Maternidade! Estado de graça, cada dia uma novidade, o mundo é lindo, cheio de sono, cansaço, pular da cama ao menor suspiro mais sonoro.
Não, por favor, não desanimem, é a coisa mais maravilhosa que pode nos acontecer! Eu sei, estou abusando dos clichês, mas acredite, é verdade.
E algumas coisinhas conseguem aumentar nossa ansiedade.
Visitas... São ótimas e bem-vindas, claro!
O problema são as perguntas, normalmente, repetitivas; Tem cólicas? Mama no peito? Hmm... seu leite não é fraco, não? (grrrrrrr)
Com o passar do tempo, pode piorar, portanto aconselho a demorar o máximo que aguentar para surtar, porque chega a hora daquela "Já falou? Não? Será que vai falar mamãe?"
Deixa o surto pra essa pergunta, porque acredite, você vai achar que é provocação. E o risco de surtar é alto.
Em meio a tantas novidades que vivemos, as perguntas inocentes, repetidas por cada visita, podem nos deixar tão irritadas quanto uma criança birrenta. E esqueça, a irritação vai fazer você deixar a adulta sabe Deus onde.
Pois bem, é claro que isso não aconteceu comigo!
Aos oito meses aquela coisinha linda e cabeluda olhou bem nos meus olhos enquanto eu trocava sua fralda e, muito concentrada, bateu o pezinho no meu peito e falou "té"!
Sim eu fazia massagem nos pezinhos sempre conversando com ela, assim, logo aprendeu que o nome daquela coisinha que eu beijava, massageava era pé.
Ora, o fato de ser a Mãe que tinha todo aquele cuidado e preocupação com o bem estar da coisinha miúda, não era nada demais! O pé era muito mais importante!
Enfim, depois do pé a menininha não parou mais.
Alguns dias depois, novamente trocando fraldas, ela me olhou fixamente e falou "bico".
Eu fazia tudo contando para ela; vamos enxugar o pé, os dedinhos, o umbigo ... óbvio que ela estava falando umbigo!
Como estava um dia chuvoso e fresquinho, não quis demorar a fechar o macacão, por isso não brinquei com o umbigo.
Ela continuava a repetir bico, biico, até que a repetição tornou-se mais insistente e a voz ficou um tanto chorosa.
Ela venceu! Abri o macacão enquanto falava do umbiguinho lindo e dei de cara com uma formiguinha minúscula que já tinha deixado vários pontinhos vermelhos na barriguinha.
Eu fiquei horrorizada e passando a mão com pomada falava pra mim mesma "sua anta, era bicho"!
Maria Clara, sorrindo feliz com o alívio do carinho da mão com pomada e sem formiga, ria gostoso fazendo uns barulhinhos com a boca que eu posso jurar que era:
--Eéééééé...!
Até hoje me pego pensando se o "ééééé" era para anta ou para o bicho...
Com certeza era para o bicho... não?
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Abafa o Caso- Eu Disse Que Não Era Sonho -
AcakNão há grandes aventuras ou mistérios, apenas carinho e um tanto de humanidade. Breves histórias da gestação e um pouco da vida de Maria Clara. Espero que tenha uma leitura leve e divertida! Tudo começou com um sonho que ela avisou que não era sonh...