo medo. Se for arrependimento, por favor, tira daí. Você ainda não me tem inteiro. Nem me conhece direito, mas já posso te ouvir_ ela se aproximou sentando em minha coxa_E quando a barriga for crescendo. Você ainda vai ser linda, eu nem preciso te ver. Seca o choro e fica aqui comigo. Que até assim, tristinha, eu já sei que eu amo você!_ Ela sorriu entre as lágrimas enquanto eu elevava minha coluna para sua direção_Quatro meses, tempo, eu te imploro paciência. eu vim do céu por causa do amor. No quinto faltam quatro e eu aposto que os presentes, já tão vindo em rosa ou azul_ encostei minha testa na sua o que fez ela alcançar minha nuca fazendo carinho neles com os polegares_E quando chega o sexto, todo mundo já vê, que você não anda sozinha. No sétimo eu já tenho lencinhos com meu nome. Desculpa, pai, mas ela é só minha. Se é tempestade, todo medo. Se for arrependimento, por favor, tira daí. Você ainda não me tem inteiro. Nem me conhece direito, mas já posso te ouvir_ parei de tocar levando minha mão em sua bochecha_E quando a barriga for crescendo. Você ainda vai ser linda eu nem preciso te ver. Seca o choro e fica aqui comigo. Que até assim tristinha, eu já sei
Que eu amo você! Oitavo mês aguenta. Que eu já tô chegando, Só quero um jeito de te encontrar. No nono vem a pressa. A dor, o choro, a gente. Desculpa você ter que sangrar e por mais uns anos, você vai fazer planos, pensando se eles servem pra mim e eu vou te acordar, bem de madrugada, Você vai me amar mesmo assim_ beijei sua bochecha_O meu primeiro passo, vai ser no seu abraço. Me segura quando eu cair e no final do dia é só a tua voz, que vai poder me fazer dormir. Se é tempestade, todo medo. Se for arrependimento, por favor, tira daí. Você ainda não me tem inteiro. Nem me conhece direito, mas já posso te ouvir e quando a barriga for crescendo, você ainda vai ser linda e eu nem preciso te ver. Seca o choro e fica aqui comigo. que até assim... tristinha... eu já sei... que eu amo você!_limpei suas lágrimas

Essa música é bonita_ concordei

É sim_ me afastei_ estar com fome?

Não_ ela suspirou

_Estar nervosa?

_Um pouco. Eu não sei o que eles vão pensar, muito menos em como vão agir

_São coisas que não estar em suas mãos

Os pensamentos deles nunca estiveram_ concordei

Que tal uma massagem? Não sou profissional, mas eu estudei um pouco_ ela sorriu torto

Você não existe_ sorri

Imagina se eu existisse, ia poder fazer isso_ela soltou um grito de surpresa quando levantei do sofá com ela em meus braços

à sua espera (plena vida2)Onde histórias criam vida. Descubra agora