Capítulo 33

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Draco senta-se à janela e acende um cigarro. Ao olhar para o céu lembra-se da noite em foi rejeitado por Harry, mas também se lembra e todas as noites que passaram juntos. Apesar de não ser o seu objetivo e querer manter-se forte e confiante, ao olhar para aquele céu estrelado também se lembrava da noite em que Harry desaparecera. Uma lágrima pesada caiu lenta pelo seu rosto, mas ele não emitiu nenhum som.

3 meses já se tinham passado, e não havia sinal nenhum de Harry nem mesmo de Voldemort que por incrível que pareça não tinha dado mais sinais de vida, para além de vários comensais terem apenas desaparecido. A escola ja tinha terminado, sem celebrações, sem nenhum animo. O seu herói tinha desaparecido sem deixar nenhum rasto, apenas a aliança que não lhe adiantava de nada sem Harry.

Draco já tinha ouvido muitas coisas em relação ao desapareciamento de Harry. Uns diziam que Voldemort tinha-se apoderado e Harry e roubado toda a sua mágia para ele acabando por matar o jovem. Outros diziam que eles combateram o combate foi tão forte que o corpo de Harry se desfez. Outros que o Voldemort mantinha o Harry escravo. E outros diziam que Harry estava farto de tudo e deixou apenas a aliança em sinal de termino da relação deles. Draco não sabia em que acreditar, ele queria simplesmente que aquilo tudo acabasse e que Harry bate-se à porta de casa dele como se nada tivesse acontecido e dormisse com ele aquela noite.

3 meses... Draco ouviu todos os conselhos dados por Hermione e tornaram-se cada vez mais amigos. Quando a escola terminou usaram poupanças que tinham e compraram uma pequena casa moderna no norte de Inglaterra.

A cada dia que se passava, apesar de não o demonstrar Hermione ficava cada vez mais preocupada com Draco e por incrível que pareça Ron também estava.Ron e Hermione tinham começado a namorar quando Harry desapareceu. Muitos não acharam boa altura, mas aquele relacionamento tornou-os mais fortes e apesar e estarem preocupados com o seu amigo e cansadas pelas inumeras buscas que faziam diariamente o seu relacionamento deu-lhes força para continuar pois eles sabiam que se não fosse por Harry eles não estavam juntos. Devido ao tempo que Ron passava em casa dela, aprendeu a olhar para o Draco como um amigo também e a preocupar-se com ele de certa forma.

Draco comia pouco, fumava mais e chegava muitas vezes a casa bêbedo. Apesar de muita gente dizer-lhe para seguir em frente, conviver com outras pessoas, conhecer e ficar com gente nova e apesar de Draco dizer que já o fazia, Hermione sabia muito bem que não. Todas as noites ela ía ao quarto do loiro e em todas elas ele chorava ou dizia palavras desesperadas e desconectadas, ela sabia que ele não estava bem e sentia-se impotente ao não conseguir ajudar o amigo.

No entanto ela também não estava bem, sentia falta do eu melhor amigo, de desabafar com ele, contar as suas preocupações e ouvir as dele.

Naquela noite Hermione foi ao quarto de Draco, por volta das 3 da madrugada, como sempre fazia e pela primeira vez, viu um cenário diferente. Draco não estava na cama nem a dormir, mas sentado à janela a olhar para o seu, com o cigarro na mão. Ela não gostava daquilo, mas não lhe queria dizer para parar, apesar de ele dizer que aquele mau hábito o ajudava a manter-se calmo ela sabia que era apenas a mente dele que lhe dava essa sensação. Mas nunca lhe quis dizer para evitar uma péssima discussão.

-Devias deixar de fumar sabes Draco.- Ele olhou para trás assuntado, parece que estava demasiado concetrado nos seus pensamentos para ouvir a sua amiga a entrar.

-Ah... Olá Hermione. Porque estás acordada a esta hora?- voltou a olhar para o céu.

-Não sei, acordei só e não consegui voltar a dormir, vim ver como estavas.- Hermione foi até Draco pousou a mão no seu ombro e sentou-se ao seu lado.

Ao olhar para o seu rosto, iluminado com a luz do luar ela viu uma marca seca de uma lágrima solitária no rosto dele e ficou com uma certa pena.

-A lua está linda.- Disse Draco quebrando silêncio sufocante. Hermione não respondeu e limitou-se a olhar para a lua, assim como Draco fazia.

O silêncio perlongou-se durante alguns minutos, Hermione estava com a cabeça encostada no ombro de Draco distraida a olhar para o céu, quando o tremer do tronco do aminho e o pequeno soluçar que ela sentia na garganta dele a tirou do tranze.

Hermione levantou a sua cabeça e olhou para o rosto de Draco, onde várias lágrimas desciam.

-Draco... fala comigo. -disse ela com uma voz carinhosa- eu sei que tu não estás bem e que estás a esconder muita coisa dentro e ti e acredita, isso é pior. Tu tens-me aqui sempre que quiseres falar. Não tens de ter vergonha ou receio de me dizer as coisas. Eu também tenho saudades dele e medo que ele não volte mais.

-Hermione... eu...- Draco suspirou- Eu só o quero ter de volta, e não me importa se ele já não me quiser mais, se ele tiver mudado. Eu não quero saber disso eu só quero que ele volta para andar por aí para eu saber que ele está bem. Eu não consigo imaginar não o ver mais, eu não sei mais o que fazer- Desabou num choro intenso- Eu amo-o tanto e eu não consigo conhecer pessoas novas, não da para parar de pensar nele porque todas as pessoas que vejo têm alguma coisa que me faz lembrar dele. Eu tenho de o encontrar Hermione, eu tenho de lhe dizer que o amo mais uma vez... eu tenho de olhar para aqueles olhos verdes e dizer-lhe.

-Draco nós já procuramos por todo o lado, vamos procurar mais onde? Não há mais por onde procurar. - Draco arregelou os olhos e olhou fixo para Hermione.

-Não achas estranho o Voldemort não ter mais aparecido depois do Harry pesaparecer?

-Claro que sim Draco, mas há muita gente que diz que eles debateram uma luta tão forte que ambos morreram e os corpos desapareceram.

-Pois é. Não me lembrava dessa possibilidade- Draco voltou a abaixar a cabeça e coloca-la entre as mãos.

Naquela noite nenhum dos dois disse mais nada limitando-se a ficar a olhar para as estrelas ate ao sol nascer.

Com todo o meu amor Onde histórias criam vida. Descubra agora