"Correndo sobre esse gramado, mantenho meus sentidos presos aos seus olhos. Eles me guiam nessa selva de pedra, são meus sentidos e modos de pecar. A bola rola até o gol e minha maior emoção é saber que você está aqui para comemorar comigo, mesmo que de uma forma invisível aos olhos humanos."
Pov. Firmino
O jogo contra o Manchester City estava marcado para as sete da noite e claro que vim antes dos meus colegas, já que precisava matar a saudade do Gabis. Tivemos uma noite extremamente inexplicável, o que serviu de motivação e incentivo para a partida.
Todos já estavam no vestiário. Chuteiras e uniformes postos, recebemos uma mensagem motivacional do capitão e logo seguimos na tradicional fila até o campo. O nervosismo era dominante em nossos corpos.
Na hora de cumprimentarmos os jogadores do Manchester troquei um olhar de conforto com meu namorado e após todos os momentos pré-jogo, a bola começou a rolar. Os primeiros minutos foram de tensão.
Eu via o esforço do Gabriel para não decepcionar seu time e eu não estava diferente. Com passos rápidos e dono da posse de bola, aproveitei o deslize do zagueiro e chutei com força no gol. Assustado, o goleiro até pulou para agarra-la, mas não teve jeito. Gol, do Liverpool.
Os colegas mais próximos correram até mim e comemoramos brevemente. A tensão para o time adversário estava óbvia, mas não havia muito que eu pudesse fazer, mesmo que eu quisesse ver um sorriso no rosto do Gabis.
O apito fora tocado pelo árbitro indicando o final do primeiro tempo. Seguimos rumo aos vestiários e comemoramos o gol, mesmo sabendo que ainda havia muito jogo pela frente. Por um segundo me peguei pensando em como meu namorado estava. Meus colegas de time, ao contrário do que eu imaginava, não me julgaram ou algo do tipo.
Voltei minha atenção para os demais e após o intervalo que parecia nunca acabar voltamos para o campo. A torcida gritava loucamente e eu entendia a empolgação e desespero de todos ali. A bola começou a transitar por nossos pés e no meio do caminho muitas lutas foram travadas afim de fazer os tão sonhados gols.
A zaga do Manchester estava irredutível, impossibilitando qualquer lance direto no gol. Foram momentos difíceis e a medida que o fim da partida se aproximava eu conseguia ver o desespero nos olhos famintos por vitória do time adversário.
A posse de bola estava com Gabriel e ele corria de forma tão intensa até o gol que não parecia haver ninguém ao seu lado querendo roubar ela de si. Estavam apenas ele e o goleiro, um precisava ser ágil para chutar e fazer gol, o outro precisava agarrar a bola e não deixa-la entrar. Em um passe rápido e certeiro, Gabriel teve seu gol garantido na final da Champions.
A questão é que os meses passaram de forma lenta e isso não passou despercebido por nosso relacionamento. Tivemos fases boas, onde conseguíamos nos visitar com frequência e fases péssimas onde nem as ligações eram proveitosas.
Foram noites difíceis onde chorei em silencio imaginando se eu estava errando em alguma coisa ou se as coisas esfriaram entre nós, mas depois uma onda gigantesca de esperança decaia sobre meu subconsciente e eu voltava a fazer milhares de planos.
Essa final seria em tese, um recomeço, pois estava em nossos planos passar uma temporada no Brasil, visitar os amigos e familiares e também curtir um pouco do nosso país. As malas já estavam prontas e não víamos a hora de concretizar esse sonho.
A mãe do Gabis não segurava de empolgação e eu não tirava sua razão. O jogo ainda estava na metade e a tensão não diminuiu, estávamos empatados. A bola parou em meus pés, porém, a marcação estava dificultando então aproveitei o deslize de um dos jogadores e toquei a bola para Salah que correu em disparada até as redes adversárias e fez outro gol.
As arquibancadas tremeram, se ganhássemos esse jogo chegaríamos ao sétimo título na champions. O apito final da partida não tardou a tocar e anunciar nossa vitória. Não cabia no peito a emoção e todos os presentes ali entediam o peso que era ganhar um título como aquele.
Cai de joelhos no chão e chorei, em partes porque aquilo tinha acabado eu finalmente poderia investir no meu relacionamento com o Gabriel que aconteceu em um momento tão difícil para ambos os lados e também por ter ajudado meu time a vencer.
Meus colega de time correram até mim e fizeram um abraço coletivo, em seguida saímos cumprimentando os jogadores do time adversário e em um súbito, senti braços calorosos cercado meu corpo. Era ele, eu sabia que era! Ele sussurrou em meu ouvido.
- Parabéns meu amor! Você jogou muito bem.
- Obrigada amor e parabéns pelo gol.
- Obrigada! Aproveita o resto da noite!
- Você não quer ir com a gente?
- Não faria sentido eu ir!
- Faria sim, você é meu namorado!
- É um momento seu e do seu time e também estou muito cansado. Se diverte e aproveita, só não bebe muito, você fica muito mal no dia seguinte.
- Pode deixar amor! Descansa tá?
- Pode deixar!
Sem pensar duas vezes, trouxe ela para mais perto de mim e dei-lhe um beijo demorado e cheio de sentimentos. Estávamos precisando de algo assim. Todo o estádio ficou em silêncio e logo todos os olhares foram voltados a nós dois. Não nos soltamos de imediato, apenas curtimos o momento tão libertador.
Olhei em seus olhos e limpei algumas lágrimas que caiam de seus olhos e deixei leves selares naquela região que começava a ficar vermelha. Desci minhas mãos até alcançar as suas e as segurei com força o suficiente para não serem separadas facilmente. Falei alto o suficiente para que ele ouvisse.
- Você foi a coisa mais importante e incrível que me aconteceu! Esse troféu e essa medalha não valem mais do que ter sido aceito em seu coração! Eu te amo Gabriel Jesus, não esqueça disso nunca!
- Eu também te amo Roberto Firmino!
Trocamos mais um beijo e logo Gabriel se afastou. Mesmo que ele tivesse me pedido para aproveitar com meus amigos eu sabia que não ficaria muito tempo com eles. Eu queria comemorar de outra forma e com uma única pessoa.
Após a entrega da taça e das medalhas e toda a comemoração em campo, optamos por ir em uma balada no centro da cidade. Seguimos até lá tomados pela emoção de ter ganhado mais um título. O lugar era agitado e a música era bastante alta.
Sentamos em uma mesa mais ao fundo e fizemos nossos pedidos. Após alguns goles e com o calor do momento, muitos dos meninos já estavam na pista de dança ou simplesmente já tinham ido para lugar melhor.
Aproveitei a distração dos colegas que ainda estavam na mesa comigo e sai de lá, deixando minha parte do Alisson que entendia bem meus motivos. Não bebi quase nada, eu queria estar sóbrio quando chegasse no apartamento do Gabis.
Peguei um uber e logo passei o endereço. Não demorou muito para chegar até lá, o que foi de extrema importância pra mim. Quando abri a porta de seu quarto o vi enrolado nas cobertas ressonando. Pensei melhor e vi que acorda-lo seria covardia, então apenas troquei de roupa e deitei junto a ele. Dei um beijo na ponta de seu nariz e também cai no sono.
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Players (Jirmino)
RomanceSer convocado pra jogar na copa do mundo sempre foi o sonho de todos os jogadores, mas e se ela significasse mais que o esperado? E se os corações partidos e aflitos ganhassem um novo significado pra viver? Gabriel e firmino vão enfrentar muitos pre...