Capítulo 9

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- Annie avisou o motivo da falta? - Olhei para Yelena, enquanto a mesma terminava de calçar a chuteira.

- Bom, algo como enjoos. - Pieck respondeu simplesmente.

Eu sabia que muito provavelmente Ymir faria alguma piadinha sobre isso.

- Temos um mini Yeager chegando em breve? - A mulher comentou baixo, arrancando risadas das outras.

Bingo!

- Devo ficar esperta com seus comentários também, Ymir? - Comecei tentando não parecer afetada.

Ouvi alguns murmúrios baixos.

- Mikasa, não dê ouvidos a essa insolente. - Historia passou, com a sua mão gentil sobre minhas costas.

Eu dei de ombros, deveria ter soado como uma brincadeira, mas todas estavam levando como tensão.

Sorri disfarçando. Ao olhar pra Ymir, percebi que seus olhos estavam em alguma confusão interna.

Guardei minha bolsa.

- Vamos treinar?

Depois de perguntar, a tensão foi embora. Caminhamos em direção a quadra. O treino de hoje seria desfalcado, justo pra mim, que não enfrentava os meus melhores dias.

Ao chegarmos, Hange rapidamente leu a situação e organizou o aquecimento, completando o time para que eu não saísse prejudicada.

Treinamos chutes longos e curtos, cruzamentos, pênaltis, cobranças de faltas, laterais e tabelas. Meu corpo estava resistente, mas os meus olhos ainda pesados. Eu deveria começar a tomar alguns enérgicos se quisesse continuar no ritmo.

- Ackerman, tenha seus olhos firmes na goleira antes de bater. - A treinadora me lembrou. O suor corria pelo meu pescoço. Era o meu último chute, logo depois eu estaria livre pra descansar.

Suspirei, eu já sabia o meu ângulo de batida, era só me concentrar em Mina, que mantinha um olhar presunçoso. Bom, eu não poderia reclamar, era seu desempenho contra o meu.

Me movimentei e o apito chegou aos meus ouvidos.

Lancei minha perna direita sobre a bola em direção à gaveta da trave.

Seria um lindo gol.

Se Mina não tivesse pegado sem nenhuma dificuldade a bola, me oferecendo uma piscadela.

Bufei em frustação saindo da quadra.

Louise me jogou uma toalha e garrafa de água, agradeci mentalmente. Na quadra havia algumas pessoas, me olhando como se eu tivesse cometido o pior erro do mundo. Rolei os olhos, jogando a garrafa e toalha na arquibancada, antes de me dirigir ao portão de saída.

Como eu vivia dizendo, tudo podia piorar.

Foi só colocar a cabeça fora da quadra, que me deparei com dois homens caminhando juntos.

- Oi, Mikasa! - O homem de olhos gentis e divertidos me cumprimentou primeiro.

- Oi, Connie?! - Eu lembrava do seu nome com convicção somente pelos boatos entre ele e minha colega.

Sorri pra ele antes de mover meu olhar para o outro.

- Oi. - Falei baixo.

- Bom, vou garantir o meu lugar naquelas arquibancadas antes que Sasha note o nosso atraso. - Connie chamou a minha atenção novamente. Ele deu um tapinha nas costas do amigo e passou por nós, entrando na quadra.

Não era como se eu esperasse viver longe de dramas, mas todas essas coisas juntas em um curto espaço de tempo não me deixavam esquecer o quanto eu era uma vadia sem sorte.

A Improbabilidade de Mikasa Ackerman - REVISANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora