Visita inesperada

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"Foi tudo tão por acaso, uma união de fatos fragmentados. Eu gritei durante o beijo e calei-me diante do burburinho. Sinto que minha fonte de paz é estar ao seu lado, colado, vinculado, estar perto mesmo distante. Você brilha mais que esse anel de diamante e disso não podemos discordar."

Pov. Firmino

Acordei com o barulho do interfone. Atendi achando que poderia ser a mãe o do Gabis ou um dos meninos, mas gelei assim que ouvi o porteiro pronunciar as simples palavras "É sua mãe, senhor". Depois de alguns minutos em silêncio voltei a realidade e pedi que a deixasse subir.

Voltei para o quarto e vesti uma blusa, já que estava só de shorts. Logo a campainha toca e desço correndo para abrir a porta. E lá estava ela, com a feição meio triste e aparentando incomodo com algo.

- Mãe, o que... - Não deu tempo terminar a frase, pois ela veio até mim e tomou meu corpo com um abraço apertado e logo pude ouvi-la chorando.

Não falamos nada, apenas continuamos abraçados, chorando. Sabíamos que havia muito a ser dito, mas aquele simples gesto descartava palavras. Depois de muito tempo, o choro fora acabando e seus pequenos braços desprenderam-se da minha cintura.

- Me perdoa filho!

- É claro que te perdoou mãe, eu amo muito a senhora, mesmo depois de tudo que aconteceu.

- Eu fui uma preconceituosa, te julguei quando você mais precisou de apoio, eu fui uma péssima mãe!

- Olha, eu vou pegar uma água pra senhora, tenta ficar calma.

Indiquei o sofá com a mão para que ela sentasse lá e corri até a cozinha para pegar um copo com água para a mesma. Quando voltei, vi que ela olhava fixamente para um canto da parede.

- Toma - estendi o copo em sua direção para que a mesma o pegasse.

- Obrigada! - Ela tomou alguns coles e depois colocou o copo em cima na mesa.

- O que fez a senhora vir aqui pedir perdão

- Eu só percebi que fui uma péssima mãe durante esses meses! Eu deveria ter te apoiado, te ajudado com as críticas, ter sido um ombro amigo e não, eu fui a primeira a te criticar, a tornar sua vida ainda mais difícil emocionalmente. E saber que você não desistiu, que lutou para que tudo desse certo foi uma atitude que aqueceu meu coração. Você foi muito corajoso e forte. Te admiro muito pelo homem que se tornou.

Ouvir aquilo dela foi tão confortar, tão acolhedor. Eu nunca guardei mágoas dela pela forma como agiu comigo, claro, não posso negar que fiquei emocionalmente abalado por ter sido criticado pela minha própria mãe, mas ganhei entender o "lado" dela.

Algumas lágrimas silenciosas escorriam pelo meu rosto e o dele estava literalmente ensopado. Cheguei mais perto e a tomei em meu braços. Era tão acolhedor e reconfortante. Como se um peso enorme saísse de nossas costas.

Era minha mãe que estava ali, perdindo perdão e eu não poderia negar isso a ela. Fiquei em silêncio, apenas degustando do seu abraço materno.

- Eu te amo mãe!

- Eu te amo meu filho! Me perdoa mais uma vez se tornei sua vida ainda mais complicada.

- O que importa é que agora está tudo bem!

- E cadê o...

- O Gabriel está dormindo ainda!

- Ah, eu queria pedir perdão pra ele também, acho que não fui muito gentil com ele.

- Não posso discordar disso! Ele é muito sensível.

- Eu me sinto uma idiota por isso!

- Não vamos ficar lembrando disso, ok?

- Tudo bem.

- E como andam as coisas?

Acabamos por ter longos minutos de uma conversa regada a informações importantes sobre minha família e amenidades.

Ouvi passos vindo da escada e me deparei com Gabriel, ainda sonolento vindo em nossa direção. Não sabia exatamente o que iria falar, então acabei esperando ele dizer alguma coisa.

- O que...

- Ela veio me pedir perdão pela  forma como agiu com nós dois!

Ele ficou imóvel, sem saber exatamente o que fazer ou o que dizer. Levantei e o abracei por trás. Minha mãe nos olhou e não demonstrou nenhum tipo de revolta.

Lentamente, ela saiu do seu lugar no enorme sofá e seguiu até meu noivo. Segurou sua mão e olhou em seus olhos.

- Eu sei que não fui uma boa pessoa e entendo que minhas palavras o afetaram muito, também entendo se me odiar por isso, só queria que soubesse que estou arrependida.

Eu sabia que era um momento deles, então sai de fininho e fui até a cozinha preparar algo para comermos.

Gabriel era sensível e ficava chateado por quase tudo, mas acima de tudo, ele era uma ótima pessoa, com um coração enorme. Algo me dizia que ele a perdoaria.

Comecei fazendo uns ovos, preparando um suco de morango, fiz um pouco de café, peguei alguns frio na geladeira e logo em seguida arrumei a mesa.

Não demorou muito para que Gabriel entrasse no local com um sorriso no rosto e não tão diferente, estava minha mãe.

- O que eu perdi?

- Nada, sua mãe só estava contando como você era quando criança.

- Ah não, mãe!

- Espera só até você ver as fotos Gabriel! - os dois deram uma risada.

- Tenho certeza que irei adorar!

Me aproximei do meu noivo e o agarrei pela cintura, dando um pequeno beijo em sua bochecha esquerda.

- Eu fiz o café, vamos comer!

- Estou faminto.

- Senta, mãe.

Todos sentamos e comemos vagarosamente, tendo em vista que passamos mais tempo conversando do que comendo e assim seguiu -se pelo resto do dia.

Após o café, voltamos pra sala e contamos sobre nossa vida de casal, as dificuldades que sofremos, os preconceitos e o lado bom também.

Optamos por almoçar fora, por volta das 14h. Minha mãe foi embora pouco tempo depois, alegando que voltaria em outra ocasião.

- Acho que agora podemos casar tranquilos! - Gabriel brincou.

- Sim, podemos!

Ele colocou sua mão sobre a minha coxa e trocamos um olhar apaixonado.

- Eu te amo!

- Também te amo Bobby!

Oi meus amores! Desculpem a demora. Como vocês estão? Espero que bem. Capítulo super especial pra vocês e mais uma vez passando pra agradecer a visibilidade e carinho de vocês. Laranjinha ama, beijos 🧡🍊

Créditos da foto: ships__aleatorios leitora super maravilhosa.

Obs: se alguém de vocês quiserem mandar fotos para colocar no capítulo é só chamar.

Players (Jirmino)Onde histórias criam vida. Descubra agora