Contando sobre nós

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"Eu faria qualquer sacrifício pelo nosso amor. Porque você me trouxe de volta a vida e eu te dei toda ela. Estar com você me faz delirar e ser tão racional que parece impossível. Nosso relacionamento parecia impossível pra todos eles..."


Pov. Gabriel

Depois que eu apertasse aquela campainha sabia que tudo em minha vida iria mudar, tanto que eu já não seria o mesmo.
Tentei passar segurança para o Firmino, mas estava tão inseguro quanto ele. Tinha que ser forte e foi o que fiz.
Fui recebido com um belo sorriso. Minha mãe estava bem melhor e segundo o médico ficaria curada.

- Filho! Como você está? Vi como ficou depois do jogo... - ela me tomou em seus braços e me senti seguro.
- Estou bem mãe, foi só um jogo difícil. - Fiquei mais um tempo no abraço da minha mãe até me dar conta que não estava sozinho ali. - Mãe, esse é o...
- Roberto Firmino! - ela saiu do meu abraço e correu até ele, também o abraçando. - seja bem vindo...
- Obrigada.
- Entrem meninos...

Pegamos as malas e seguimos até o segundo andar. Entramos em um quarto no fim do corredor e isso foi o suficiente para minha mãe estranhar.

- Vocês vão dormir no mesmo quarto? Ainda tem um desocupado Roberto. - falou entrando no local e nos vendo desfazer as malas.
- Mãe nós precisamos te falar uma coisa!
- O que?
- Eu o Firmino estamos namorando!
- Como assim? E a Camila?- ao ouvir o nome da minha ex, senti o Bobby meio incomodado.
- Nós terminando mãe, só não te falei porque não queria lhe preocupar.

Ela ficou em completo silêncio olhando pra nós dois com certa inquietação. Confesso que fiquei com medo da sua reação, tanto que passei a suar frio e apertar o braço do Beto na tentativa de me acalmar, o que não funcionou.

- Fica calmo amor, tudo vai se resolver.- ele falou em meu ouvido antes da minha mãe se pronunciar.
- Olha, confesso que está sendo uma surpresa pra mim ouvir isso de você mas eu não vejo problema. Roberto me parece um bom partido pra você Gabriel. Mas espero que sejam fortes, porque vocês sabem que não vai ser fácil assumir isso pra todo mundo.
- Eu sei que não vai ser fácil, mas vamos assumir sim! E no fundo as opiniões que realmente nos importa é a das nossas famílias. E já conseguimos a sua, o que é muito importante.
- E não precisa se preocupar, vou cuidar muito bem do seu filho.
- Meu genro preferido!
- Não disse?
- Ah, claro seu convencido!

O dia não foi dos piores, nem os seguintes. Minha mãe aceitou super bem meu namoro com o Beto, além do mais, como não gostar de Roberto Firmino?
Passamos uma semana no Brasil até temos que voltar para Inglaterra. Não foi umas das minhas melhores despedidas mas tínhamos a sorte de estarmos a uma hora de distância um do outro.
Em poucos dias voltariamos com as obrigações de nossos clubes, até lá, aproveitariamos o nosso tempo a sós.
Optamos por ficar na casa do Bobby, em Liverpool. Era incrível e muito bem decorada.
Deitei no sofá, muito cansado pela viagem e logo tive meu ato imitado por meu namorado.

- Quer dormir?
- Agora não... - ele me olhou confuso. - Quero aproveitar esse momento com você!
- Eu também. Que tal um filme?
- Claro. Vou fazer pipoca, você escolhe o filme!
- Sim senhor! - sorri sem graça pelo seu comentário.

Enquanto ele fazia a pipoca eu escolhi um filme qualquer. Como eu bem sabia, iria dormir antes que estivesse na metade.
Não demorou muito para que minha cabeça fosse colocada sobre o colo do Bobby e ele me desse um beijo na testa.

- Posso dar play?
- Claro...

O filme começou bem e me emocionei com a história. "O garoto que descobriu o vento". No começo, quando estamos construindo nossas carreiras, são poucos os que nos ajudam ou apoiam e na maioria das vezes temos que tentar mesmo que todos estejam contra nós.
Era assim que eu me sentia. Bem por ter conseguido realizar meu sonho e mais feliz ainda por ter conseguido de forma limpa e honesta.
Sentia a mão de Firmino fazendo cafuné em minha cabeça e assim cai no sono. Me sentindo completo e em paz.
Acordei no dia seguinte e não vi meu namorado na cama. Achei estranho mas quando olhei pras horas no celular percebi que já passavam das dez da manhã.
Não me apressei. Fiquei um pouco mais na cama e só então segui até o banheiro, fiz minhas higienes matinais e aproveitei para tomar um banho quente.
Ainda com a toalha enrolada na cintura senti um olhar sobre mim e logo vi Firmino encostado na porta com o sorriso que só ele tem.

- Você fica lindo assim, sabia?
- Ah é? - perguntei com cara de safado e logo tirei a toalha, não deixando escapar nenhuma reação dele. - E assim?
- Eu estou no paraíso e não fui avisado?
- Não sei. Que tal comprovar isso?
- Com todo prazer...

Ele seguiu até mim e tomou-me em seus braços, logo colando nossos lábios em um beijo quente.
Naquele momento não me importei com nada, simplesmente me deixei guiar pelos seus toques em meu corpo.
Suas mãos passeavam pelo cada curva de forma curiosa e eu não deixei de fazer o mesmo. Firmino era uma obra de arte, uma onde eu queria descobrir todos os detalhes.
Estávamos tão imersos em nossa bolha de amor que nem notamos as roupas do mais velho indo para o chão e o fato de estarmos deitados na cama ofegantes.

- Foi ótimo!
- Eu que o diga...- ele me olhou de uma forma tão calorosa que me fez sorrir. - vamos descer? Fiz café pra nós!
- Fez café?
- Sim.

Estar ao lado dele me fazia deixar de ser o garoto inseguro que era antes de o conhecer. Como se a mão dele tivesse me tirado do abismo onde eu havia me enfiado.
Depois de colocar uma roupa e nos olhar com intensidade, descemos os degraus e fomos para a mesa de jantar.
Estava cheia de coisas gostosas, algumas que eu amava e por ser guloso, fui logo sentando na mesa.

- Eu consigo me acostumar com isso!
- Não diga... Você é muito mimado Gabriel...- ele me olhou divertido.
- Eu não sou mimado. Sou amado mais do que deveria.
- Ainda por cima é modéstio.
- Nem vem com essa...

Ele se aproximou e me deu um beijo, sentando na minha frente e logo começando a comer.

- Você cozinha bem.
- Digamos que sou um ótimo cozinheiro.
- Já sabemos quem vai cozinhar na casa.
- Folgado. E você vai fazer o que?
- Comer.
- Tenho pena dos nossos filhos... - acabei ficando em silêncio e logo ele percebeu isso. - Desculpa.
- Não, não foi isso. - Falei tímido. - É que eu sempre sonhei em ter filhos, mas esses planos sempre vinham de mim e quando te ouvi falando isso fiquei tão feliz. Finalmente encontrei alguém que tem os mesmos sonhos que eu...
- Eu sempre quis ser pai, mas entendo que você ainda é novo e talvez seja melhor pensar nisso depois.
- Ah, eu não sou tão novo, você que é um velhinho!
- Eu não sou um velhinho, ainda estou em flor da idade.
- Não está não.
- Seu garoto ingrato.

Acabamos caindo na risada, era sempre assim, agora eu tinha motivos para rir, até mesmo por coisas bobas.

Players (Jirmino)Onde histórias criam vida. Descubra agora