Nota da autora:
Oi, gente! Espero que estejam bem e se cuidando! Quanto mais eu penso nessa história, mais me sinto cativada. Espero que vocês gostem de ler esse capítulo tanto quanto eu gostei de escrevê-lo. Queria perguntar um negócio, tudo bem os capítulos começarem a ser maiores?
Abraços,
PoT.
A ansiedade que estava sentindo ontem para ir para casa de Sam, hoje estava praticamente nula. O álcool da noite passada ainda percorria pelo meu sangue e todo barulho que eu escutava faltava estourar meus tímpanos. O almoço de primeiro de janeiro seria na casa de Sam - ou como ele havia falado, QG dos pais - e mesmo que meu corpo insistisse em manter-se preso na cama, levantei e fiz os pratos que deveria levar. No entanto, mesmo que a comida estivesse pronta, não me senti motivada a sair de casa. Eu provavelmente chegaria atrasada no Sam, mas hoje era um dia estranho. As memórias sobre minha família continuavam retornando e martelando cada pedacinho inútil do meu cérebro e isso havia se intensificado porque passei um tempo na casa de Sam, na presença de uma família.
Faziam anos que eu não comemorava o primeiro de janeiro, pelo fato de ser uma data importante em Viljaael, para as famílias e pelo fato de que muita coisa havia mudado desde que minha mãe morrera.
Eu constantemente me beliscava, tentando entender que o que eu estava vivendo era real. A minha vida passada não importava aqui, em Londres, mas, ainda sim, havia um fio de desespero, saudade, raiva e amor que me deixava presa a Viljaael.
Eu dera tanto desgosto para o meu pai, nos termos de tradição dele, que provavelmente ele batera a cabeça em algum lugar só para esquecer o meu nome. Eu o amava, por ser o meu pai, mas é tão difícil aumentar o amor por alguém que diz que tanto faz ser amado ou não.
Antes que eu saísse definitivamente do meu país, abandonado o meu povo, tinha chegado a conclusão que meu pai não se importava qual sentimento nutriam por ele, contanto que nutrissem algum - amor ou ódio, raiva ou adoração. Eu me perguntava constantemente como uma mulher doce como minha mãe tinha amado um homem como ele.
Era inevitável não sentir algo - bom ou ruim - por uma pessoa que nutria essa filosofia de vida. No entanto, ele tinha gerado os meus irmãos, meus irmãos que eu tanto amava e foram os meus pilares e sustentação quando mamãe morreu.
Kaled, que recebeu esse nome por causa do meu avô materno, meu irmão mais velho, que foi muito mais meu pai do que meu próprio pai, o que eu sempre mandava mensagem para saber como as coisas estavam, era o único que eu falava, o único que eu tinha contato, porque era mais fácil manter as coisas assim. Niko, o segundo a nascer, recebeu o nome do meu pai, Nikolai, mas que queria ser chamado apenas de Niko. Eles não tinham só o nome igual, mas o rosto e o modo de falar e andar também; entretanto, o coração, o coração gentil de Niko era da minha mãe, e eu o amava ainda mais profundamente por isso, meu melhor amigo.
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Loving Elleanor - As crônicas de Viljaäel (Vol. I)
RomanceElleanor deixa Viljaäel para buscar viver seu sonho, cozinhando em um grande restaurante chamado La Collina. Ela se apaixona por sua nova vida, pelas novas pessoas com quem está trabalhando e por Theo, um dos atores mais respeitados de Londres e irm...