Capítulo 4

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Nota da autora:

Oi, gente! Espero que estejam bem e se cuidando! Quanto mais eu penso nessa história, mais me sinto cativada. Espero que vocês gostem de ler esse capítulo tanto quanto eu gostei de escrevê-lo. Queria perguntar um negócio, tudo bem os capítulos começarem a ser maiores?

Abraços,

PoT.

A ansiedade que estava sentindo ontem para ir para casa de Sam, hoje estava praticamente nula

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A ansiedade que estava sentindo ontem para ir para casa de Sam, hoje estava praticamente nula. O álcool da noite passada ainda percorria pelo meu sangue e todo barulho que eu escutava faltava estourar meus tímpanos. O almoço de primeiro de janeiro seria na casa de Sam - ou como ele havia falado, QG dos pais - e mesmo que meu corpo insistisse em manter-se preso na cama, levantei e fiz os pratos que deveria levar. No entanto, mesmo que a comida estivesse pronta, não me senti motivada a sair de casa. Eu provavelmente chegaria atrasada no Sam, mas hoje era um dia estranho. As memórias sobre minha família continuavam retornando e martelando cada pedacinho inútil do meu cérebro e isso havia se intensificado porque passei um tempo na casa de Sam, na presença de uma família.

Faziam anos que eu não comemorava o primeiro de janeiro, pelo fato de ser uma data importante em Viljaael, para as famílias e pelo fato de que muita coisa havia mudado desde que minha mãe morrera.

Eu constantemente me beliscava, tentando entender que o que eu estava vivendo era real. A minha vida passada não importava aqui, em Londres, mas, ainda sim, havia um fio de desespero, saudade, raiva e amor que me deixava presa a Viljaael.

Eu dera tanto desgosto para o meu pai, nos termos de tradição dele, que provavelmente ele batera a cabeça em algum lugar só para esquecer o meu nome. Eu o amava, por ser o meu pai, mas é tão difícil aumentar o amor por alguém que diz que tanto faz ser amado ou não.

Antes que eu saísse definitivamente do meu país, abandonado o meu povo, tinha chegado a conclusão que meu pai não se importava qual sentimento nutriam por ele, contanto que nutrissem algum - amor ou ódio, raiva ou adoração. Eu me perguntava constantemente como uma mulher doce como minha mãe tinha amado um homem como ele.

Era inevitável não sentir algo - bom ou ruim - por uma pessoa que nutria essa filosofia de vida. No entanto, ele tinha gerado os meus irmãos, meus irmãos que eu tanto amava e foram os meus pilares e sustentação quando mamãe morreu.

Kaled, que recebeu esse nome por causa do meu avô materno, meu irmão mais velho, que foi muito mais meu pai do que meu próprio pai, o que eu sempre mandava mensagem para saber como as coisas estavam, era o único que eu falava, o único que eu tinha contato, porque era mais fácil manter as coisas assim. Niko, o segundo a nascer, recebeu o nome do meu pai, Nikolai, mas que queria ser chamado apenas de Niko. Eles não tinham só o nome igual, mas o rosto e o modo de falar e andar também; entretanto, o coração, o coração gentil de Niko era da minha mãe, e eu o amava ainda mais profundamente por isso, meu melhor amigo.

Loving Elleanor - As crônicas de Viljaäel (Vol. I)Onde histórias criam vida. Descubra agora